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quinta-feira, julho 26, 2012

Cientologia - Definição e Principais Conceitos (Parte I)


A entidade superior é o thetan. O thetan é a pessoa. Você é você num corpo”.


Edifício da Igreja da Cientologia - Los Angeles, California.
O episódio recente da separação de Tom Cruise trouxe novamente à baila os questionamentos sobre o que é ou o que pretende a cientologia. Toneladas de material de péssima qualidade sobre o tema já foi despejado na mídia, fruto de rápidas pesquisas no Google efetuadas por mentes levianas. Como um observador externo e imparcial, gostaria de apresentar ao leitor idéias-chave do pensamento de Lafayette Ron Hubbard, introdutor da Dianética, de Dia (através de) e Nous (mente) e da Cientologia. Ao contrário da enredo estapafúrdio divulgado por uma multidão de irresponsáveis as propostas da cientologia contam com coerência interna e perspectiva ética. Apresento neste blog um resumo do que é cientologia e alguns conceitos-chave com base nos livros  “Scientology. Os fundamentos do pensamento - o livro básico da teoria e prática de scientology para principiantes ” e "Dianética, a evolução de uma ciência”., ambos publicados pelo filósofo L. Ron Hubbard pela Bridge Publications,  Los Angeles, em 2007.


Cientologia - Definições

Cientologia é o “o estudo e tratamento do espírito em relação a si mesmo, universos e outras formas de vida”. As pessoas são processadas (exercitadas) em cientologia com exercícios de Scientology, podendo ser curadas de uma série de pessoas doenças psicossomáticas (doenças físicas, causadas pela mente ou espírito). Advoga-se que elas podem tornar-se mais inteligentes, despertas e mais competentes. Seu primeiro princípio formula-se assim: “é possível conhecer a mente, o espírito e a vida”.

A base da cientologia é o “ciclo-de-ação” que, em aparência, toma a forma de criação-sobrevivência-destruição. Porém, não existe “destruição” para a cientologia mas apenas “criação”. “Destruir” uma casa envolve uma criação, isto é, a criação de uma casa arrasada. O correto seria dizer que o ciclo possui a seguinte configuração:

Criar – fazer, manufaturar, construir, postular, trazer à existência = criar
Criar-criar-criar = criar de novo continuamente em um momento após o outro = sobreviver
Criar-contra-Criar = criar algo em oposição a uma criação = criar uma coisa e depois criar outra coisa em oposição a ela – Destruir.
Não-Criação – ausência de qualquer criação (nenhuma atividade criativa).

A utilidade da teoria vincula-se ao fato que ela se resume a duas opções: criar e saber o que se está a criar ou criar e não saber o que se está a criar, sendo sempre errado iniciar uma nova criação para contrapor à antiga criação. Quando faz isso, ela obtém confusão e caos.

As condições de existência são três: ser, fazer e ter. SER é a “assunção de uma categoria de identidade”, ou o papel num jogo. FAZER define-se como ‘ação, função, concretização, realização de objetivos, alcançar um propósito ou qualquer mudança de posição no espaço”. TER compreende-se como “ser dono de algo, possuir, ser capaz de comandar, posicionar, tomar a seu cargo objetos, energias ou espaços”.

"O jogo da vida exige que se assuma uma beingness (Ser) para se ser capaz de realizar uma doingness (Fazer) em direção a uma havingness (ter)"

O indivíduo não é tratado em cientologia como um Eu isolado. Ele se insere em oito dinâmicas que são impulsos (pulsões, ímpetos) na vida. As capacidades e fraquezas dos indivíduos podem ser compreendidas pela observação de sua participação nestas oito dinâmicas, que são os impulsos para a existência como indivíduo, como atividade sexual, em grupos de indivíduos, como a Humanidade, no reino animal, no universo físico, como espíritos ou de espíritos e, por fim, como o infinito.
Outro aspecto da cientologia é o chamado “Triângulo ARC”, a chamada “pedra angular das associações vivas. Este triângulo é o denominador comum de todas as atividades da vida”, realacionando afinidade (A), realidade (R)e comunicação (C), propiciando a compreensão.

Triângulo A-R-C. Fonte: http://www.scientologycourses.org/pt/
Afinidade é “a consideração de distância, quer seja boa ou má”. Sua função mais básica seria a capacidade para ocupar o mesmo espaço que outra coisa ocupa. A partir do critério de afinidade define-se os vários tons emocionais, que vão desde o mais alto até o mais baixo o que dá dá origem à uma “escala do tom”, que vai da serenidade à apatia. Abaixo de Apatia, aumenta o grau de solidez (matéria), devendo-se ter em conta que a afinidade é "composta primeiro de pensamento, emoção e partículas de energia, comportando-se como um sólido”.

O segundo ângulo, a realidade, entende-se em cientologia como “aquilo que parece ser” e o que se acordar ser real é real. A comunicação, terceiro vértice do triângulo é o verdadeiro “solvente universal”. Operando conjuntamente os três elementos geram  “compreensão”. A comunicão, diga-se ainda, é o ponto de que parte todo o resto, pois:

Se não houver um elevado grau de afeição e se não houver algumas base de acordo, não há qualquer comunicação. Sem comunicação e alguma base de resposta emocional, não pode haver realidade. Sem alguma coisa para acordo e comunicação, não pode haver afinidade. Assim sendo, nós chamamos a estas três coisas m triângulo. A menos que tenhamos dois vértices de um triângulo,não pode existir um terceiro vértice. Ao desejar qualquer


A Vida como um Jogo

Para a cientologia a vida é um jogo e envolve interesse, competição, atividade e posse. Este jogo consiste de liberdade, barreiras e propósitos e quando a relação entre a liberdade e as barreiras desequilibra-se até certo ponto, o resultado é uma infelicidade. Segundo Ron Hubbard:
Fixo em demasiadas barreiras, o Homem anseia ser livre. Porém, quando colocado em total liberdade, ele fica sem qualquer propósito e infeliz”.

O homem não deve ser passivo mas deve tomar parte da vida. Este é um quadro de “determinação das atividades de dois ou mais lados num jogo simultaneamente”. Em outras palavras, “Um ser é Pandeterminado em relação a qualquer jogo ao qual ele seja superior. Em um jogo em que é subordinado, ele é Autodeterminado”.

Na “armadilha” derivada da ausência de barreiras passa a operar o ciclo da vida aparente (Criar-Sobreviver-Destruir). Ao considerar todas as restrições e barreiras seus inimigos, o homem recusa-se a controlá-las e sucumbe a barrreiras. As restrições tornam-se aparentemente menores mas na verdade aumenta enquanto a libertade diminui, ficando a vida insípida, caótica, aleatória e desprovida de propósitos. O exemplo da revolução francesa cabe aqui. Resolveu-se tomar o poder de nobres que tornaram-se autoderminados em relação à sociedade e foram massacrados no jogo. A destruição das instituições (eliminação das barreiras), ao invés de criar liberdade instalou os fundamentos do Terror e da morte... Como um componente na fórmula é adicionado, entretanto, o livre arbítrio ou a escolha do indivíduo em participar ou não do jogo.

Ainda no terreno dos jogos, o que são problemas? Todos falamos de “problemas”, muitas vezes sem saber o que realmente quer dizer o termo. Problemas se verificam quando dois ou mais propósitos se confrontam. Paradoxalmente, não é “ruim” tê-los. Para os cientologistas, testes reais, evidenciaram que a pessoa começa a sofrer de problemas quando não os tem em número suficiente. Algo terapêutico que auxiliaria o homem a equilibrar-se seria pedir ao homem que “invente problemas” um após o outro, tornando-o “Pandeterminado quanto aos problemas em vez de estar num lugar com todos os problemas contra ele.

Espírito, Mente e Corpo

A Cientologia diferencia o espírito da mente e o corpo, afirmando sua contribuição pioneira para a humanidade quanto ao “isolamento, descrição e tratamento do espírito humano”, o que foi “(...) realizado em julho de 1952 em Phoenix, Arizona, onde eu (Hubbard) estabeleci por meios científicos (ao invés de mera crença) que: a coisa que é a pessoa, a personalidade, pode ser separada do corpo e da mente, voluntariamente, e sem causar a morte do corpo ou distúrbio mental”.

O espírito (Thetan) “não tem massa, comprimento de onda, energia, tempo ou localização no espaço, exceto por consideração ou postulado” Ele não pode ser considerado uma “coisa”, mas um criador de coisas, residindo habitualmente no crânio ou na proximidade do corpo. Um thetan pode deteriorar-se ou a “qualquer momento, retornar à plenitude da sua capacidade. Como ele associa beingness com massa e ação, ele não considera que tem uma identidade ou um nome individual a não ser que esteja ligado a um ou mais jogos da vida

Embora isso seja difícil de compreender para um iniciante em cientologia, um thetan poder estar numa de quatro condições (sendo condição “ótima” a segunda):

1. Separado de um corpo ou até do universo;
2. próximo do corpo e controlar conscientemente o corpo;
3. dentro do corpo (o crânio)
4. condição invetida em que estaria compulsivamente afastado do corpo e sem poder aproximar-se deste.

Uma das muitas metas do processamento (atividades a que se submete um “clear”, aquele que se propõe a ter uma mente ótima) em Scientology é “exteriorizar” o indivíduo, colocando-o na segunda condição acima (próximo de um corpo e a controlar conscientemente uo corpo), visto que se descobriu que ele está mais feliz e mais capaz quando está situado aí.
E como é concebida a mente? Ela é tida como “um sistema de comunicação e controle entre o Thetan e o seu ambiente”. Esta “mente” tem três divisões principais: mente analítica, mente reativa, mente somática. Em suma:

a) A mente analítica é aquela que “combina percepções do ambiente imediato, do passado (através de imagens) e estimativas do futuro, para gerar conclusões que são baseadas nas realidades das situações" com a "cognoscência potencial do thetan com as condições do seu ambiente e leva-o a formar conclusões independentes”;
b) A mente reativa que se comporta como um “mecanismo de estímulo-resposta e nunca pára de operar, atuando abaixo nível de consciências. É uma mente de estímulo-resposta. Sua capacidade de extrair conclusões racionais é pobre sendo a fonte dos “impulsos aberrados”, ou peculiaridades da personalidade como a excentricidade, neuroses e psicoses. Ela “armazena todas as coisas más que aconteceram a um indivíduo para mais tarde lançá-las de novo contra ele, em momentos de emergência ou perigo, de modo a ditar as suas ações de acordo com linhas que anteriormente foram consideradas 'seguras'”. Ela é totalmente literal na sua “interpretação” de palavras e ações;
c) A mente somática, mais “pesada” por não conter “pensatividade” mas apenas “atuação”. Os impulsos colocados sobre o corpo pelo thetan atingem níveis voluntários, involuntários e glandulares, sendo que este tipo de mente está sujeita a aos dois tipos de mente imediatamente acima dela e ao thetan. As doenças “psicossomáticas” residem neste nível, pois o thetan (espírito) não tem consciência dos mecanismos de transmissão da mente analítica contra o corpo, afetado diretamente pelo conteúdo estímulo-resposta da mente reativa. Uma doença psicossomática é causada pelas percepções recebidas na mente reativa durante momentos de dor e inconsciência.

Em sua obra, “Dianética, a Evolução de uma Ciência”, detendo-se um pouco mais sobre a mente reativa (a grande descoberta da dianética), L.R. Hubbard concluiu que “ela pensa em termos de identidade. É uma mente de estímulo-resposta. "As suas ações são determinadas exteriormente. Não tem livre-arbítrio. Esta apresenta dados de dor física durante momentos de dor física, numa tentativa de salvar o organismo. Desde que suas ordens e comandos sejam obedecidos, ela retém a dor física. Mal o organismo comece a ir contra os seus comandos, ela inflinge dor”.

A mente reativa alimenta seu próprio banco de dados composto por “engramas” (um conceito crucial em cientologia) e seus locks. “Um engrama é simplesmente um período de dor física em que o analisador está fora de circuito e o organismo experimenta algo que concebe ser, ou que é contrário, à sua sobrevivência. Só se recebe um engrama na ausência de poder analítico”. Dito de outro forma, recebe-se um engrama quando se está inconsciente, sendo “inconsciência designada pela palavra “anaten” (atenuação analítica , do inglês analytical atenuation).

Há, portanto, “energia mental”, embora mais fina e de um nível superior. E a cientologia afirma ter feito testes conclusivos de que um thetan ao criar quadros de imagem mental e inseri-los no interior do corpo pode aumentar a massa deste.

O corpo, ultimo elemento da “unidade humana” tem caráter “estrutural” e o que há de mais interessante em cientologia é sua ênfase na existência de um “um campo elétrico fixo em torno do corpo, totalmente independente mas influenciável pela mente humana”. O corpo existe em um “espaço (que) é criado por pontos-âncora (pontos que estão ancorados num espaço diferente do universo físico à volta de um corpo).  Desse modo, “o corpo não é apenas influenciado pelas três mentes, este também é influenciado pelo seu próprio campo elétrico”.

Todos os postulados da Cientologia sobre o Espírito (thetan), a Mente e o corpo são lastreados em testes empíricos. A Cientologia não se arvora em algo independente da ciência que tem como estranhos os métodos tradicionais de pesquisa. Mas existe também uma Para-Cientologia, que “inclui todas as incertezas e áreas desconhecidas da vida que até agora não foram completamente exploradas e explicadas”. Independentemente disto, alguns fatos são amplamente conhecidos:

  1. O próprio indivíduo é um espírito a controlar um corpo através da mente.
  2. O thetan é capaz de criar espaço, energia, massa e tempo.
  3. O thetan é separável do corpo sem o fenômeno da morte e pode manejar e controlar um corpo estando bem exterior a este.
  4. o thetan não está interessado em lembrar-se da vida que acabou de viver, depois de ter partidodo corpo e da mente.
  5. uma pessoa que está a morrer exterioriza-se sempre.
  6. a pessoa, tendo exteriorizado, geralmente volta a um planeta e obtém, normalmente, outro corpo do mesmo tipo de raça que a anterior.

O thetan é imortal e não experimenta a morte, apenas a simula com o “esquecimento”. Ele vive novamente e “está muito ansioso por colocar algo na linha do tempo (algo para o futuro) para que tenha algo ao qual regressar”. Isto não só explica as ansiedades sexuais como sugere que o que se cria durante a vida nos afeta na próxima vida.  

quarta-feira, julho 18, 2012

Em Defesa da Cientologia - O Caso Tom Cruise

"A missão de Scientology não é a conquista - é a civilização. È uma guerra contra a estupidez, a estupidez que nos conduziu à última guerra de todas.
Para um Scientologist, o verdadeiro barbarismo da Terra é a estupidez. Somente no lamaçal negro da ignorância é que podem germinar os conflitos irracionais das ideologias".

L. Ron Hubbard. Scientology - Os Fundamentos do Pensamento.





Lafayette Ron Hubbard - Criador da Cientologia e da Dianética


Muito raramente assisto televisão. Hoje estava aguardando minha vez para ser atendido no consultório médico e me surpreendi com as declarações sobre a cientologia na TV de alguém que deve tê-las colhido no "tesouro informacional" que é o Google. Como era de se esperar, o episódio foi exibido no programa de Ana Maria Braga na Globo. O "especialista" em questão apenas se esqueceu de dizer que as obras cientológicas são editadas em Los Angeles, California, em várias línguas. Não é possível "baixá-las" na internet nem encontrá-las integralmente reproduzidas em sites. Suas traduções em língua portuguesa são sofríveis (deduzo que por excessivo zelo da sede americana) e difíceis de entender, sendo  preferível adquirir os volumes em inglês. Portanto, lixo eletrônico já foi escrito aos montes sobre o assunto, sem qualquer respaldo no que foi produzido de próprio punho ou anotado a partir das gravações originais das conferências de Laffayette Ron Hubbard, fundador e também criador da "dianética", a precursora da cientologia.
Este é o caso do superficial comentarista que se contenta em repetir à exaustão o que deve ter lido na Wikipedia (este depósito on line de opiniões indigentes e divergentes). Considerar que a emigração de almas para o planeta Terra (após devastador ataque com a bomba H deslanchado pelo tirano intergalático Xenu) é mais improvável que alguém ter morrido na cruz e ressuscitado é o mal de todo aquele que estupidamente confunde alegorias com narrativas históricas. Neste ponto, o indivíduo fanatizado não difere do ateu libertino e irreligioso, como diria a Senhora Helena Blavatstky. Quanto à veracidade da cosmogonia cientológica ou da sua versão propagandeada na WEB pouco se pode afirmar, pelas razões apontadas em parágrafo anterior (as estórias divulgadas não se encontram em nenhuma publicação acessível mas povoam a verborragia de alguns dissidentes do ramo principal da cientologia). 
Foto do Centro de Testes da Cientologia. Hollywood Boulevard, L.A. CA. Aqui fiz os testes cientológicos em 18/02/2012. Foto própria. 18/02/2012
Do ponto de vista religioso, se o "mito de Xenu" possuir qualquer credencial quanto à fonte (Ron Hubbard), devemos convir que ele é tão válido quanto qualquer outro nos limites da sociedade atual. Ouso dizer que em nada fica a dever a outros mitos de criação, pois impregna com corte análogo uma série de idéias propagadas por correntes da Nova Era. Logo, beneficia-se de uma "base antropológica" a sancioná-lo (por mais anedótica que seja a necessidade da contratação de um profissional especializado - preferencialmente por dispensa de licitação - para elaborar um parecer sobre o que é ou não é religião).


Prédio da Cientologia (Highland-Hollywood L.A. - CA). Foto própria. 18/02/2012
Pois bem, pode-se discordar da cientologia mas ela nada tem a ver com a versão estilizada de "Star Wars" que a TV brasileira vem difundindo. Lafayette Ron Hubbard publicou inúmeros livros com suas próprias pesquisas sobre a possibilidade de se conhecer o homem, o espírito e a vida e tive a oportunidade de ler alguns deles. Já conversei com membros da cientologia em Los Angeles e conheci de perto alguns de seus instrumentos de medição do nível de stress, familiarizando-me com certos conceitos que me soaram pertinentes. Aprecio a forma como a cientologia enxerga o homem e  seu enfoque grupo versus indivíduo. Menospreza-se muito os escritos de Ron Hubbard, que são equiparados a "desvarios" mas, na verdade, muitos não admitiriam que a moderna teoria dos jogos, a física quântica ou a cosmologia são extravagantes, mas ao voltarem-se contra os métodos da cientologia (a eficaz relação auditors x preclears, por exemplo) os mesmíssimos algozes se mostram unânimes em classificá-los como inaceitáveis. Willhem Reich também foi considerado um charlatão e louco ao defender suas teses sobre o orgone e construir máquinas para acumulá-lo, quando tão somente descobriu a força de Kundalini (o fogo serpentino dos hindus que sobe pela base da coluna) por meios próprios. 

Hollywood L.A. Meca da Cientologia. Foto própria. 18/02/2012
De fato, muitos dos críticos da cientologia ou sequer compulsaram um texto introdutório ao assunto ou, então,  rejeitaram a advertência onipresente na apresentação de cada uma de suas obras no sentido de não se prosseguir a leitura se uma só palavra não for corretamente entendida. Pouco se valorizam contribuições originais a respeito do parto doméstico (pelos traumas que as técnicas "atuais" causam nos bebês), da superação de neuroses apagando engramas, da educação das crianças e do aumento da capacidade do indivíduo em obter sucesso nos "jogos da vida" através do trabalho sobre a chamada "mente reativa" e das relações entre o "beingness", "doingness" e "haveness" (o ser, fazer e ter). Ignora-se propositalmente ensinamentos de como o indíviduo pode situar-se em relação à "escala do tom" (uma relação de afinidade decrescente que varia desde a "serenidade" no topo à "apatia", na base) evitando a descida contínua na materialidade e à situação em que os contatos se dão à base de balas ou bombas H . O grau de afinidade (a "escala do tom") mais a realidade (aquilo que é acordado e, portanto, real) e comunicação formam um triângulo que é a "pedra angular das associações vivas", o Triângulo A-R-C (Afinidade-Realidade-Comunicação), que não é equilátero, pois a Comunicação representa seu lado maior. A capacidade de comunicar-se é um ponto fundamental do pensamento cientológico, produzindo afinidade e realidade entre pessoas e grupos maiores. Como então desdenhar de uma "seita" que confere tanta importância à comunicação - base da Paz - em uma Era de conflitos irracionais que colocam em risco a vida no Planeta Terra? Eis mais um aspecto das idéias de Ron Hubbard propositalmente negligenciado pelos comentaristas de plantão.

                   Tom Cruise, cientologista, comemorando o novo filme "Rock of Ages". Êxito material e  busca da "super-humanidade" contrariam uma sociedade que cultua a derrota.
Pior ainda: o velho Ron é usado por "gurus" (entenda-se bem, impostores) de auto-ajuda sem ser citado. Esta é uma típica estratégia oportunista: vilipendia-se um determinado autor ao tempo em que sua obra é expropriada e, com um pouco de maquiagem, reproduzida com outra assinatura. É inadmissível comparar um polígrafo, físico nuclear e novelista profícuo com diversos de seus críticos, pessoas de nível mediano e formação porosa. É ainda mais fácil criticar quem adota padrões elevados de vida e não se engaja nos jogos mesquinhos e torpes da contemporaneidade. Falar de Homens e mulheres que aspiram tornar-se Deuses é um sacrilégio indesejável no planeta do deboche e da sensualidade abjeta. 
Os filiados à cientologia buscam seu aperfeiçoamento, a superação de suas limitações. Nisto não diferem de outros "crentes", mas seus métodos são mais rigorosos e testados.  Em minha opinião como alguém externo ao grupo, entendo por "superação" o estabelecimento de controles mais rígidos sobre os veículos físico, mental e emocional, o que proporciona a cristalização de um "Eu Superior", aquele núcleo perene que conserva a memória ao longo do fio das existências. Este não é um vocabulário típico da cientologia mas nos auxilia a compreender melhor o que os adeptos desta "religião" almejam. Não é algo muito diferente do que pregam os cristãos, budistas ou advogam os hinduístas e sufis muçulmanos. È apenas o "refinamento da alma". 
Alguém que cultiva a espiritualidade pode ser visto como metódico ou aborrecido, seja ele um cristão, budista, cientologista ou o quer que seja.  Ele não é alguém que arreganha os dentes levianamente, entretém-se com intrigas fortuitas, gosta de bebidas e farras ou é afeito à vida social. Esta pessoa não se interessa pela malevolência alheia ou está preocupada em parecer "normal", ajustando-se a regras societárias que contrariem seus próprios objetivos. A cientologia define um jogo com uma combinação de elementos como liberdade, barreiras e propósitos. Seu participante (ao menos aquele que tem nível elevado de "Beingness"-SER e conhece seu papel)  quer obter resultados neste jogo, muito embora respeite outras dinâmica da vida além daquela do seu próprio EU. Este é um comportamento extravagante para o padrão dominante. Aliado ao êxito material,  configura-se como odioso para uma sociedade aferrada dramaticamente à derrota. 
As luzes que a imprensa e seus parvos articulistas lançaram sobre a recente separação do ator Tom Cruise trazem à tona uma evidente e pavorosa ignorância sobre o que preconiza a cientologia. A bolha de sabão explode ao mínimo contato com a realidade por meio da observação das próprias atitudes do artista e seu sucesso profissional. Contra fatos não há argumentos, apenas ódio cego e artimanhas da velha serpente sob a forma do pecado da inveja.

Viva Tom Cruise, John Travolta e Ron Hubbard!

quarta-feira, julho 04, 2012

Adolf Hitler elogiando Stálin


“Stalin é uma das figuras mais extraordinárias na história mundial. Ele começou como um pequeno clérigo, e nunca deixou de sê-lo. Stálin nada deve à retórica. Ele governa tudo de seu escritório, graças à burocracia que obedece a cada movimento e gesto seu”.

HITLER, Adolf. Hitler's table talk 1941-1944. Introduced and with a new preface by hugh trevor-roper. New York: Enigma Books, 2000.