Antes de mais
nada, apresentemos uma síntese da avaliação elaborada pelo autor do “estado da arte”
das armas soviéticas entre as décadas de 1930 e 1940. Comecemos pelas divisões de tanques.
Tanques e
Divisões de Tanques
“Em 1933, o Exército Vermelho
adotou o tanque T-28. Uma variação do modelo foi projetada em 1937 – o T-28PKh
(Podvódni Khód – tanque de “travessia submersa”). Os testes mostraram que, se
necessário, todas as séries de tanques T-28 poderiam ser convertidas em tanques
de travessia submersa, a profundidade de até 4,5 metros em uma extensão de um
quilômetro, com a velocidade da correnteza de até um metro por segundo. Na
década de 1930, não havia um único tanque alemão, inglês, americano, francês ou
japonês capaz de competir com o T-28, em termos de artilharia, blindagem e
força do motor”. Pg. 51.
Tanque T-28 |
“Em 19 de dezembro de 1939, o
Exército Vermelho alistou em suas fileiras o T-34. a seguir, algumas avaliações
alemãs de seu desempenho. O marechal de campo Von Kleist disse: ‘O T-34 era o
melhor do mundo’. O general Von Mellentin concordou: ‘Não tínhamos nada que se
igualasse ao T-34’. O marechal de campo Rundstedt pensava o mesmo. O
coronel-general Guderian recorda: ‘Um grande número de tanques T-34 foi
utilizado na batalha [Guderian referia-se às hostilidades de outubro de 1941,
perto de Mtsensk, a Nordeste de Orel], causando perdas significativas de nossos
tanques. A superioridade que antes tínhamos em tanques agora estava perdida, e
passara para o adversário. Portanto, desapareceu a perspectiva de sucesso
rápido e contínuo”. Nossos canhões antitanques, de 50 a 37mm, eram totalmente
inúteis diante do T-34”.
T-34 |
O General Westphal admitiu: “A
chegada das armas soviéticas, que ultrapassaram as alemãs em qualidade, foi uma
surpresa bastante desagradável. Uma delas era o tanque T-34, contra o qual as
armas alemãs antitanques foram impotentes.
O general de infantaria
Blumentritt concordava com os colegas: ‘Em 1941, o T-34 era o mais poderoso de
todos os tanques [...] Nas vizinhanças de Verei, o T-34, sem qualquer
hesitação, penetrou nas posições da Divisão da 7ª Infantaria, atingiu a
artilharia e literalmente esmagou os canhões. É possível imaginar o impacto que
isso teve no moral da infantaria. E assim começou a ‘tanquefobia’”.
“No fim de 1937 os alemães
começaram a produzir o PZ-IVA, “o mais poderoso tanque alemão da primeira
metade da Segunda Guerra Mundial, com blindagem de 15 mm”. Entretanto ele
superava os tanques soviéticos T-28 em apenas um parâmetros (...)”
Tanque KV |
“Entretanto, “em junho de 1941, o
Exército vermelho sofreu uma derrota esmagadora, pois os T-34 eram
insuficientes, apenas 967”.
“Os alemães não conseguiram
projetar um bom tanque para produção em massa. Assim, até quase o fim da
guerra, a Alemanha teve de fabricar modelos obsoletos para auxiliar os modelos
Tiger e Panther e compensar as perdas sofridas em batalha”. Pg. 57.
Tiger Alemão em Túnis |
“O Panther e o T-34 nem sequer
deviam ser comparados. Seria como comparar boxeadores de pesos diferentes”. Pg.
57.
“Quanto aos tanques pesados, “os
trabalhos de criação de tanques pesados na União Soviética começaram em 1930.
Em 1933, o primeiro tanque soviético, o T-35, foi fabricado em série e passou a
ser parte do exército. Era um gigante de cinco torres; pesava 45 toneladas e
era operado por onze homens”. Pg.58.
O gigante soviético, o T-35 |
“Em 1939, os testes de três novos
tanques pesados soviéticos – KV1, SMK e T-100 – foram realizados em condições
de combate”, na guerra da Finlândia”. Pg. 59
“O KV-1 e o KV-2 pesavam,
respectivamente, 47 e 52 toneladas. O KV foi o primeiro tanque do mundo dotado
de blindagem antiprojétil: tinha armadura frontal de 75 mm, que podia ser
reforçada”. Pg. 58. O KV2 tinha armas ainda mais poderosas, como o obus de 152
mm”. Pg. 59.
“É impossível, mesmo em teoria,
comparar o KV-1 e o KV-2 com os melhores tanques alemães, o Pz-III e o PZ-IV: o
KV era pesado, enquanto o exército alemão não tinha tanques dessa classe de
peso em 1941”.
“O KV foi o mais poderoso tanque
do mundo durante toda a primeira metade da Segunda Guerra Mundial, até a
batalha de Stalingrado. Nenhum outro país tinha algo comparável nessa classe de
peso. O projeto do KV tinha espaço para aperfeiçoamentos, o que lhe permitia passar
por vários estágios de desenvolvimento, do KV-1 ao KV-13. Mais tarde,
transformou-se no IS-1 e depois no IS-2, o mais poderoso tanque da Segunda
Guerra Mundial”.
Um comentário:
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