“Em
1939, a Alemanha entrou na Segunda Guerra Mundial com 57 submarinos.
Garantiram-nos que a União Soviética não tinha intenção de
entrar na guerra; mas em setembro de 1939, ela tinha 165 submarinos,
compatíveis com o melhor padrão mundial. Alguns dos projetos de
submarino foram desenvolvidos na Alemanha nazista, por encomenda
soviética feita à Companhia Deschimag AG Wesser”. pg. 151. “O
resultado é quem, em 22 de junho de 1941, a União Soviética tinha
218 submarinos ativos e 91 nos estaleiros”.
“Vasos
de guerra de superfície também foram construídos ou comprados no
exterior”. Entretanto:
“Alguns
podem questionar por que os duzentos submarinos de Stálin e toda a
sua marinha não puderam oferecer a resistência esperada da mais
poderosa frota submersa do mundo. A resposta é simples: tratava-se
de uma frota de ataque, um instrumento criado para a guerra ofensiva.
Seria muito difícil, quase impossível mesmo, utilizá-la para sua
defesa. ‘No decurso da guerra, a frota precisou resolver problemas
que absolutamente não haviam sido previstos durante sua construção.
Em vez de coordenar as ações com operações ofensivas das forças
de chão, agindo perto das praias, como ditava a doutrina militar, a
frota foi forçada a defender as bases navais da terra e do mar e
evacuar as tropas, populações e bens das cidades costeiras’. Pg.
159.
“(...)
para a defesa, são necessários navios diferentes, com
características completamente distintas: caça-submarino, barcos de
escolta, detectores de minas e navios-oficina. Pg. 159
“Não
apenas o sistema de base da marinha soviética estava voltado para a
guerra ofensiva, pois seus soldados haviam sido treinados para
atacar, como também o armamento dos navios fora projetado
exclusivamente para a guerra de agressão. Os navios soviéticos,
embora equipados com poderosa artilharia, minas e torpedos, tinham
equipamento aéreo bastante precário. Não foram construídos com
sistemas defensivos fortes, porque os generais soviéticos haviam
planejado iniciar a guerra com um fulminante ataque aéreo surpresa
sobre as bases aéreas inimigas, cuja aviação havia sido liquidada.
Contrariando tais planos, a guerra acabou assumindo caráter
defensivo, pois o exército soviético e sua frota naval não foram
os primeiros a atacar. O inimigo ganhou a a superioridade do ar,
enquanto as tropas e os navios soviéticos na dispunham de boas
defesas antiaéreas”.
Quanto ao
Comissariado (Narkomat) de armas e munições:
“Se
Stálin tivesse planejado uma guerra eminentemente defensiva, se
tivesse planejado defender suas fronteiras, as novas fábricas
deveriam se situar além do Rio Volga. Ali, elas estariam totalmente
seguras; os tanques e os aviões inimigos não conseguiriam avançar
muito no território soviético. Se Stálin não tivesse certeza de
sua força; se – como nos disseram – ele tivesse medo de Hitler e
dúvidas sobre a capacidade do Exército Vermelho de defender as
fronteiras; se ele acreditasse em uma possível retirada, nesse caso,
as novas fábricas deveriam ser construídas não além do Volga, mas
bem no fundo das terras soviéticas, nos Montes Urais. Nessa região,
havia matérias-primas, indústria autossuficiente e energia
elétrica; as fábricas ficariam completamente a salvo. Se o inimigo
tomasse grandes territórios, nossa base industrial permaneceria
intacta – e Hitler sabedoria do que é capaz um urso ferido”.
Entretanto,
nenhuma dessas opções foi sequer discutida; não havia necessidade.
O Exército Vermelho não tinha planos de recuar, assim como não os
tinha de defender as fronteiras do país. Pg. 161.
A Guerra de Inverno – Finlândia
Em 13 de
março de 1940 a Guerra entre a Finlândia e URSS chegou ao fim, após
penoso rompimento da linha Mannerheim. Ao
contrário do que se pensa,
“Os
peritos militares do Ocidente deviam reconhecer a assombrosa
capacidade bélica do Exército Vermelho e a falácia das próprias
hipóteses. Das atividades na Finlândia, pode-se chegar a uma única
conclusão lógica: nada era impossível para o Exército Vermelho.
Se ele fora capaz de avançar em tais condições, avançaria em
qualquer condição, pois não poderia haver nada pior que atacar a
Finlândia no inverno. Se o Exército Vermelho cruzou a linha
Mannerheim, estava pronto para esmagar a Europa e quem mais estivesse
no caminho”.
“O
Exército Vermelho realizou uma operação única e sem precedentes
na Finlândia. Desempenhou um papel incomparável e jamais repetido
por qualquer exército da história; mas por alguma razão, Hitler
concluiu que ele se saíra mal”. Pg. 179
Recursos
estratégicos da Alemanha – falta de níquel e ferro
Pg. 236:
Hitler se dá conta dos fatos
“Hitler
e Stálin entendiam perfeitamente o significado da frase ‘o
petróleo é o sangue da guerra’. O coronel A. Jodl declarou que
Hitler afirmara em uma discussão com Guderian: ‘Você quer invadir
sem petróleo? Pois bem, vamos ver qual será o resultado’. Já em
1927, Stálin considerava seriamente os problemas da eminente Segunda
Guerra Mundial. Em 3 de dezembro desse mesmo ano, ele dissera: ‘É
impossível lutar sem petróleo, e quem estiver com a vantagem, em
termos de petróleo, terá a melhor chance de vencer a guerra
iminente. Em junho de 1940, quando ninguém ameaçava a União
Soviética, dezenas de vasos de guerra fluviais soviéticos
apareceram no delta do Danúbio. Esse movimento não tinha nenhum
valor defensivo, mas era uma ameaça às desprotegidas rotas de
petróleo romenas e, consequentente, uma ameaça fatal à Alemanha”.
Pg. 236.
“Em
Julho de 1940, Hitler consultou exaustivamente seus generais e
concluiu que não seria fácil defender a Romênia: as rotas de
fornecimento estendiam-se às montanhas, passando por elas. Se um
grande número de tropas alemãs fosse transferida para defender a
Romênia, a Polônia Ocidental e a Alemanha Oriental, incluindo
Berlim, ficariam expostas ao ataque soviético. Se muitas tropas
ficassem concentradas na Romênia e tentassem mantê-la a qualquer
preço, de nada adiantaria. O território talvez fosse defendido, mas
os campos de petróleo seriam queimados com bombas e artilharia.
Nesse
mesmo mês, Hitler, pela primeira vez, declarou que a União
Soviética poderia ser perigosa, especialmente se as tropas alemãs
deixassem o continente, rumo às ilhas britânicas e à África. Em
13 de novembro de 1940, em uma conversa com Molotov, Hitler indicou a
necessidade de reter um grande número de tropas alemãs na Romênia,
sugerindo, claro, que o exército soviético seria uma ameaça ao
petróleo romeno. Molotov fez ouvidos de mercador. Depois da partida
de Molotov, em dezembro, Hitler começou a criar uma diretriz para
preparar a operação Barbarossa”. Pg. 236
Em junho
de 1940, quando o exército alemão estava lutando na França, Jukov,
sob as ordens de Stalin e sem consultar os aliados alemães,
posicionou vasos de guerra fluviais no delta do Danúbio. Hitler
solicitou ao chefe de governo soviético que retirasse a ameaça
soviética do coração do petróleo alemão. Stálin e Molotov não
o atenderam.
Duas
semanas após a invasão de Hitler no território soviético, em 7 de
julho de 1941, Stálin enviou um telegrama ao comandante da linha de
frente sul, general I. V. Tulénev. No telegrama, Stálin exigiu que
a União Soviética retivesse a Bessarábia a qualquer custo, ‘tendo
em mente que necessitamos do território bessarábio como um
trampolim para organizar nossa invasão’. Hitler já havia
realizado seu ataque repentino, mas Stálin ainda não pensava em
defesa; sua maior preocupação era organizar uma invasão a partir
da Bessarábia para atacar os campos de petróleo romenos”. Pg.
236.
A invasão
soviética na Bessarábia e a concentração de poderosas forças
agressoras ali, incluindo o corpo de paraquedistas e a flotilha do
Danúbio, forçaram Hitler a estudar a situação estratégica de uma
perspectiva diferente, a fim de tomar medidas preventivas. No
entanto, já era muito tarde. Mesmo o ataque-surpresa da Werhmacht
Heer sobre a União Soviética não salvaria Hitler e seu império”.
O 9º
Exército, (...) Em 1941 era o mais poderoso do mundo. Tinha seis
corpos de batalha, incluindo dois mecanizados (em 22 de junho de
1941, contava com 799 tanques) e um corpo de cavalaria. No total, em
21 de junho de 1941, o 9º exército somava 17 divisões, incluindo
duas de aviação, quatro de tanques, duas motorizadas de rifles,
duas de cavalaria, seis de rifles e uma de montanha, também de
rifles. As divisões de rifles, motorizadas de rifles e de cavalaria,
também tinham tanques. Em 1º de junho de 1941, a região militar de
Odessa, cujas divisões e corpos de batalha tornaram-se parte do 9º
exército tinha 1.114 tanques.
Ainda por
cima, estava para receber reforços de outro corpo mecanizado, o 27º,
além dos melhores tanques do mundo, o T-34, além de ter oficiais
excepcionais. pg.240-241
“No
entanto, onde estava localizado tamanho exército? Nesse ponto, uma
espantosa descoberta nos aguardava: o 9º Exército não estava
localizado perto da fronteira alemã. Na primeira metade de junho de
1941, a União Soviética estava organizado o mais poderoso exército
do mundo na fronteira romena”. Pg. 241.
Além
disso, os dois exércitos montanheses do Cáucaso só tinham valor
para atacar.
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