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segunda-feira, setembro 04, 2006

A Atlântida e os Iorubás

Outro fato pouco conhecido e negligenciados pela soberba de nossos atuais homens de ciência - cegos por aquilo que supõe ser "métodos infalíveis" de datação histórica e outras tantas baboseiras e embriagados com sua própria tagarelice intelectual - é que a etnologia do início do século XX e meados do século XIX foi solenemente sepultada, e junto a ela desceram ao jazigo instigantes teses sobre a Atlântida, encarada não apenas como uma fantasiosa criação do Adepto Platão - que, no mínimo, dada sua elevada estatura intelectual e moral, deveria ser levado mais a sério...
Um destes pioneiros do estudo etnológico da Atlântida foi o alemão Leo Frobenius, que em seu estudo sobre a "Mithologie de L'Atlantide" traçou interessante comparação entre os traços culturais atlantes e caracteristicas da civilização que ocupa o Oeste da África, os iorubás, que posuem elementos societários e e folclóricos únicos que os distinguem nitidamente dos outros grupos africanos, tais como os da Eritréia e assim por diante.
Permitam-me apresentar aqui alguns trechos de tradução livre, diretamente do idioma francês, do livro do citado autor:
Eu formulei então a hipótese que esta fábula [NT: A da Atlântida] não era apenas uma fábula. Afirmei que deveria ser possível conceber e entender tudo aquilo como se fosse a lembrança de uma cultura anterior àquela da Grécia e no curso desta foram praticadas a navegação e propagada a civilização, não somente no baixio do Mediterrâneo, mas também fora. Eu afirmou também que esta Atlântida esta nas recordações dos povos como uma última lembrança de uma civilização aparecida, antes dos tempos os gregos, em um lugar situado sobre a costa ocidental da África. Mas à medida que o helenismo se desenvolveu no mediterrâneo oriental, separou os povos uns dos outros e raças que durante muito tempo haviam praticado o comércio e a navegação em toda a extensão do baixio do Mediterrâneo até Taschisch ou Tartessos. E este tempo, antes dos gregos, era a época de Possêidon, o Deus dos Mares, cujos descendentes, precisamente, haviam construído a força da Atlântida”.
É na civilização da África do Oeste que aparecem os vestígios mais claros da Atlântida:
De todas estas culturas, é a civilização atlântica ou do Oeste africano, que é atualmente arruinada e a mais degenerada. Mas não é apenas a influência da civilização européia que o provocou. Dois outros fatos podem ser analisados para explicar tal situação. Antes de mais nada, esta antiga civilização, que se instalou pouco a pouco na África Ocidental, se sobrepôs a uma civilização mais antiga e mais primitiva, vinda do Leste após fazer a travessia do oceano índico. Foi esta civilização que importou a banana como planta sagrada e que chamamos de antiga cultura a Eritréia. Mas, antes de mais nada, as culturas mais recentes da Eritréia (a do Norte e a do Sul) vêem do Oeste, progredindo com uma tal potência e tal segurança nas zonas da estepe do Norte e do Sul da África que elas chegam até à costa ocidental, de maneira que na Guiné do Sul (Reino do Congo), na Guiné do Norte (Reino dos Ioruba), a civilização Atlante e as civilizações da Eritréia se tocam, se fundem ou se redescobrem. Deve-se assim eliminar aquilo que pertence à civilização eritreiana para se descobrir o que é essencialmente atlante”.
Assim que procedemos a este trabalho, percebemos como quintessência do que é particular à civilização atlante os seguintes fatos: primeiramente a tendência à construção de cidades. Em segundo lugar, uma organização hierárquica no plano da cidade e do governo da comunidade. Em terceiro lugar, a posse de uma imagem do mundo e de um cosmos de deuses claramente elaborados, conservados graças aos mitos, aos símbolos e a práticas culturais. Os dezesseis grandes deuses que se voltam para diferentes regiões do céu estão associados à organização do mundo".
Outros fatos que ele cita são os sexos do sol e da lua, claramente atlantes, os três símbolos sagrados, quais sejam, a mão, a rosa de oito pétalas e a suástica, que não existem no restante da África. Bem, como até então semelhante estudo - amparado inclusive por gravuras e provas materiais desta associação - pode ter sido desprezado pelos homens de ciência como prova irrefutável da existência de Atlântida? Mais interessante ainda, no jogo de "Ifá", um sistema divinatório criado por esta cultura africana, a sobreposição de traços inteiros e outros traços "partidos" remonta a um livro antiquíssimo, da alta antiguidade atlante, que permanece vivo não só entre os iorubás mas também entre os chineses sob a forma do "I-Ching", o "Livro das Mutações", o Ying e o Yang chinês. Isto é comprovado por diversos exemplos do autor e gravuras. Como contestar tal enigma?

2 comentários:

Daniel disse...


Legal teu blog

C. Baptista disse...

Obrigado. Se puder colabore, inclusive melhorando o português...