Gurdjieff

Gurdjieff
Quem é Gurdjieff?

domingo, julho 20, 2008

Castelo Interior

Um grande castelo de ferro dotado de uma cruz em seu cimo exótico. O formato é abaulado, há uma grande cúpula no alto que ampara a cruz. A obra é levemente inclinada para a direita. Ao lado há duas peças de ferro, semelhantes a bobinas, entre as quais circunda uma energia qual eletricidade. Está situado em um parque isolado por cercas e a seu lado caminham as pessoas tranquilamente. Há um parque de diversões próximo chamado de "Parque Egípcio". Antes disso me encontro entre um grande amigo que desaparece e um rapaz com muletas o contesta acerbamente. Eu o ataco antes de partir em direção ao palácio feito de ferro. Tudo é um grande mistério.

"Teosofia" e Teosofias

Alguns amigos e amigas insistem em reanimar o vetusto debate sobre a essência da Teosofia. A Teosofia ou “Sabedoria Divina”, “Brahma Vhydya” é muito anterior a Madame Blavatsky e à Sociedade Teosófica, o que em si não é novidade, sendo reiterado em inúmeras ocasiões pela mesma. O nome nos foi transmitido pelos filósofos alexandrinos, os ”philaletheus” ou “aquele que ama a verdade” e “(...) o nome Teosofia data do terceiro século da nossa era e foi introduzido por Amônio Saccas e seus discípulos, os quais iniciaram o Sistema Teosófico Eclético”. E continua: “O objetivo principal dos fundadores da Escola Teosófica Eclética era um dos três objetivos de sua sucessora moderna, a Sociedade Teosófica, ou seja, reconciliar todas as religiões, seitas e nações sob um sistema de ética comum, baseado em verdades eternas”. E ainda: “A ‘Religião-Sabedoria’ era una na antiguidade; e a uniformidade da filosofia religiosa primitiva é comprovada pelas doutrinas idênticas ensinadas aos iniciados durante os MISTÉRIOS, uma instituição universalmente difundida em outros tempos. ‘Todos os alunos antigos indicam a existência de uma única Teosofia anterior a eles. A chave que desvendar um terá de desvendar todos os outros; de outra forma não poderá ser a chave verdadeira’”.
Não somente posterior aos divinos teósofos das luzes como Böehme, Eckartshausen, não propriamente uma superação dos alquimistas herméticos da idade média, não uma sucedânea dos cabalistas e magos franceses, a exemplo de Éliphas Lévy. A teosofia de Blavatstky e sua escola entesouram as mesmas e magníficas verdades de outras teosofias que, essencialmente, são aspectos de uma mesma sabedoria divina, que remonta ao princípio dos tempos. Claro que uma escola deste gênero não se limitaria à tradição oriental. Todo o esforço empreendido por HPB se voltava, naturalmente, para a promoção de uma síntese do conhecimento religioso – cabala, hermetismo, religiões tradicionais, sistemas do Oriente – embora o componente especificamente hindu tivesse função relevante neste edifício intelectual.
Todos somos potencialmente teósofos, desde que o emprego de nossos faculdades superiores possibilitem-nos beber do conhecimento divino que emana dos planos superiores. O teósofo “de gabinete”, compilador de informações livrescas ou aquele que aguarda eternamente a vinda de um “mestre” que venha lhe instruir sobre a “senda iniciática” não são os melhores modelos nesse aspecto. A filiação à Sociedade Teosófica ou a preferência pelas obras que nos foram legadas por HPB também não delimitam o ser “teósofo”. A própria Blavatsky sempre se declarou um humilde instrumento a serviço dos mestres e nunca reinvidicou para si mesma condição superior à de simples mortal.
Além do cerceamento da pesquisa teosófica ao âmbito da Sociedade Teosófica e de HPB (há quem seja visceralmente contra, inclusive, outros teósofos como Charles Leadbeater ou Annie Bésant) ocorre mormente a delimitação dos estudos aplicados ao cânone blavatskyano ou ao repertório seguido pela própria Blavatsky enquanto viva. Este procedimento metodológico excluiria de antemão como “temas não-teosóficos”, tudo aquilo que HPB deixara de abordar como o que manifestamente desprezava. Dito de outra forma, nada de abordar assuntos do século XX, culturas africanas e latino-americanas, xamanismo, wicca, Aleister Crowley, certas escolas ocultistas etc. Tudo isso não tem características “teosóficas” por não ter sido abordado por Blavatky ou não constar das publicações da S.T.
Bem, onde ficam objetivos como a promoção da “fraternidade universal”, o estudo dos “poderes latentes do homem” “and so on”. Perguntem a Madame Blavatsky! Mas cuidado, porque o espiritismo é “não-teosófico”...