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terça-feira, agosto 22, 2006

Por que Ressurgiu o Ocultismo?

Muitos se perguntam por que se deve ser um ocultista. A resposta é menos trivial do que se imagina, uma vez que o conceito que se tem do "ocultismo" na sociedade atual - que vem se consolidando como pré-conceito - desde o final do século XIX é que ele em si é uma seara de charlatães ou loucos extravagantes ou então como uma alegre reunião dos chá das cinco de um grupo de Senhores interessadas em cultivar mais um hobby ingênuo que preencha seus dias tediosas.
Este mito não deixa de ter suas razões para existir. Naquele tempo o ocultismo havia se tornado um passatempo para os nobres e, ulteriormente, para uma pequena burguesia enfastiada com os seus afazeres cotidianos e assustada com o capitalismo agressivo que lhe roubava todas as esperanças de restauração de uma Era Cavalheiresca que havia sido definitivamente enterrada com a queda da Dinastia dos Bourbón e o fim de uma elite cultural que animou a Europa por séculos, agraciada por seus dias de infindável descontração.
Mas a explosão do espiritualismo no velho continente e nos Estados Unidos em meados do séculoXIX, com os fenômenos das mesas girantes e materializações de "espíritos" em reuniões por toda a parte, com todo o rol de bizarrias e pantomima que as acompanhavam, acabou por acarretar uma série de investigações sobre os casos, envolvendo até escritores famosos com Arthur Conan Doyle ou, inacreditalvemte, o velho companheiro de Karl Marx em seus estudos do materialismo direto, Friedrich Engels, que escreveu "Uma Investigação no Mundo dos Espíritos", que não logrou sucesso em desmascarar os citados fenômenos.
Tão grande era a extensão do "fenômeno espírita", que um social-democrata destacado como Friedrich Engels viu-se obrigado a interromper a redação de seus livros e o trabalho junto aos movimentos sociais para dedicar-se ao estudo do paranormal, sendo levado a concluir que qualquer julgamento sobre os eventos de outro mundo ficava circunscrito ao terreno da razão, sendo francamente impossível provar sua veracidade ou não somente através da experimentação.
No século XVIII a Europa já havia sido invadida por uma onda ocultista sem precedentes. Ao invés do medo reinante nos séculos XVI e XVII, apogeu dos filósofos e rosa-cruzes e místicos como Swedenborg, Paracelso e os alquimistas de origem medieval (que com centenas de anos não aparentava mais de 40), Clagliostro, Saint-Gérmain e um amontoado de figuras sinistras se avolumavam nas cidades européias. O ápice do movimento foi a publicação das obras de Èliphas Lévy e Papus, nomes hebraicizados de Alphonse Louis Constant e Gérard Encacusse, principais responsáveis pelo resgaste da Caballa medieval e antigas fórmulas mágicas entre os europeus da revolução industria.
"Demon est Deus Inversos". Com este motto, Lévy conquistou centenas de adeptos no continente e na Inglaterra, e com as promessas de invocação de espíritos e o domínio de rituais mágicos antes ocultos dos olhos curiosos das massas, o moderno ocultismo europeu - uma obra de Lévy e Papus - tornou-se a coquecoluche do europeu mediano. Com o advento do movimento espiritualista - só mais tarde identificado com o atual kardecismo - estavam reunidos os elementos para a explosão da mais fantástica revolução religiosa desde Lutero e o protestantismo. Desta vez não estava em cheque a fé cristã, mas a própria noção européia de espiritualidade e as idéias consagradas sobre Deuses, Santos e Demônios.
O "ocultismo" trazia uma nova perspectiva. Antigas ciências como a alquimia e a caballa eram reabilitadas. Os segredos do Tarot e da numerologia eram trazidos à público. Os rituais mágicos eram pela primeira vez explicados sob a luz de uma tênue razão. As velhas ordens maçônicas e rosa-cruzes, já embotadas pela burocracia e o formalismo, eram vivificadas pelo verdadeiro e imorredouro misticismo. Era uma explosão de religiosidade de novo tipo, como que se Ìsis e Vênus voltassem a viver e o esplendor do antigo Egito e do Mundo de milhares de anos atrás emergisse do portal do tempo. Estava aberta a porta para o nascimento - ou melhor dizendo, renascimento - da Theosophia, a Sabedoria Divina, que teve em Helena Petrovna Blavatsky, uma nobre de origem russa, sua maior expoente e nobre fundadora.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tem um site na internet ocultismo.hol.es que tem excelentes artigos sobre esses assuntos.

Andreia Ramos disse...

hehe que bom, um site recomendado! queria saber é se alguém mais sabe de um site com livros de ocultismo, até só sei deste:
http://portugues.free-ebooks.net/categoria/Ocultismo

obrigada desde já!