Gurdjieff

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sábado, dezembro 24, 2011

O Grande Culpado de Viktor Suvorov - Excertos (Mobilização da Guerra, Desinformação sobre a Guerra na Finlândia, o Nono Exército no Cáucaso)

Mobilização da Economia

“Em 1939, a Alemanha entrou na Segunda Guerra Mundial com 57 submarinos. Garantiram-nos que a União Soviética não tinha intenção de entrar na guerra; mas em setembro de 1939, ela tinha 165 submarinos, compatíveis com o melhor padrão mundial. Alguns dos projetos de submarino foram desenvolvidos na Alemanha nazista, por encomenda soviética feita à Companhia Deschimag AG Wesser”. pg. 151. “O resultado é quem, em 22 de junho de 1941, a União Soviética tinha 218 submarinos ativos e 91 nos estaleiros”.

“Vasos de guerra de superfície também foram construídos ou comprados no exterior”. Entretanto:

“Alguns podem questionar por que os duzentos submarinos de Stálin e toda a sua marinha não puderam oferecer a resistência esperada da mais poderosa frota submersa do mundo. A resposta é simples: tratava-se de uma frota de ataque, um instrumento criado para a guerra ofensiva. Seria muito difícil, quase impossível mesmo, utilizá-la para sua defesa. ‘No decurso da guerra, a frota precisou resolver problemas que absolutamente não haviam sido previstos durante sua construção. Em vez de coordenar as ações com operações ofensivas das forças de chão, agindo perto das praias, como ditava a doutrina militar, a frota foi forçada a defender as bases navais da terra e do mar e evacuar as tropas, populações e bens das cidades costeiras’. Pg. 159.

“(...) para a defesa, são necessários navios diferentes, com características completamente distintas: caça-submarino, barcos de escolta, detectores de minas e navios-oficina. Pg. 159

“Não apenas o sistema de base da marinha soviética estava voltado para a guerra ofensiva, pois seus soldados haviam sido treinados para atacar, como também o armamento dos navios fora projetado exclusivamente para a guerra de agressão. Os navios soviéticos, embora equipados com poderosa artilharia, minas e torpedos, tinham equipamento aéreo bastante precário. Não foram construídos com sistemas defensivos fortes, porque os generais soviéticos haviam planejado iniciar a guerra com um fulminante ataque aéreo surpresa sobre as bases aéreas inimigas, cuja aviação havia sido liquidada. Contrariando tais planos, a guerra acabou assumindo caráter defensivo, pois o exército soviético e sua frota naval não foram os primeiros a atacar. O inimigo ganhou a a superioridade do ar, enquanto as tropas e os navios soviéticos na dispunham de boas defesas antiaéreas”.

Quanto ao Comissariado (Narkomat) de armas e munições:

“Se Stálin tivesse planejado uma guerra eminentemente defensiva, se tivesse planejado defender suas fronteiras, as novas fábricas deveriam se situar além do Rio Volga. Ali, elas estariam totalmente seguras; os tanques e os aviões inimigos não conseguiriam avançar muito no território soviético. Se Stálin não tivesse certeza de sua força; se – como nos disseram – ele tivesse medo de Hitler e dúvidas sobre a capacidade do Exército Vermelho de defender as fronteiras; se ele acreditasse em uma possível retirada, nesse caso, as novas fábricas deveriam ser construídas não além do Volga, mas bem no fundo das terras soviéticas, nos Montes Urais. Nessa região, havia matérias-primas, indústria autossuficiente e energia elétrica; as fábricas ficariam completamente a salvo. Se o inimigo tomasse grandes territórios, nossa base industrial permaneceria intacta – e Hitler sabedoria do que é capaz um urso ferido”.

Entretanto, nenhuma dessas opções foi sequer discutida; não havia necessidade. O Exército Vermelho não tinha planos de recuar, assim como não os tinha de defender as fronteiras do país. Pg. 161.


A Guerra de Inverno – Finlândia

Em 13 de março de 1940 a Guerra entre a Finlândia e URSS chegou ao fim, após penoso rompimento da linha Mannerheim. Ao contrário do que se pensa,

“Os peritos militares do Ocidente deviam reconhecer a assombrosa capacidade bélica do Exército Vermelho e a falácia das próprias hipóteses. Das atividades na Finlândia, pode-se chegar a uma única conclusão lógica: nada era impossível para o Exército Vermelho. Se ele fora capaz de avançar em tais condições, avançaria em qualquer condição, pois não poderia haver nada pior que atacar a Finlândia no inverno. Se o Exército Vermelho cruzou a linha Mannerheim, estava pronto para esmagar a Europa e quem mais estivesse no caminho”.

“O Exército Vermelho realizou uma operação única e sem precedentes na Finlândia. Desempenhou um papel incomparável e jamais repetido por qualquer exército da história; mas por alguma razão, Hitler concluiu que ele se saíra mal”. Pg. 179


Recursos estratégicos da Alemanha – falta de níquel e ferro


Pg. 236: Hitler se dá conta dos fatos


“Hitler e Stálin entendiam perfeitamente o significado da frase ‘o petróleo é o sangue da guerra’. O coronel A. Jodl declarou que Hitler afirmara em uma discussão com Guderian: ‘Você quer invadir sem petróleo? Pois bem, vamos ver qual será o resultado’. Já em 1927, Stálin considerava seriamente os problemas da eminente Segunda Guerra Mundial. Em 3 de dezembro desse mesmo ano, ele dissera: ‘É impossível lutar sem petróleo, e quem estiver com a vantagem, em termos de petróleo, terá a melhor chance de vencer a guerra iminente. Em junho de 1940, quando ninguém ameaçava a União Soviética, dezenas de vasos de guerra fluviais soviéticos apareceram no delta do Danúbio. Esse movimento não tinha nenhum valor defensivo, mas era uma ameaça às desprotegidas rotas de petróleo romenas e, consequentente, uma ameaça fatal à Alemanha”. Pg. 236.

Em Julho de 1940, Hitler consultou exaustivamente seus generais e concluiu que não seria fácil defender a Romênia: as rotas de fornecimento estendiam-se às montanhas, passando por elas. Se um grande número de tropas alemãs fosse transferida para defender a Romênia, a Polônia Ocidental e a Alemanha Oriental, incluindo Berlim, ficariam expostas ao ataque soviético. Se muitas tropas ficassem concentradas na Romênia e tentassem mantê-la a qualquer preço, de nada adiantaria. O território talvez fosse defendido, mas os campos de petróleo seriam queimados com bombas e artilharia.

Nesse mesmo mês, Hitler, pela primeira vez, declarou que a União Soviética poderia ser perigosa, especialmente se as tropas alemãs deixassem o continente, rumo às ilhas britânicas e à África. Em 13 de novembro de 1940, em uma conversa com Molotov, Hitler indicou a necessidade de reter um grande número de tropas alemãs na Romênia, sugerindo, claro, que o exército soviético seria uma ameaça ao petróleo romeno. Molotov fez ouvidos de mercador. Depois da partida de Molotov, em dezembro, Hitler começou a criar uma diretriz para preparar a operação Barbarossa”. Pg. 236

Em junho de 1940, quando o exército alemão estava lutando na França, Jukov, sob as ordens de Stalin e sem consultar os aliados alemães, posicionou vasos de guerra fluviais no delta do Danúbio. Hitler solicitou ao chefe de governo soviético que retirasse a ameaça soviética do coração do petróleo alemão. Stálin e Molotov não o atenderam.

Duas semanas após a invasão de Hitler no território soviético, em 7 de julho de 1941, Stálin enviou um telegrama ao comandante da linha de frente sul, general I. V. Tulénev. No telegrama, Stálin exigiu que a União Soviética retivesse a Bessarábia a qualquer custo, ‘tendo em mente que necessitamos do território bessarábio como um trampolim para organizar nossa invasão’. Hitler já havia realizado seu ataque repentino, mas Stálin ainda não pensava em defesa; sua maior preocupação era organizar uma invasão a partir da Bessarábia para atacar os campos de petróleo romenos”. Pg. 236.

A invasão soviética na Bessarábia e a concentração de poderosas forças agressoras ali, incluindo o corpo de paraquedistas e a flotilha do Danúbio, forçaram Hitler a estudar a situação estratégica de uma perspectiva diferente, a fim de tomar medidas preventivas. No entanto, já era muito tarde. Mesmo o ataque-surpresa da Werhmacht Heer sobre a União Soviética não salvaria Hitler e seu império”.

Divisões de Montanha nas Estepes da Ucrânia

O 9º Exército, (...) Em 1941 era o mais poderoso do mundo. Tinha seis corpos de batalha, incluindo dois mecanizados (em 22 de junho de 1941, contava com 799 tanques) e um corpo de cavalaria. No total, em 21 de junho de 1941, o 9º exército somava 17 divisões, incluindo duas de aviação, quatro de tanques, duas motorizadas de rifles, duas de cavalaria, seis de rifles e uma de montanha, também de rifles. As divisões de rifles, motorizadas de rifles e de cavalaria, também tinham tanques. Em 1º de junho de 1941, a região militar de Odessa, cujas divisões e corpos de batalha tornaram-se parte do 9º exército tinha 1.114 tanques.

Ainda por cima, estava para receber reforços de outro corpo mecanizado, o 27º, além dos melhores tanques do mundo, o T-34, além de ter oficiais excepcionais. pg.240-241


No entanto, onde estava localizado tamanho exército? Nesse ponto, uma espantosa descoberta nos aguardava: o 9º Exército não estava localizado perto da fronteira alemã. Na primeira metade de junho de 1941, a União Soviética estava organizado o mais poderoso exército do mundo na fronteira romena”. Pg. 241.

Além disso, os dois exércitos montanheses do Cáucaso só tinham valor para atacar.


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