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terça-feira, agosto 01, 2006

O Dharma e o Islamismo - Religião Superior

Não distou deste padrão a longa noite da Idade Média na qual mergulhou a humanidade, ou o que soçobrou da “débâcle” do império romano. Ao lado de uma Bizâncio bárbara e decadente, as dezenas de pequenos reinos e feudos só contavam com uma nesga de cavalheirismo fútil e um sistema de relações entre as classes sociais antes marcado pelo medo que por apego genuíno e um conjunto de princípios morais. A Igreja, submergida na dissolução dos mosteiros e nos crimes horrendos dos papas no Palácio de São Pedro estava longe de impor quaisquer regras válidas de moral e o Ocidente quase sucumbiu, pouco após a primeira metade do primeiro milênio, aos golpes rudes e certeiros da nova fé que avassalava o Ocidente e Oriente, o Islã.

A nova religião sacudia um mundo de hipocrisia, padres corruptos e reis assassinos, que exerciam o poder por meio da perfídia e da espada. Oferecia idéias simples e, ao contrário do cristianismo apodrecido – e próximo ao hinduismo – concebia um esoterismo ou misticismo – mais apropriadamante desenvolvido na tradição sufi – junto a um exoterismo espelhado nas práticas cotidianas do islã, como a oração voltada para Meca, o jejum e as leituras públicas do islã. O “exoterismo” da crença muçulmana fundava-se na “sharia”, a Lei Islâmica a que todos deveriam obedecer, o “esoterismo” na “haqiqa” e em técnicas de meditação empregadas sob escolas de mistérios.

A “sharia” ou o “dharma hindu na fé muçulmana” trazia ao mundo, finalmente, uma fonte pulsante e monumental de responsabilidade e temor a Deus e aos homens. A submissão covarde e pouco viril ao désposta feudal era substituída pela observação criteriosa de uma coleção de preceitos religiosos que versavam desde a higiene e a alimentação ao trato com esposas, filhos e amigos. Não havia conhecimento de Deus ou esoterismo sem exoterismo, sem a diária observância da “sharia”. A “sharia”, inclusive e devidamente modificada por influências locais – estabelecia normas de convívio e tipificava as relações entre classes e grupos da sociedade. Embora em menor escala que o “código de Manu”, os comentadores tradicionais do “alcorão” e senhores muçulmanos da Lei lograram impor a fração significativa do globo um sistema de regras que trazia novamente à baila a ética e resgatava princípios de convivência.

É a “sharia” islâmica que até hoje garante a superioridade moral do indivíduo islâmico em comparação com os cristãos, que cultivam toda sorte de vícios e despudor. Esta enorme excelência ética de homens e mulheres das nações islâmicas traduz-se em seu padrão de vida mais elevado e na felicidade que aparentemente grassa em seus lares, em que filhos ainda respeitam pais e onde ainda tem prioridade à obediência, a ordem e o respeito.
Enquanto um grande percentual do orçamento mensal de um pai de família ocidental é dispendido em bebidas alcoólicas ou fumo, havendo um pequeno saldo para sustento dos filhos, o mesmo não ocorre nas nações islâmicas, onde a simples proibição do consumo de álcool é responsável pela manutenção de um “excedente” que pode resultar na compra de alimentos e outros itens de consumo da família.

O muçulmano mais integrado à sociedade e temente aos rigores da “sharia” inclina-se bem menos à violência doméstica ou a atos criminosos que possam resultar em dano para seu semelhante, o que lhe acarretaria terrível danação nesta vida e no além túmulo.

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