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quarta-feira, novembro 16, 2005

Origens - Akhenaton


Ninguém aqui tem a pretensão de esgotar temas. Lançam-se problemas para a discussão e hipóteses. Aqui não se arroga cientificidade nem certezas. Decerto, o problema do Uno e do Trino é mais vetusto do que imagina a nossa vã filosofia. Investigá-lo tem por premissa uma "démarche" metodológica que nos leve de volta às origens das "religiões do deserto" no longínquo Egito dos Faraós e às primeiras tentativas de abolição do politeísmo na alta antiguidade.

A tese das "religiões do deserto" me agrada bastante. Quais são elas? Os três grandes monoteísmos, pela ordem, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, precedidos pelo culto à Aton prestigiado e engrandecido pelo Faraó Akhenaton. Segundo Christian Jacq ("Nefertiti e Akhenaton, o casal solar.Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2002):

"Aton não é uma divindade inédita na religião egípcia. Desde a época de Tutmés I que ele é considerado uma força criadora, uma força que não se reduz à forma exterior do Sol; mal o faraó morre e sua alma imortal voa par o céu e une-se ao disco solar, Aton, para brilhar eternamente. "Subiu ao céu", diz um texto referindo-se ao faraó Amenemhat I, e "uniu-se ao Disco, o corpo de Deus se comunicando com Aquele que criou".

Concebido como o corpo de Ré (1), durante o reinado de Tutmés IV Aton já era adorado, dentro dos limites de Tebas e mesmo nos arredores de Heliópolis e Mênfis. O avô (Tutmés IV) e o pai (Amenhotep III) de Akhenaton conheceram Aton. Posteriormente, desconfiado dos tebanos, o novo Faraó privilegiou Heliópolis e o culto ao disco solar e evidências comprovam que o grande sacerdote do culto a Aton usava o título de "grande vidente", consagrado ao sumo sacerdote de Heliópolis.

A nova religião, dedicada ao Deus Ùnico, era adotada quando um novo povo habitava o Egito. Durante séculos confundidos com os minóicos - cuja capital, Creta, foi magnificamente escavada por Sir Arthur Evans no século XIX - os chamados "homens do mar" que infestaram o Egito em determinado momento histórico hoje são considerados como sendo antigos guerreiros hititas. Por outro lado, os misteriosos "hapirus", nada mais são que os hebreus. O profeta fundador de sua religião, Moisés, era um egípcio, pois Moisés é uma corruptela dos muitos nomes "Kmoses" comuns ao país. Data daí o início do segundo grande monoteísmo histórico, o judaísmo, profundamente enraizado no misticismo egípcio e nas superstições obscuras daquele povo.
A massiva difusão do monoteísmo entre este povo inculto e nômade, os hapirus, ou hebreus, dá-se em duas fases históricas. Quando mesclados às hostes dos hicsos invadem o Egito - no período em que seu chefe, José, é nomeado intendente do Faraó - e quando Moisés os conduz rumo à Terra prometida.
Notas:
(1) O carro solar

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