Gurdjieff

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Quem é Gurdjieff?

quinta-feira, agosto 31, 2006

Os Adeptos e o Circuito Exterior - II (Atlântida)

Este "circuito interior" ou "esotérico" da humanidade sempre foi restrito. Mas sua simples existência foi capaz de influenciar as mais brilhantes civilizações que já feneceram no globo e irrigar os campos da ciência, das artes, da literatura e das técnicas desde a aurora da civilização, muitos anos mesmo antes do surgimento das atuais e "conhecidas" culturas do Crescente Fértil, do Vale do Nilo, do hindu ou as de quaisquer sociedades pré-colombianas (estas últimas, vestígios de culturas como a Atlante, cuja língua azteca que perdura até os dias de hoje não pode negar de maneira alguma).
Este circuito interior nunca foi tão grande quanto na "idade de ouro", a "krytia Yuga" dos hindus, cujo apogeu coincide exatamente com o período de maior esplendor da civilização atlante. Foram estes adeptos de milhões de anos atrás e seus discípulos que deram a luz à maior civilização de todos os tempos, a da Atlântida, a primeira e única a conjugar técnica, ciência e magia branca.
Na Atlântida da Era Clássica era possível viajar em corpo astral ou em carros voadores alimentados por uma misteriosa "luz", com mais potência que centenas de mísseis nucleares. O domínio dos elementos pelos mestres Atlantes, os magos da "mão direita" era tão intenso, que se manipulava magistralmente as propriedades dos elementos com o uso da "alquimia esotérica" e um profundo conhecimento dos átomos físicos ultérrimos que constituiam a criação.
Conhecendo perfeitamente as três principais forças ou "energias", o "fohat", o "prana" e a "kundalini", os atlantes produziam luz, calor (através da condensação dos feixes de luz produziam raios laisers potentíssimos, empregados para enfrentar as forças do mal) e eram capazes de romper com facilidade as barreiras do tempo, ignorando a distinção espaço-tempo. Não lhes era desconhecida a teoria física das "dimensões extras", hoje fartamente explorada pela cosmologia, e através de meditação e utilização precisa das propriedades do corpo causal, seus grandes adeptos ultrapassavam com elegante facilidade quaisquer dobras infinitesimais de tempo.
As narrações da grande epopéias hindus, sobretudo a da grande guerra de Rama contra os Rakchasas, os demônios governados por Ravana, o mitológico Rei de Lanka que raptara a princesa Cita, ou então as terríveis e vivazes descrições de "guerras nucleares" do Mahabbharatta são ecos distantes, na recém nascida sociedade ária, das avançadas tecnologias e das ciências atlantes, que precederam em milhões de anos quaisquer inovações trazidas pela "Revolução Industrial" inglesa ou a nossa pobre "Era da Informática".
Os Atlantes jamais produziram "cientistas", no sentido moderno do termo. Havia ali, sim, adeptos e seres iluminados, que conhecendo os elementos físicos e etéreos e com um elevado nível de desenvolvimento do ser (pois tinham kayas, isto é, corpos, búdicos altamente sutilizados e puros) contribuíram para dotar o homem de algumas comodidades, aumentando seu bem estar durante a vida material.
O processo de "geração de energia" dos atlantes era limpo, pois se evitava o uso de fontes poluídoras e sujas de energia e até mesmo as hidreelétricas eram evitadas, pois podiam conduzir ao mau uso das águas fluviais e alterações indesejadas do curso dos rios. Como os Atlantes lamentariam, sem dúvida, o terrível crime cometido pelo General Nasser ao desviar o leito do Nilo ou as atrozes agressões das autoridades brasileiras ao ambiente, quando praticamente destruíram a cachoeira das sete quedas ou a pretensão dos arrogantes bandidos que governam a China, e estão matando o Rio Amarelo. Para não falar dos comunistas facínoras na antiga União Soviética, que na ânsia por acumular poder tiveram o "mérito" - mais um crime inenarrável a ser imputado ao Karma destes seres - de simplesmente secar o mar de Aral.
Entre outras coisas, o controle da energia primordial cósmica, o "fohat" (que reúne todas as forças atualmente conhecidas pela ciência oficial como magnetismo, eletricidade, energia nuclear forte e fraca) permitia aos atlantes captarem imagens etéricas em tubos de cristal - preconizando a televisão; comunicaram-se em freqüências de onda no presente imperceptíveis aos aparelhos auditivos do homem contemporâneo, o que era análogo ao rádio; registrar informações do passado retidas no flúido astral ou "Akasha" em pequenas máquinas construídas de jacinto e madrepérola, de formato arredondado e com pequenos furos na superfície, informações estas que representavam o conhecimento coletivo e facilmente "acessadas" pelos adeptos operavam como os modernos computadores.
Diz-se que no antigo país dos Iorubás na África, ainda no século XIX, foram encontradas quase intactas alguns exemplares destas caixas (sabe-se que algumas daquelas culturas são herdeiras diretas dos atlantes), usadas por feiticeiros para comunicação com os Orixás. Estes "orixás", ou deuses dos iorubás, são representações atualizadas de antigos ídolos da Atlântida e são antigos que como demonstram alguns livros de etnologia do século XX, podem ser aparentados aos deuses gregos mais velhos. Ogoum, por exemplo, o "Deus do Raio", em algumas estatuetas da África meridional é quase similar ao Zeus Olímpico!
O mistério do desaparecimento de Atlântica continua sem ser resolvido, mas o ocultismo e alguns clarividentes que detêm o poder de enxergar o passado na luz astral afirmam que uma das razões para o declínio e queda do império atlante podia ser, por paradoxal que seja, o número exagerado de adeptos que ministravam seus conhecimentos no continente. Com um contingente de discípulos muito amplo, quase impossível de se controlar e a má difusão do ensinamento - que se banalizou e caiu nas mãos de elementos egoístas que se transformaram nos primeiros magos negros da história - Atlântida veio a sucumbir. Seus erros e perversidade foram enterrados com o gigantesco maremoto de 40 milhões de anos atrás, passando-se séculos e mais séculos até que o caminho do adeptado fosse reintroduzido na humanidade, devidamente expurgado dos erros nefastos que dizimaram o povo atlante.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Os Adeptos e o Circuito Exterior


Os adeptos são bem poucos na humanidade. Um adepto é aquele que atravessou com êxito a senda do discipulado, e retendo todas as virtudes indispensáveis ao alcance do nivel de "Arhat", permanece junto à humanidade para instruí-la nos sagrados e eternos preceitos da verdade. O adepto tem seus discípulos (ver figura ao lado), aos quais entrega as chaves do conhecimento. Com o passar do tempo, a depender de sua dedicação aos estudos e a práticas catárticas, estes também alcançarão o nível do adeptado, em uma ou mais encarnações. São estes discípulos que, por sua vez, encarregam-se dos pupilos de graus inferiores de conhecimento, os "candidatos" ao discipulado.
Em geral, um adepto por razões de economia (seu tempo é escasso, portanto precioso), não possui muitos discípulos. Ele detém a capacidade ímpar de inspiradamente selecionar aqueles que possam a render frutos e descartar aqueles que apenas almejam obter poderes sobrenaturais (os "sidhis") ou se encarregam dos estudos para fins egoísticos ou levianos.
Os candidatos ao discipulado, porém, podem ser muitos. Já tiveram algum contato com o esoterismo ou com os conhecimentos arcanos e desejam aprofundar-se neles, ou querem contar com as condições ótimas para o desenvolvimento prático de seus dons, aprimorando sua capacidade de concentração, meditação e realização do bem. Muitas vezes em grande número, estes candidados, por intermédio de seus instrutores, exercem efeitos benéficos sobre a massa de seres que os circunda, exercendo vibrações mentais positivas que levam à construção de formas-pensamento que vêem a auxiliar o próximo.
Sua influência sobre o assim chamado "círculo ou circuito" exotérico da humanidade é grande, pois eles estão bem próximos das pessoas comuns. Não deixam de ser importantes, pois estes candidatos - ao lado dos discípulos - à medida que crescem em quantidade, podem alterar significativamente os rumos da humanidade e seus discípulos. Se o antigo Egito era um reino de paz e harmonia, onde o próprio Faraó, muitas vezes, era um adepto também e oficiante supremo do rito de Osíris, isto se deve à presença maciça de elementos vinculados aos grandes instrutores da humanidade. À medida que o contingente destes seres foi decrescendo, o país foi se enfraquecendo moral, politica e economicamente, abrindo caminho para hordas de invasores amorais e espiritualmente enfermos.
Países como os Estados Unidos e a atual China - em que pese a sombra do comunismo nesta última, esta grande chaga da humanidade - possuem inúmeros adeptos e uma quantidade incrivelmente elevada de discípulos e candidatos ao discipulado. Isto explica suas altas taxas de crescimento econômica e robustez da estrutura política, ancorada em ensinamentos milenares. O mesmo não se dá com países como aqueles da África, em que, no sentido oposto, proliferam os magos negros e praticantes do mal. É sintomático que a recente proliferação da fé muçulmana nestes países tenha contribuido e muito para a melhora de sua estatura moral e, consequentemente, de suas instituições, pois o islamismo e seu Profeta são, sem dúvida, fontes de inspiração e nobres sentimentos e ações.
Daí se conclui que o sucesso de uma nação em todas as principais esferas da vida, a tríade sagrada (economia, política, moral) esteja em relação direta com o tamanho do seu "circuito esotérico" e do grau que impacto os demais membros da comunidade ("o círculo exotérico"). Neste sentido, os grandes Adeptos e Mestres e os seres sumamente elevados que alcançaram a buditude, cooperam entre si para que este núcleo de fraternidade universal cresça sem parar, ate que se produza do aumento quantitativo, transformações qualitativas na humanidade.

terça-feira, agosto 22, 2006

Por que Ressurgiu o Ocultismo?

Muitos se perguntam por que se deve ser um ocultista. A resposta é menos trivial do que se imagina, uma vez que o conceito que se tem do "ocultismo" na sociedade atual - que vem se consolidando como pré-conceito - desde o final do século XIX é que ele em si é uma seara de charlatães ou loucos extravagantes ou então como uma alegre reunião dos chá das cinco de um grupo de Senhores interessadas em cultivar mais um hobby ingênuo que preencha seus dias tediosas.
Este mito não deixa de ter suas razões para existir. Naquele tempo o ocultismo havia se tornado um passatempo para os nobres e, ulteriormente, para uma pequena burguesia enfastiada com os seus afazeres cotidianos e assustada com o capitalismo agressivo que lhe roubava todas as esperanças de restauração de uma Era Cavalheiresca que havia sido definitivamente enterrada com a queda da Dinastia dos Bourbón e o fim de uma elite cultural que animou a Europa por séculos, agraciada por seus dias de infindável descontração.
Mas a explosão do espiritualismo no velho continente e nos Estados Unidos em meados do séculoXIX, com os fenômenos das mesas girantes e materializações de "espíritos" em reuniões por toda a parte, com todo o rol de bizarrias e pantomima que as acompanhavam, acabou por acarretar uma série de investigações sobre os casos, envolvendo até escritores famosos com Arthur Conan Doyle ou, inacreditalvemte, o velho companheiro de Karl Marx em seus estudos do materialismo direto, Friedrich Engels, que escreveu "Uma Investigação no Mundo dos Espíritos", que não logrou sucesso em desmascarar os citados fenômenos.
Tão grande era a extensão do "fenômeno espírita", que um social-democrata destacado como Friedrich Engels viu-se obrigado a interromper a redação de seus livros e o trabalho junto aos movimentos sociais para dedicar-se ao estudo do paranormal, sendo levado a concluir que qualquer julgamento sobre os eventos de outro mundo ficava circunscrito ao terreno da razão, sendo francamente impossível provar sua veracidade ou não somente através da experimentação.
No século XVIII a Europa já havia sido invadida por uma onda ocultista sem precedentes. Ao invés do medo reinante nos séculos XVI e XVII, apogeu dos filósofos e rosa-cruzes e místicos como Swedenborg, Paracelso e os alquimistas de origem medieval (que com centenas de anos não aparentava mais de 40), Clagliostro, Saint-Gérmain e um amontoado de figuras sinistras se avolumavam nas cidades européias. O ápice do movimento foi a publicação das obras de Èliphas Lévy e Papus, nomes hebraicizados de Alphonse Louis Constant e Gérard Encacusse, principais responsáveis pelo resgaste da Caballa medieval e antigas fórmulas mágicas entre os europeus da revolução industria.
"Demon est Deus Inversos". Com este motto, Lévy conquistou centenas de adeptos no continente e na Inglaterra, e com as promessas de invocação de espíritos e o domínio de rituais mágicos antes ocultos dos olhos curiosos das massas, o moderno ocultismo europeu - uma obra de Lévy e Papus - tornou-se a coquecoluche do europeu mediano. Com o advento do movimento espiritualista - só mais tarde identificado com o atual kardecismo - estavam reunidos os elementos para a explosão da mais fantástica revolução religiosa desde Lutero e o protestantismo. Desta vez não estava em cheque a fé cristã, mas a própria noção européia de espiritualidade e as idéias consagradas sobre Deuses, Santos e Demônios.
O "ocultismo" trazia uma nova perspectiva. Antigas ciências como a alquimia e a caballa eram reabilitadas. Os segredos do Tarot e da numerologia eram trazidos à público. Os rituais mágicos eram pela primeira vez explicados sob a luz de uma tênue razão. As velhas ordens maçônicas e rosa-cruzes, já embotadas pela burocracia e o formalismo, eram vivificadas pelo verdadeiro e imorredouro misticismo. Era uma explosão de religiosidade de novo tipo, como que se Ìsis e Vênus voltassem a viver e o esplendor do antigo Egito e do Mundo de milhares de anos atrás emergisse do portal do tempo. Estava aberta a porta para o nascimento - ou melhor dizendo, renascimento - da Theosophia, a Sabedoria Divina, que teve em Helena Petrovna Blavatsky, uma nobre de origem russa, sua maior expoente e nobre fundadora.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Charles W. Leadbeater - O Caminho da Provação

Em seu magistral livro, "Os Auxiliares Invisíveis", o eminente teósofo inglês, o Bispo Charles W. Leadbeater resgata sábios conhecimentos orientais sobre o caminho do progresso espiritual. Segundo ele, há basicamente quatro meios: a) a companhia daqueles que já entraram nele; b) a escuta ou leitura de claros ensinamentos sobre a filosofia oculta; c) a reflexão esclarecida; d) a prática da virtude, ou uma longa série de vidas virtuosas, o que desenvolverá no indivíduo a convicção necessária para entrar na senda.
Os estágios do discipulado (períodos do progresso) são: 1. Manodváravajjna (a abertura das portas da mente), em que o candidato vem a adquirir firme convicção da insubsistência e do valor nulo dos fins materiais; 2. Parikma (preparação para a ação), estágio no qual o candidato aprende a praticar o bem somente pelo amor do bem, adquirindo "a perfeita indiferença para com o gozo do fruto de suas ações); 3. Upacharo (atenção ou conduta), estágio em que são adquiridas as seis qualificações (shatsampatti) dos hindús, quais sejam:
a) Samo (quietude), ou seja, pureza e calma do pensamento, com perfeito domínio da mente:
b) Damo (subjugação), igual domínio ou pureza das ações e palavras;
c) Titikcha (paciência ou capacidade sofredora), isto é, a prontidão para arcar calmamente com tudo o quanto o nosso karma venha a nos impor;
d) Samadhama (concentração), em outras palavras, a inteireza da menta a capacidade de não ser desviado do caminho por qualquer tentação;
e) Saddha (Fé); a confiança no Mestre ou em nós próprios, pois sem o instrutor competente não crescemos;
f) Anuloma ("ordem direta ou sucessão, significando que a sua pessoa segue, como conseqüência natural das outras três"), fase em que se é tomado do desejo de libertação da vida terrestre e união ao altíssimo (Mumukshutva);
g) Gotrabhu (condição para estar apto ao iniciado), estágio em que o candidato enfeixa todas as condições anteriores.
"Quem é o Gotrabhu?, o Buda diz: 'O homem que está de posse daquelas condições, às quais imediatamente se segue o princípio da santificação - eis o Gorabhu' ".

quinta-feira, agosto 17, 2006

Para compreender Daskalos - Glossário

Para compreender o pensamento de Daskalos em "O Mago de Strovolos" é preciso ter em mente o glossário abaixo:
Chakras - Centros psiconoéticos localizados no duplo etérico do indivíduo. É através dos chackas que a personalidade humana absore a vitalidade etérica para a sua manutenção. Através da disciplina apropriada e exercícios de meditação, o místico tenta abrir seus chackras, para adquirir poderes psiconoéticos. Para um clarividente, os chakras parecem discos em rotação.
Elementais - Formas de pensamento. Qualquer sentimento ou pensamento que um indivíduo projetar é um elemental. Eles possuem forma e vida própria, independentemente de que os projeta.
Duplo Etérico - O campo energético que mantém os três corpos do homem (de matéria densa, psíquico e noético) vivos e ligados um ao outro. Cada partícula do corpo humano tem o seu correspondente etérico. É a vitalidade etérica que torna a cura possível. O universo está cheio de energia etérica. Ela pode ser transferida de uma pessoa para outra, e é absorvida através dos chackras.
Exomatose - A capacidade de deixar o próprio corpo quando quiser, viver com plena consciência nas dimensões psiconoéticas e, então, voltar ao corpo. Implica lembrar-se de todas as experiências quando fora do corpo.
Corpo de Matéria Densa - Um dos três corpos que cosntituem a personalidade atual autoconsciente. O corpo material do homem. A parte da personalidade que vive no mundo de matéria densa é o chacka do plexo solar.
Mundo Noético Superior - O mundo das idéias, dos arquétipos. O mundo das causas e das leis, que são a base de toda a realidade fenomenal.
Mônada Sagrada - As partes que compõem o Absoluto. De cada Mônada Sagrada emana uma infinidade de raios que passam através de diferentes arquétipos e adquirem a forma da existência fenomenal. Quando uma dessas radiações passa pela Idéia do Homem, forma-se uma personalidade humana. Seres humanos que pertencem à mesma Mônada Sagrada têm uma afinidade especial um pelo outro.
Espírito Santo - A superconsciência impessoal que expressa o pode do Absoluto, tornando possível a criação do universo. A parte dinâmica do Absoluto. Animais são da natureza do Espírito Santo. Falta-lhes a expressão do Logos do Absoluto, ou seja, falta-lhes autoconsciência. O homem pertence tanto à natureza do Logos como à do Espírito Santo.
Idéia do Homem - Um arquétipo eterno dentro do Absoluto. Uma vez que uma emanação da Mônada Sagrada passe pela idéia do Homem, a existência do homem tem início.
Auxiliares Invisíveis - Mestres que vivem na dimensão psíquica ou noética e são invisíveis aos olhos materiais. Também mestres que vivem dentro do plano da matéria densa, mas que fazem exomatose e ajudam seres humanos que vivem no mundo da matéria densa, assim como em outras dimensões.
Karma - a Lei da causa e efeito. A soma total das ações, pensamentos e sentimentos de uma pessoa que determina seus sucessivos estados de existência. Uma pessoa é completamente responsável pela criação de seu Karma, seu destino. Alcançar a teose implica transcender o próprio karma.
Lei de Causa e Efeito - Veja Karma
Logos - Parte do Absoluto que torna possível a existência da autoconsciência e do livre-arbítrio. Como entidades eternas, os homens são da natureza do Logos e da do Espírito Santo. Jesus, como o Logos Cristo, representa a mais completa expressão da natureza logóica do Absoluto. Quanto mais adiantada for uma entidade humana, mais dominante será a sua parte logóica.
Mente - O modo pelo qual o Absoluto não-manifestado Se expressa. Mente é a substância pela qual todos os universos e todas as dimensões da existência são construídas. Tudo é mente.
Corpo Noético - Um dos três corpos que formam a personalidade atual autoconsciente. O corpo dos pensamentos. O corpo noético, a quinta dimensão. Sua imagem é idêntica à dos outros dois corpos. O centro do corpo noético é o chakra da cabeça.
Mundo Noético - A quinta dimensão. No mundo noético, espaço e tempo são transcendidos. Uma entidade humana que vive no mundo noético pode viajar instantaneamente, não apenas por sobre grandes distâncias, mas também através do tempo.
Personalidade Permanente - A parte de nós na qual são gravadas as experiências encarnacionais que são transferidas de uma vida para outra. O nosso eu interior.
Personalidade Atual - o que é comumente conhecido como personalidade do indivíduo. É formada pelos corpos noético e de matéria densa. A personalidade atual é a expressão mais baixa de nós mesmos, a qual está constantemente evoluindo e tende a se tornar uma só com a personalidade permanente.
Corpo psíquico - A quarta dimensão. No mundo psíquico, o espaço é transcendido. Um indivíduo que vive no mundo psíquico pode viajar, instantaneamente, através de grandes distâncias.
Discos Sagrados -ver Chakras.
Alma - Aquela parte de nós que é pura e não é afetada pela experiência terrenas. A alma está além da Idéia do Homem, além de toda manifestação. Ela nunca nasceu e nunca morrerá. È aquela parte de nós qualitativamente idêntica ao Absoluto. A alma é nossa essência divina, imutável e eterna.
Teose - o estágio final da evolução do eu, após ter passado pela experiência da matéria densa através de encarnações sucessivas. Reunificação com Deus.
Mundo das Idéias - Veja mundo Noético Superior.

FONTE: MARKIDES, Kyriacos C. O Mago de strovolos - o mundo maravilhoso de Daskalos, seus ensinamentos e suas curas espirituais. São Paulo. Ed. Pensamento, 2004.

O Mago de Strovolos - Um Caso do Oculto

Kiriacos C. Markides é um escritor de nacionalidade americana relativamente desconhecido. Nascido em Chipre, onde passou grande parte de sua adolescência e P.H.D. nos EUA, Markides interessou-se em certo momento de sua vida pelo sobrenatural e oculto. E descobriu que o "milagroso" não estava muito distante das terras onde cultivou seus tenros anos a brincar com os coleguinhas e ouvir estórias - muitas vezes inacreditáveis - dos homens e mulheres mais velhos. O "milagroso" estava na ilha de Chipre e tinha um nome: Daskalos (ou Daskale, conforme a declinação grega), o Professor Spyros Sathi ou aquele que o gente ignorante da localidade batizou de "O Mago de Strovolos", um estranho feiticeiro ou bruxo que, entre outras coisas, curava doentes terminais, salvava indivíduos em perigo a milhares de distância (como o fez no caso de um naufrágio), exorcizava espíritos reais de indivíduos que permaneciam em seu corpo astral (como os de um casal de nazistas que obsediava uma pobre jovem judia) ou reduzia à escravidão terríveis diabos (ou "elementais da natureza").
"O Mago de Strovolos" (título da obra homônima) não só é encantador como prende a atenção do leitor fortemente. Aparentemente improváveis, os fenômenos ali descritos acabam por ser aceitos como verdadeiros pelo pesquisador isento, uma vez que a lógica "esotérica" de Daskalos e suas digressões no campo das ciências ocultas dão, ao fim e ao cabo, uma explicação "racional" (se é que este qualificativo é válido em tais circunstâncias) a todas as coisas. As curas realizados pelo "homem do mal" são espantosas, mas como ele mesmo dizia a Markides:
"- Em primeiro lugar - respondeu Daskalos sorrindo -, estas curas sobre as quais você ouviu falar não foram feitas por mim, mas pelo Espírito Santo. Eu não sou mais que um canal dessa superinteligência. Se você vai testemunhar ou não um fenômeno chamado milagre, não é de minha alçada. Se for parte do Plano Divino que você presencie um milagre, então você presenciará. Mas não se pode fazer um milagre acontecer".
Os relatos de Kiriacos C. Markides, durante o longo período em que participou das reuniões na Stoa (o local onde Daskalos transmitia seus ensinamentos exotéricos e esotéricos, os últimos reservados a um restrito número de alunos, enquanto os primeiros eram divulgados seja pela palavra direta, apostilas mimeografadas ou fitas de áudio) dão nos conta de uma série de episódios geralmente associados às mais profundas clariaudiência, clarividência ou, por vezes, à mediunidade mais poderosa. Daskalos podia materializar total ou parcialmente, realizar viagens astrais enquanto permanecia, aparentemente, em vígilia, assumir o karma das pessoas, revigorando-as, exorcisar demônios e espíritos ruins (em geral, seres infelizes condenados a uma prisão no plano astral) e trabalhar como um auxiliar invisível.
O termo auxiliar invisível, cunhado no início do século XX pelo teósofo Charles Leadbeater, expressa a condição de um indíviduo (deva, adepto, discípulo do adepto ou mesmo um homem comum, na senda do progresso) que trabalha em prol de pessoas que sofrem, encarnadas ou desencarnadas, fazendo com que diminua seu sofrimento. Um auxiliar invisível faz exatamente o que Spyros Sathi faz , sendo que ele ainda era capaz de criar com seus pensamentos poderosas formas (formas-pensamento) que se transformavam em elementais que adquiriam vida. Tais elementais, como ele demonstra, podem ser bons ou maus. Um homem que pensa apenas em prejudicar um colega de trabalho, por exemplo, com desagradável insistência, pode criar um poderoso elemental que agiria como um ser vivo, agredindo a ele mesmo, em última hipótese.
Daskalos, segundo Markides, assim como seus discípulos, não extraía suas forças de si próprio. Era o apóstolo João, Iohanan, que atuava em seu corpo físico, realizando curas e explicando verdades ocultas às pessoas, do alto de sua sabedoria milenar. Um de seus dons mais sensíveis era o da assunção do Karma, que consistia em tomar para si mesmo uma parte do carma do indivíduo, livrando-o de uma doença merecida (carmicamente inevitável) ou mesmo da morte.
Como é relatado no livro, o processo nem sempre era indolor. Muitas vezes Daskalos era atingido por atrozes infecções ou até mesmo gangrenas. Por várias vezes foi desacreditado pelos médicos ou quase se submeteu a cirurgias de amputação de alguns membros. Não resistiu, no entanto, á quantidade de karma arrancado do marido de sua filha e teve um pé amputado. Apesar disso, jamais perdia o bom humor e, mesmo na cama do hospital, prosseguia em sua missão de auxiliar o próximo.
Se a literatura teosófica é um vasto oceano de conhecimento teórico, o livro de Kiriacos C. Markides constitui-se na mais alentadora comprovação empírica dos postulados do esoterismo e da Teosofia. Ainda que Daskalos pertencesse à secreta Fraternidade dos Pesquisadores da Verdade, inspirada pelo cristianismo ortodoxo grego e seu antigo simbolismo, suas idéias e práticas não se afastam muito da grande corrente do esoterismo moderno, consagrada pelos autores da Sociedade de Adyar (a Sociedade Teosófica).

To a Highland Girl - Para uma Garota das Terras Altas

Inspirado, ouso traduzir um poema do engenhoso William Wordsworth:
TO A HIGHLAND GIRL

(At Invernaid, upon Loch Lomond)

Sweet Highland Girl, a very shower
Of beauty is thy early dower!
Twice seven consenting years have shed
Their utmost bounty on thy head:
And these grey rocks; that household lawn;
Those trees, a veil just half withdrawn;
This fall of water that doth make
A murmur near the silent lake;
This litttle bay; a quiet road
That holds in shelter thy abode -
In truth together do ye seem
Like something fashioned in a dream;
Such forms as from their covert peep
When earthly cares are laid asleep!
But, O fair Creature! in the light
Of common day, so heavenly bright,
I bless Thee, Vision as thou art,
I bless thee with a human art;
God shield thee to thy latest years!
Thee, neither know I, nor thy peers:
And yet my eyes are filled with tears.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Gurdjieff Again

I really admire Gurdjieff's teachings. They could seem strange and pure non-sense for a first reader, but the whole system is full of ancient wisdom. I found him through Oupensky's books, in a a very difficult moment of my life when i even thought in suicide (what a beautiful guy the world would lose...). Gurdjieff told me that we have to "work" our centers (intelectual, instinticve, emotional and so on) harmonically, not only by written knowledge but also with music and sacred dances. It was something like a divine revelation for me! For the first time i understood that i read a lot of books and was still a dull, a completely stupid... I didn't have any conscience of myself, i did'nt know myself, can you understand? This is the essence of his teaching, the need to remember ourselves our the time through an intensive "work", developed in a "school". We can't do this alone, we need others to show our fails. It's a hard task and Gurdjieff was hard, but its the only for us, the "fourth way".

terça-feira, agosto 15, 2006

Georges Gurdjieff

O ensinamento de Gurdjieff foi transmitido de forma clara para o Ocidente por seu discípulo, Peter Ouspensky, a quem o Mestre permitiu que fossem tomadas notas de suas conferências em Moscou, São Petersburgo e outras cidades da Rússia. O fruto deste trabalho resultou no livro "Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Encontro com o Milagroso" que traça de maneira magistral e didática as principais lições do Mestre greco-armênio, que residia então na Rússia. Mesmo separado no futuro de seu instrutor, Georges Gurdjieff, P.D. Ouspensky jamais deixou de orientar-se pelas lições tomadas pelo Mestre, particularmente em seu próprio círculo em Londres onde desenvolvia o "trabalho".
Após sofrer um grave acidente automobilístico em meados dos anos 30, Georges Gurdjieff dedicou-se a escrever seus livros, dando origem à trilogia composta por "Relatos de Belzebub a seu Neto", "Encontros com Homens Notáveis" e "O Mundo só é Real quando eu Sou". O segundo livro foi filmado nos anos 80 por Peter Brooks - assessorado pela Sra. De Salzmann, sendo chamado, em inglês "Meetings with Remarkable Men". O pensamento de Gurdjieff é extremamente vasto. A princípio, pode-se dizer que pretende investigar o que chama de "fábrica humana" sob o ponto o de vista da totalidade de seus centros (o motor, o intelectual, o instintivo e o emocional), harmonizando os diversos aspectos do ser.
Neste ponto, é fundamental desenvolver o "conhecimento de si", por meio da "observação de si", o que nos ajudará a conhecermos a nós mesmos. Para tanto, Gurdjieff não se limita à palavra escrita, mas operava em seu "trabalho" com danças sagradas (trazidas de suas andanças pelo Oriente, em particular de seu contato com os "derviches" de Istambul e de outros países) e a música (mais tarde, transformadas em composições com a ajuda de seu discípulo De Hartmann. O próprio Gurdjieff se auto-denominava um "instrutor de dança".
O sistema de Gurdjieff é extremamente amplo, chamando a atenção do expectador por seu caráter lógico e o fato de que cada elemento se encadeia perfeitamente em uma concepção global. Todo ele parte do pressusto de que os homens estão dormindo, são máquinas ambulantes que não sabem o que fazem. O homem "desperto" é raro, sendo aquele que tem consciência de si. Muitos pensam que têm consciência, porém sequer imaginam do que isso se trata. Sempre que indagado sobre a reencarnação, Gurdjieff desviava a conversa para outro foco. Um aforisma que sempre repetia era de que a "alma é um luxo".
Em outras palavras, temos que conquistar níveis superiores do ser através de um intenso esforço, de uma luta contínua que a partir do choque entre uma força negativa e outra positiva resultaria em algo novo. O homem dotado de consciência ou vontade é muito raro. Gurdjieff costumava lançar mão nestas ocasiões de uma alegoria oriental bem profunda: a alegoria da carruagem. Nesta representação simbólica, o cocheiro era a mente, a corruagem o corpo físico, o cavalo o sentimento. O amo, a vontade.
No indivíduo comum estas partes estão dissociadas e muitas vezes o cocheiro não consegue empregar muito bem os arreios, conduzindo o cavalo. Outra representação usual de Gurdjieff era o dos diversos corpos do homem. Atingir cada nível diferenciado constituía um árduo processo de conquista (o corpo físico, o corpo astral, o corpo mental e o corpo causal). Além desses corpos, havia outros ainda mais sutis e aquele que conquistasse o topo seria infinito nos limites do universo. Todas as possibilidades do homem, para G. (como lhe chamavam os discípulos) estavam inscritas em um símbolo trazido do Oriente: O eneagrama.
O eneagrama também poderia ser expresso como oitavas da escala musical (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e se importância se traduz na idéia do choque, um princípio universal. Entre os tons da escala convencional há semi-tons, entre os intervalos mi-fá e si-dó que que devem ser preenchidos por "choques externos", caso contrário o ciclo não se complementaria. No caso da fábrica humana (didivida em três compartimentos, cabeça, parte intemediária (tronco) e membros, estes choques externos eram dados pelos alimentos, ou seja, o ar (tórax), o alimento (abdômem) e as impressões (cabeça/mente). Deste o mais importante eram as impressões, daí a máxima hermética: "para se fazer ouro, é preciso ouro".
O pensamento de G. englobava, antes de mais nada, uma profunda Cosmogonia que partia do "raio de criação". Este descendia do absoluto, passando pelos diversos mundos até atingir o planeta terra. À medida que avançasse, os mundos eram sujeitos a maior número de leis e maiores eram as restrições à liberdade humana. Na lua, que vem após a terra, o número de leis seria ainda maior que em nosso planeta (que conta com 48 delas). Sujeitos que somos a tão grande número de leis, somos escravos, autômatos em nosso próprio "lar" terrestre. No absoluto, por outro lado, não há leis.
OBS: Parte de nossa colaboração na wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/G.I.Gurdjieff

Budismo Pré-histórico

Não há nenhuma outra religião tão antiga quanto o budismo. Fora da exegese religiosa convencional e das correntes predominantes na "ciência" da história, só a visão esotérica da evolução do mundo pode assegurar, com razoável margem de certeza, a precedência temporal do budismo sobre todas as religiões. O budismo é anterior aos Vedas e seus cantos, os slocas, é anterior ao "manunsritti", o "Livro de Manu", é mais velho que as mais arcanas inscrições efetuadas pelos hierofantes egícpios e antes mesmo que as primeiras plaquetas em caracteres cuneiformes pudessem narrar a cosmogonia dos sumérios, já reinava absoluto na Atlântida o budismo, há 40 milhões de anos atrás.
Sidharta Gautama, foi apenas um dos "Budhas", o iluminado funcionários superior (superior mesmo ao "Christos") na hierarquia de seres que inspecionam a humanidade sob a ordem do manu supremo das raças. "Shidarta", o que alcança o alvo, o "Tattaghata" de de Sakhya, o Sakyamuni foi um dos avatares de Vishnu, como Rama ou Krishna e veio à Índia quando o bramanismo se havia degenerado em letra morta e e apodrecido, transformando-se nas mãos de "brâmanes" carnais (pois não o eram no "espírito") em instrumentos de opressão dos pobres, subjugados por uma "Lei de Manu" que convenientemente adulterada pelos "marajás" e "reis" estabelecia uma rígida divisão entre as castas e a tolerância para com toda a sorte de crimes hediondos cometidos contra as castas mais baixas, sobretudo os intocáveis.
O "bramanismo", à época da vinda do Gautama, havia se convertido em ritualismo formal, as fórmulas dos Vedas eram recitadas sem que o sacerdote, o "purohita", compreendesse sua significação maior, os Upanhishads quando lidos, não eram aplicados. Tanto a doutrina do Gautama Buddha não era original que já se encontra perfeitamente definida em suas linhas linhas mestras no "Baghavad" Gita e, um seu contemporâneo, fundador da ordem janaísta, em suma não difere dos budistas, exceto por seu radical apego a um conceito de compaixão que leva seus adeptos a temerem a morte do menor de todos os animais (até mesmo o germe, no limite).
Esse budismo de milhões de anos, este "budismo pré-histórica", é a primeira de todas as religiões simplesmente porque era a mais simples, lembrando os ensinamentos doa atual budismo "hinayana" (o "pequeno veículo"). O que defendia limitiva-se à nobre caminho óctuplo, as quatro verdades e a prática das perfeições (parâmitas), e o indivíduo através da contemplação, concentração e "samadhi" seria capaz de alcançar o nirvana e libertar-se do "sansara", o ciclo perpétuo da morte e da reeencarnação.
Foi este ensinamento simples do budismo ancestral, de milhões de anos atrás, que operou como matriz das principais religiões do mundo. A essência esotérica dos princípios transmitidos nos mistérios de todos os povos (como os de Elêusis, a cabala e outros) centrada na unidade entre o eu (Self) e o todo é uma herança desta religião originária, que nasceu nos tempos da Atlântida. Com o cataclismos que destruíram esta civilização, há uns 40 milhões de anos atrás, grupos de sacerdotes e alguns iniciados (que na antiga Índia do Decão eram chamados de Rishis) colonizaram terras do planalto iraniana e influenciaram as tradições das futuras tribos árias, que se espalharam pela Pérsia e Índia, neste último país dominando os povos de pele negra representados pelos "rakshasas" do Ramayana.
Como estes primeiros habitantes da Índia ariana eram ainda rudes e impossibilitados de compreender qualquer idéia em nível mais elevado de abstração, os antigos iniciados da Atlântida, a princípio, promoveram o sincretismo do budismo pré-histórico com as religiões politeístas dravídicas, o que perdura até hoje nos deuses animalescos adorados como devas pelo hindu ignorante (que não compreende o sentido altamente espiritual destas representações divinas). Com a vinda dos dois avatares de Vishnu, Rama e Krishna, consolidou-se a religião bramânica, a quintessência do antigo budismo, sob os auspícios do profeta Viyasa, que redigiou os mais célebres livros dos hindus. Estes rishis, inspirados pelo Logos, ditaram a seus discípulos os Vedas, a assim permaneceu viva a religião imemorial dos antepassados, os pitris.
Após a primavera da Kali Yuga veio então o Senhor Gautama, o novo avatar do Deus Vishnu (que sempre desce à terra para conservar a ordem cósmica) e através da sua palavra (sutras) e dos tratados de seus discípulos na Índia e no Tibete, instruiu os homens no verdadeiro conhecimento e lhes trouxe a consciência de si. Este é o budismo original restaurado, que existe "ad seculum seculorum".

Moisés, o Iniciado

Moisés era um iniciado egípcio. Amigo do Faraó no trono, discípulo dos sacerdotes de Tebas, iniciado nos sagrados mistérios de Mênfis. Moisés, como já fora dito anteriormente - o que descobri ter sido já apontado por Siegmund Freud - tem mesmo um sufixo patronímico de origem egípcia e comum a muitos velhos faraós. O antigo egito era a pátria da iniciação e, segundo Édouard Schuré, novo ainda, o futuro guia dos hebreus no deserto matara um egípcio que maltratava os pobres escravos das minas, o que o obrigou a fugir para a planície de Horeb, onde conheceu o etíope Jethro, que lhe deu as chaves da compreensão dos mistérios dos elohim e do Deus único.

Na Biblioteca de Jethro leu os vetustos livros sagrados dos caldeus, aprendeu os segredos ritualísticos arcaicos que futuramente viria a traduzir no Sepher Bérishit, seu livro sagrado. Este não é o mesmo Moisés que escrevera o Gêneses (este personagem jamais existiu e este livro foi na verdade redigido na Babilônia por rabinos doutores judeus exilados). Mesmo o relato original da grande cosmogonia esotérica que mais tarde se transformaria no "gêneses" foi escrito pelo Sacerdote egípcio Moshe em caracteres hieroglíficos antiquíssimos, cujo significado oculto e profundo foi se perdendo com o desenrolar do tempo à medida que as tábuas originais eram traduzidas para idiomas mais modernos como o egípcio de 4.000 anos atrás, os caracteres cuneiformes babilônicas, o fenício e o arameu. A capacidade de interpretação de uma escrita simbólica e oculta havia se perdido junto aos cantos e fórmulas mágicas dos iniciados no culto de Osíris.

Esta é uma das teses que Èdouard Schuré desenvolve em sua alentada obra "Os Iniciados", que em escala ascedente - como que obedecendo ao plano prévio traçado pela divindade para a humanidade - apresenta os grandes mestres do mundo, os avatares de Vishnu, Rama e Krishna, Hermes o Três Vezes Grande, Moisés, Pitágoras, Orfeu e Cristo. Moisés, como o grande e inconteste fundador do monoteísmo estrito no Ocidente recebe tratamento que julgo diferenciado. Sempre incompreendido, s empre envolto pelo mistério, tendo com frequência sua própria existência histórica negada, Moisés assoma na obra como um dos maiores iniciados de todos os tempos.
E quem é este Moisés? Um príncipe e Sacerdote egípcio. Se seus ensinamentos e o conteúdo dos primeiros capítulos do Gêneses permanecem obscuros (o "Velho Testamento" é um "mar de obscenidades), isto ocorre porque foram perdidas na poeira do tempo as chaves de ouro para sua correta interpretação, uma vez que estes foram escritos em antiquíssima língua com tipos hieroglíficos que já eram desconhecidos até mesmo de parcela da casta sacerdotal. As incursões de filólogos, lingüistas e dos "cientistas" da religião foram quase repetidamente infrutíferas quando se tratava de desvelar o sentido interno destas obras, pois ora se recorriam a toscas interpretações alegóricas, ora se socorriam da "letra fria" da escritura, a exemplo dos protestantes que não aceitam nenhuma leitura mais ou menos liberal da letra bíblica.

Muito provavelmente todo o segredo sobre as origens de Moisés esteja perdido, ao menos todo e qualquer dado primário ou secundário que nos ajude a decifrar o enigma de sua existência e obra. Fora dos colégios iniciáticos e das Escolas de Mistérios não resta alternativa para o conhecimento desse assunto, que permanecerá sempre tocado com um leve sussurro de ouvido pelo mestre.

segunda-feira, agosto 14, 2006

A Alquimia da Felicidade Perfeita - Notas

‘Arabî, Ibn. A alquimia da felicidade perfeita. São Paulo, Ed. Landy, 2002.

Observação: traduzido por Roberto Ahamad Cattani

“2. A Alquimia representa a ciência que tem por objeto as proporções e as medidas atribuídas a tudo o que comporta a proporção entre os corpos físicos e os conceitos metafísicos, na ordem sensível e na ordem inteligível. Seu poder soberano reside nas transmutações, quero dizer, nas mudanças de estado por influxo da ‘Fonte Única’ (al-‘Ayn-Al-wâhida). A alquimia é uma ciência natural, espiritual, divina. Nós a declaramos, de fato, uma ciência divina, pelo fato de que ela traz a harmonia estável, motiva o descanso epifânico e a íntima solidariedade (entre os seres): e pelo fato de que ela manifesta os Nomes divinos por influxo do ‘denominado divino’ (al-Mosammâ al-Wâhid), segundo a grande diversidade de seus conceitos metafísicos.
Dísticos

“3. Encontra-se o Objeto (da Busca), encolhido entre uma dobra escondida e um fluxo alastrado. Da mesma forma que o ‘como’ (kayf) e o ‘quanto’ (kamm) revelam proporções. Em virtude disso, nossos veículos corporais erram em busca dos vestígios de sua simplicidade primária. Este extravio realça um mistério inviolado. A revelação do ser é portadora de sentenças que ela legifera, e a justa sentença situa-se entre uma interdição e uma prescrição”.
A Ciência do Elixir e suas duas vias de aplicação
“4. A alquimia é a ‘Ciência do Elixir” (“ilm bîl-lksîr) que comporta duas vias de aplicação. Quero dizer que sua ação pode consistir: tanto em produzir uma essência ab origine, como o ‘Ouro Mineral’ (Dhahab ma’dinî), quanto em eliminar um mal e uma moléstia, como faz o “Ouro da Obra” (Dhahab sina-i), que está ligado ao Ouro Mineral, assim como a constituição do outro mundo e aquela deste mundo estão ligadas na aspiração de ambos ao justo equilíbrio”.

O Arquétipo Único” dos Minerais e as vicissitudes de sua formação

“5. Aprenda então que todos os minerais remetem a um ‘arquétipo único’ (Al wâhid). Este arquétipo exige ser religado ao Grau de Perfeição representado pela “aureidade” (dhahabîya). Entretanto, esse Arquétipo ainda é um objeto natural, proveniente do influxo de certos Nomes divinos, cujo impacto pode manifestar-se de várias formas, ele pode ser afetado durante a progressão, por males e enfermidades, provocados pela oposição de períodos e das naturezas (elementais) inerentes às localidades que atravessa – como a natureza quente do verão, a natureza fria do inverno, a secura do outono, a umidade da primavera – e devidos à própria jazida da mina, a seu calor e frieza”.

A Conjunção Alquímica do enxofre e do mercúrio e a concepção do Mineral

“6. Resumindo, muitos são os males (que afligem o Arquétipo mineral). Quando um desses males predomina sobre o Arquétipo durante certos períodos, ele propaga-se e dinfunde-se de fase em fase e leva o Arquétipo a emergir da condição de um ciclo para introduzi-lo na condição de outro ciclo. Esse fator poderoso implanta-se então no Arquétipo mineral, no qual produz a aparição de uma ‘forma’ destinada a conduzir sua substância a uma realização completa. Essa forma geradora é denominada “enxofre” (kibrît), ou ainda “mercúrio” (zîbaq). São os genitores do que, depois de sua conjunção e do seu acasalamento, aparece na forma de minerais (ou metais, ma’âdin), por causa de alguns males que atingiram o filho (que eles conceberam). Enxofre e mercúrio então se unem e se acasalam para engendrar uma substância nobre, de perfeita constituição, chamada Ouro.
7. Graças a esse Ouro, os pais são enobrecidos, pois esse é o grau (de Perfeição) ao qual eles ambos aspirava quanto à sua própria substância – embora com as restrições de que esse Arquétipo é um ‘pneuma’ no domínio das coisas divinas e um vapor (bukhâr) na Natureza, e de que os pais (ou genitores) são um objeto concreto e uma realidade natural. É por isso que especificamos claramente que esse produto é aquele ao qual os dois aspiravam ‘quanto à sua substância’, e não quanto à sua forma específica. Porque a condição apropriada para a substância material relaciona-se às formas. Então, quando o mal que atingiu o Arquétipo no seio da mina foi embora e transformou-se em enxofre e mercúrio, sabemos que ambos tinham o poder de agir. Se os pais não padeceram nenhum mal suscetível de afastá-los do princípio do ‘equilíbrio das naturezas’, desviando assim o Arquétipo do seu caminho normal, bem, a criança que eles geraram constitui o produto no qual as suas respectivas essências transmudaram. A sua conjunção se perfará no Grau da Pefeição, ou seja: o Ouro que todos cobiçavam desde a origem.
A gênese do mineral e suas analogias com o ser humano
“8. Quando os genitores conjungiram-se e acasalaram-se no seio da mina, conforme a natureza intrínseca desse mineral específico, e contanto que ele esteja em condição de receber o influxo natural do tempo apropriado (no mento da sua concepção), eis o mineral encaminhado numa ‘via reta’, em tudo semelhante ‘à natureza primordial que Deus empregou para constituir os seres humanos’, pois, mais tarde, são os pais da criança que (desviando-a da sua natureza primordial) farão dela um judeu, um cristão, um masdeísta.
Da mesma forma (para os minerais), se é só o componente do pai (o enxofre) que se acumula no filho por uma incidência de ordem mineral em virtude de um acidente no tempo, neste caso uma das propriedade elementares predominará sobre suas homólogas. Ela crescerá e se desenvolverá às custas das outras e estas irão enfraquecendo sob o impacto da propriedade elementar que se tornará exclusivamente preponderante no seio da substância. E isto por causa do que a essência desta propriedade lhe traz, essência que cria o obstáculo à via do justo equilíbrio, estrada de peregrinação, graças à qual emergirás (do mundo terrestre) em direção à cidade maravilhosa (al-Madînat al-fâdila), que é inteiramente de ouro e perfeito. Aquele que a alcança, em verdade, nunca mais deverá submeter-se às transmutações transitórias em formas de ser deficientes. Então, quando essa propriedade elementar predomina (sobre as outras) no seio da substância, a sua fonte fundamental fica corrompida, e é então a forma do ferro que aparece, ou aquela do cobre, do estanho, do chumbo, ou ainda da prata, dependendo do elemento preponderante. Com isso, podes entender a palavra de Deus enunciando ‘harmoniosamente formado e disforme’ (Alcorão. 22.5). Isto é: de constituição perfeita, só pode tratar-se do Ouro, de constituição imperfeita, são os demais metais.

PONTO CHAVE:
“As transmutações são um absurdo”; a alquimia da visão e a função da faculdade “imaginal”.
69. Se és perspicaz, estás agora iniciado na ciência que diz respeito às ‘formas dos existentes que vês’. Concordarás que esta ciência é de primeira, já que não poderias ficar sem ela, mesmo menosprezando-a . Parece-te evidente que as transmutações são um absurdo. Deus fita através de alguns dos seus servidores, e estes percebem a vara como uma serpente, embora seja mesmo uma vara. É um ato de percepção divina, que para nós é ‘imaginal’ (Khayâli). O mesmo acontece com todos os existentes (visíveis). Olhe, isto é uma pedra inerte, insensível, incapaz de falar, sem vida. Não dirias: eis um vegetal, eis um animal dotado de sensação e de percepção, eis um homem dotado de razão. Pois é teu olhar que te informa sobre tudo isso.
70. Suponha que outro individuo se ponha a observar contigo. Ele vê e escuta as saudações das pedras, dos vegetais e dos animais. Pois as duas experiências são verdadeiras, e a faculdade que empregas para negar o que o outro sustenta é a mesma faculdade que ele está usando. Cada um dos dois ampara-se numa prova idêntica, e mesmo assim as suas conclusões são diferem. Em nome de Deus! O bastão de Moisés sempre fora uma serpente sem cessar de ser um cajado, tudo isso simultaneamente no mesmo objeto? De fato, a visão de cada um dos homens não pode perceber o que é o objeto em si. Já constatamos este fato, e dessa forma tomamos consciência do que representa a visão de uma individualidade concreta. É a visão de um ou do outro, a partir de uma essência única, imanente à primeira manifestação e a nenhuma outra, imanente à segunda manifestação e à nenhuma outra”.

A alternância das relações de identidade

71. Diga então: Deus! Diga: o mundo! Diga: sou eu! És tu! É ele! É tudo isso junto no âmbito dos pronomes pessoais. Isto se prolonga indefinidamente sem interrupção. Zayd afirma, no fundo de ti mesmo é ele! E é Omar! E ele diz de ti: és tu! Tu dizes de ti: sou eu! Então sou idêntico a ti (o olho de ti mesmo), e sou idêntico a ele (o olho dele mesmo); e todavia não sou que me identifico a ti, ou a ele. De forma que os relacionamentos de identidade alternam, indefinidamente. São mares transbordantes, sem fundo nem margem. A sublimidade do meu Senhor está escondida nessas ‘partículas de ouro’, e se chegardes a conhecer o que eu entendi, saboreareis a deleitação da eternidade, experimentareis o temor que não dá descanso à pessoa. O próprio desmoronamento da montanha foi a prova da sua solidez, e o fato de que Moisés retomou a consciência é a prova de que ele havia desmaiado (ver. 7. 143).
NOTA DO TRADUTOR: De fato, Ibn’Arabî é taxativo nesse ponto a cada vez que menciona, a faculdade dos sentidos (quwwat al-hiss) não é outra coisa que a faculdade ‘imagética’ (quwwat Khayâliya), que permite o místico visionário perceber a linguagem e as saudações dos objetos e das criaturas que vê como inertes. Há uma simples transformação da faculdade sensível na faculdade de percepção imaginativa. Estas mesma faculdade em Deus é designada como ‘ato de percepção divina’ (supra, & 69). Não são as formas percebidas que mudaram, é o órgão de percepção que se modificou. Da mesma forma que Moisés vê de repente seu cajado como uma serpente, e da mesma forma a coluna de ouro continua sendo uma coluna de mármores, quanto à substância primitiva.

terça-feira, agosto 08, 2006

Descrição Geral do Sítio De São Desidério


Localizado entre os municípios de Catolândia e São Desidério, próximos a Barreiras, um conjunto rochoso, com um extenso complexo de grutas, tornou-se uma das áreas mais procuradas para a prática do rapel e do caving em toda a Bahia. As grutas do Buraco do Inferno e do Sumidouro, por oferecerem bons obstáculos, estão entre as mais visitadas para os esportes. Já os menos ousados e iniciantes acabam optando pelo Paredão Deus Me Livre, um desafio considerado mais fácil, com cerca de 40 metros de altura.Na mesma região, no entanto, há uma atração ainda mais procurada, tanto pelo acentuado grau de dificuldade, quanto pelas variações que seu roteiro oferece. Para chegar até a Gruta do Catão, o aventureiro terá que primeiro vencer uma trilha de quase 100 metros, dificultada pelo terreno íngreme e pedregoso, mesclado a uma vegetação bastante densa. Dentro da gruta, o caving será inesquecível, exigindo grande esforço mas oferecendo uma beleza ímpar como recompensa.
Além de ser também excelente para o rapel, é através desta gruta que se pode chegar a um dos mais belos cartões postais da região oeste, a Lagoa Azul. Neste complexo de cavernas ainda há um sítio arqueológico com pinturas rupestres, um lago com um tipo de areia movediça e outras grutas menores, como a do Sítio Grande.
Localizado entre os municípios de Catolândia e São Desidério, próximos a Barreiras, um conjunto rochoso, com um extenso complexo de grutas, tornou-se uma das áreas mais procuradas para a prática do rapel e do caving em toda a Bahia. As grutas do Buraco do Inferno e do Sumidouro, por oferecerem bons obstáculos, estão entre as mais visitadas para os esportes. Já os menos ousados e iniciantes acabam optando pelo Paredão Deus Me Livre, um desafio considerado mais fácil, com cerca de 40 metros de altura.Na mesma região, no entanto, há uma atração ainda mais procurada, tanto pelo acentuado grau de dificuldade, quanto pelas variações que seu roteiro oferece. Para chegar até a Gruta do Catão, o aventureiro terá que primeiro vencer uma trilha de quase 100 metros, dificultada pelo terreno íngreme e pedregoso, mesclado a uma vegetação bastante densa. Dentro da gruta, o caving será inesquecível, exigindo grande esforço mas oferecendo uma beleza ímpar como recompensa.
Além de ser também excelente para o rapel, é através desta gruta que se pode chegar a um dos mais belos cartões postais da região oeste, a Lagoa Azul. Neste complexo de cavernas ainda há um sítio arqueológico com pinturas rupestres, um lago com um tipo de areia movediça e outras grutas menores, como a do Sítio Grande. OBSERVAÇÃO: TEXTO EXTRAÍDO DE http://www.bahia.com.br/viver_detalhe.asp?id=112. Fotos tomadas por Maria Júlia de Sá Trancoso no local, em julho de 2006.

segunda-feira, agosto 07, 2006

A entrada do sítio arqueológico de São Desidério já é magnífica. É sensação que nos proporciona é a de estarmos recuando milhões de anos na história da terra e tendo alguma especíe de contado com homens que deixaram de existir há milhares de anos. É simplesmente fascinante e, mais ainda, assombroso, inferir que gravuras tão deliciosamente harmônicas, de cores assaz vivazes, tenham sido produzidas por seres humanos como nós, não por extra-terrestres ou deuses.

Há milhares de anos atrás, como nas cavernas de Lascaux, o homem já raciocinava com perfeição e exercitava a sua veia artística, prenunciando o modernismo na idade das cavernas!

A aqui do lado uma estranha pintura rupestre. Mais parace uma inscrição que denota contagem de algo (será que não era)? De qualquer modo, no meu blog podem ser encontradas as principais fotos deste lugar maravilhoso. Basta acessar os links abaixo:

http://creomar.nafoto.net/photo20060804115438.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115057.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804121658.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804120651.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804120536.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804120432.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804120222.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804120432.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115528.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115515.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115528.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115515.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115500.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115448.html
Mais esses aqui:

http://creomar.nafoto.net/photo20060804115427.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115348.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115348.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115145.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804115030.html
http://creomar.nafoto.net/photo20060804114615.html

Deleitem-se!

Outras Pinturas Rupestres

A entrada do sítio arqueológico de São Desidério é encoberta por rios e riachos, cercados por encostas íngremes e vegetação luxuriante. É difícil imaginar como a milhares de anos atrás nossos ancestrais se locomoviam com tamanha desenvoltura em uma região não só de difícil acesso como também infestada de animais selvagens e inimigos beligerantes, fartamente ilustrados nas gravuras impressas por mãos
extradiornariamente hábeis nas cavernas de idade imemorial.

Neste ponto, selecionamos um conjunto de fotografias que nos dão um pouco do sentimento de "ambiência" e nos ajudam a captar a atmosfera deste local mágico, como aliás são todas aquelas raras porções de terra onde entramos em contato com nossas mais vetustas raízes enquanto homens.



Sítios como este são verdadeiras maravilhas arqueológicas, que só muito recentemente o Brasil aprendeu a preservar, dada nossa herança cultural que nos fazia esquecer de nossas próprias origens e da antiguidade de nosso povo.

Sítio Arqueológico de São Desidério





Além da região coberta pela famosa "Chapada Diamantina", a Bahia possui outros encantos naturais e dádivas da história no seu Oeste, geralmente identificado apenas com a produção da soja. No longínquo município de São Desidério, próximo a Barreiras e ao recém criado município de Luís Eduardo Magalhães, econtram-se algumas das mais lindas pinturas rupestres do país. Aqui estamos expondo para o deleite de nossos visitantes algumas fotos tomadas por nossa colega de trabalho Júlia Trancoso em viagem ao Oeste, a trabalho. Ainda que conheçamos Barreiras, foi sempre muito difícil para nós tirarmos fotografias desta inóspita cidade perdida nos confins do "hinterland" baiano.
São lindas imagens que sobrepostas às rochas das cavernas de São Desidério exibem um ar impressionista de enorme efeito sobre o observador (ver pintura acima). Com efeito, algumas dessas imagens sequer parecem ser reais. À visão do iniciante em matéria de "pinturas rupestres", é como se houvessem sido pintadas por algum engraçadinho que desejasse nos pregar alguma peça, tamanha sua beleza e aspecto de "modernidade", uma modernidade que já avança através de milhares de anos, sendo o resultado da impetuosidade e criatividade do elemento autóctone da região Nordeste do Brasi, que por milênios retratou sua vida cotidiana de lutas, sofrimentos e alegrias na rocha bruta.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Dharma e Sharia

Sobre a questão do "Dharma, Murilo Nunes de Azevedo foi feliz em destacar sua funcionalidade e relação próxima com a ordem cósmica (Rta) na religião védica (em "O pensamento do extremo oriente. Pensamento.São Paulo, 1993"). Leia-se o seguinte excerto:
O hindúísmo, baseado nos vedas, é a mais antiga religião do mundo que ainda se mantém viva. É como um vasto oceano que contém profundidades tão insodáveis que nem um gigante pode alcançar e poças onde as crianças podem brincar. Quanto mais a estudamos, mais nos sentimos iluminados pela beleza de seus conceitos. Sua idéia básica é a da Lei. Essa lei, que nos Vedas é apresentada como Rta, viria adquirir posteriormente a características de Dharma. Como afirma um texto védico: “O dharma é aquilo que mantém unidos as pessoas e o Universo”. Aplica-se desde o cosmo até a nossa vida diária – uma vida que poderá tornar-se feliz, tranqüila e benéfica para todas as criaturas. As relações humanas, que hoje tanto são estudadas, podem ser perfeitas quando baseadas na Lei Suprema do Dharma. O verdadeiro ariano é aquele que vive a vida de acordo com a Lei".
Com relação à especificidade do islamismo - e sua diferença do cristianismo, ao qual se revela superior dada a existência de regras a serem observadas, em "Introdução ao Islã" se lê
A Sharia, ou Lei, é a dimensão exterior. Outra idéia-chave do Islã é a totalidade das prescrições, consideradas de origem divina, ao homem. Baseia-se essencialmente no Corão, mas também nos ditos (hadiths) e práticas (sunnah) do Profeta, no consenso da comunidade (ijma) e finalmente no raciocínio analógico, se necessário.



A Sharia diz como o muçulmano deve viver tanto em sua vida privada como social. É um guia para as ações e engloba toda faceta da vida humana, dando um significado religioso a todos os atos. Diz como o muçulmano deve se comportar, como fazer negócios (a usura, aliás é proibida), como portar-se à mesa etc.
O cristianismo, por não possuir uma Shariah, uma lei revelada para o domínio social – e tendo recusado a lei judaica, encarada como uma ‘letra que mata’, como diz o Evangelho, em nome do ‘espírito que vivifica’ – é visto pelos muçulmanos como uma ‘tariqah’, isto é, uma via exclusivamente contemplativa, sem a correspondente lei revelada. Quando o cristianismo sai da clandestinada e se torna uma religião das massas e do próprio Estado, contudo, viu-se obrigado a incorporar uma lei, a romana, ‘exoterizando’ uma via originalmente esotérica.
Do mesmo modo que o Sufismo, a Shariah está baseada no Corão e na Sunnah (os costumes, os ditos, a ‘prática’) do Profeta; a lei, contudo, interessa-se apenas pela vida ativa, e não pela vida contemplativa. Se o Sufismo visa ao amor e o conhecimento do divino, e à santificação ainda nesta vida, a Shariah visa à salvação póstuma da alma mediante o cumprimento de determinadas ações. A lei islâmica diz o que pode e que não pode ser feito pelo fiel para ganhar a salvação; já o sufismo enfatiza antes as práticas contemplativas, como as litanias, a khalwah (retiro espiritual) e a invocação (dhikir), como meios seguros para chegar a Deus, aqui e agora”.

Ação, devoção e conhecimento, são universalmetne tidos, como os três modos principais da vida espiritual. Na Índia recebem o nome de Karma, Bhakti e jnana. No sufismo são conhecidos como makhâfa (temor), mahabah (amor) e marifah (conhecimento) (...)".

terça-feira, agosto 01, 2006

O Dharma e o Islamismo - Religião Superior

Não distou deste padrão a longa noite da Idade Média na qual mergulhou a humanidade, ou o que soçobrou da “débâcle” do império romano. Ao lado de uma Bizâncio bárbara e decadente, as dezenas de pequenos reinos e feudos só contavam com uma nesga de cavalheirismo fútil e um sistema de relações entre as classes sociais antes marcado pelo medo que por apego genuíno e um conjunto de princípios morais. A Igreja, submergida na dissolução dos mosteiros e nos crimes horrendos dos papas no Palácio de São Pedro estava longe de impor quaisquer regras válidas de moral e o Ocidente quase sucumbiu, pouco após a primeira metade do primeiro milênio, aos golpes rudes e certeiros da nova fé que avassalava o Ocidente e Oriente, o Islã.

A nova religião sacudia um mundo de hipocrisia, padres corruptos e reis assassinos, que exerciam o poder por meio da perfídia e da espada. Oferecia idéias simples e, ao contrário do cristianismo apodrecido – e próximo ao hinduismo – concebia um esoterismo ou misticismo – mais apropriadamante desenvolvido na tradição sufi – junto a um exoterismo espelhado nas práticas cotidianas do islã, como a oração voltada para Meca, o jejum e as leituras públicas do islã. O “exoterismo” da crença muçulmana fundava-se na “sharia”, a Lei Islâmica a que todos deveriam obedecer, o “esoterismo” na “haqiqa” e em técnicas de meditação empregadas sob escolas de mistérios.

A “sharia” ou o “dharma hindu na fé muçulmana” trazia ao mundo, finalmente, uma fonte pulsante e monumental de responsabilidade e temor a Deus e aos homens. A submissão covarde e pouco viril ao désposta feudal era substituída pela observação criteriosa de uma coleção de preceitos religiosos que versavam desde a higiene e a alimentação ao trato com esposas, filhos e amigos. Não havia conhecimento de Deus ou esoterismo sem exoterismo, sem a diária observância da “sharia”. A “sharia”, inclusive e devidamente modificada por influências locais – estabelecia normas de convívio e tipificava as relações entre classes e grupos da sociedade. Embora em menor escala que o “código de Manu”, os comentadores tradicionais do “alcorão” e senhores muçulmanos da Lei lograram impor a fração significativa do globo um sistema de regras que trazia novamente à baila a ética e resgatava princípios de convivência.

É a “sharia” islâmica que até hoje garante a superioridade moral do indivíduo islâmico em comparação com os cristãos, que cultivam toda sorte de vícios e despudor. Esta enorme excelência ética de homens e mulheres das nações islâmicas traduz-se em seu padrão de vida mais elevado e na felicidade que aparentemente grassa em seus lares, em que filhos ainda respeitam pais e onde ainda tem prioridade à obediência, a ordem e o respeito.
Enquanto um grande percentual do orçamento mensal de um pai de família ocidental é dispendido em bebidas alcoólicas ou fumo, havendo um pequeno saldo para sustento dos filhos, o mesmo não ocorre nas nações islâmicas, onde a simples proibição do consumo de álcool é responsável pela manutenção de um “excedente” que pode resultar na compra de alimentos e outros itens de consumo da família.

O muçulmano mais integrado à sociedade e temente aos rigores da “sharia” inclina-se bem menos à violência doméstica ou a atos criminosos que possam resultar em dano para seu semelhante, o que lhe acarretaria terrível danação nesta vida e no além túmulo.

Regras e o "Dharma" - II


No mundo ocidental nunca houve algo que se equiparasse totalmente ao “dharma” hindu. Talvez a “Paidéia”, o ideal helênico de vida que realçava a importância da educação e a prática da virtude ou a profunda ética latente no mundo romano que repousava nas virtudes preconizadas pelo estoicismo e o epicurismo, religiões da natureza externa e interna. Mas ainda que mesmo a Roma dos césares e a Grécia heróica pudessem ter suas castas e sub-castas e como rebentos também de uma ancestralidade no todo hindo-européia pudessem exibir suas regras de conduta, estas jamais chegaram ao grau de detalhamento de um “Código de Manu” e impregnaram com tamanho vigor a produção religiosa e a cultura destes povos.

Toda a mitologia grega, sua vasta produção literária e teatral, o testemunho de seus grandes historiadores, sua filosofia desde os tempos os áureos, tudo o que nos restou daquela magnífica civilização atesta a elevada estatura emprestada aos princípios éticos e às regras de conduta naqueles tempos. São a hospitalidade e caridade – deveres imorredouros entre os antigos gregos - que emprestam às velhas lendas do Olimpo suas cores mais vivazes, Os deuses gostavam de se disfarças de velhos e testar a receptividade e amabilidade dos humanos para com eles, seu “dharma”, se é que assim se pode dizer.
Acalentando a virtude no cotidiano, o romano dos primeiros dias da “cidade sagrada” moldava sua vida em conformidade com os mais elevados e puros princípios éticos. A honra e a lealdade eram virtudes máximas. A fortaleza de alma, a temperança e a caridade corporificavam a “tríade” moral inscrita no coração do verdadeiro cidadão, ulteriormente apropriada pelo próprio catecismo católico.
Para o autêntico habitante de Roma ou o homem afinado com seu tempo, bastava um prato com alimentação frugal, ou pouco de água, pão e vinho para saciar sua sede e fome. Móveis rústicos, uma cama simples, hábitos viris como o exercício físico e a prática do jogo de bola eram suficientes para preservar-lhe a disposição guerreira. Muito da resignação romana face à morte e o apego à ética em vida resta em antigas lápides funerárias.
Homo es: resiste et tumulum contempla meum.iuenis tetendi ut haberem quod uterer.iniuriam feci nulli, officia feci pluribus.bene vive, propera, hoc est veniundum tibi”.

Este padrão comportamental também era um “dharma”, no sentido que se lhe dá de conjunto de “regras de conduta”. Ao longo dos séculos a prevalência desta ética – fortemente ligada ao período glorioso da civilização romana – foi a principal responsável pela conservação das instituições e dos princípios que governavam aquela gente. Apenas com o cristianismo e seu simulacro da doutrina fundada pelo Senhor Cristo sobreviria a degradação daqueles ânimos e o desgaste de tamanha têmpera, capaz de resistir atrevidamente ás arremetidas dos bárbaros e ao cadinho contaminado pelas superstições orientais.
Se Roma foi grande enquanto perdurou seu código de obrigações mútuas e valores morais, na a “Magna Grécia” não foram muito diferentes os acontecimentos. Séculos se passaram de esplendor até que em meados dos anos III. D.C. a outrora grandiosa civilização helênica sucumbia ante a voracidade dos primitivos seguidores de qualquer coisa, exceto a pregação do Cristo.
Essa gente lançou por terra os Deuses do Panteão Olímpico sem trocá-los por nada consistente ou honrado, e o que pouco que restara da venerável virtude grega nos trouxeram os monges copistas ao reproduzirem algumas relíquias do passado. Nada de bom, honrado ou que incutisse a mínima noção de “regras de comportamento” ou ética permaneceu erguido na Bizâncio Cristã, onde os imperadores eram friamente assassinados e as intrigas palacianas não poupavam sequer os laços de sangue entre filhos e pais.