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segunda-feira, abril 19, 2010

AS RELÍQUIAS DO BUDA - O VERDADEIRO "COLAR DE BUDA"

Algumas "relíquias" de Buda 

As Relíquias do Buda - O Verdadeiro Colar de Buda



As relíquias do Buda Sakiamuni foram oferecidas por Sua Santidade, o Dalai Lama ao Lama Zopa Rinpoche. Muitos outros mestres budistas uniram-se ao projeto e ofereceram relíquias para serem colocadas no coração da estátua do Buda Maitreia. Quando os corpos de mestres espirituais são cremados, entre suas cinzas surgem cristais parecidos com pérolas. Estes objetos são especiais porque guardam a essência das qualidades do mestre. As relíquias são evidências físicas de que ele desenvolveu muita compaixão e sabedoria antes da morte. Elas proporcionam uma oportunidade única de conexão espiritual com seres iluminados”.

O trecho acima foi reproduzido de um convite para a apresentação das relíquias do Buda Sakiamuni em capitais do Brasil. Não só deste Buda, mas discípulos notáveis como Maudgalyayana, Ananda e Sariputra e antecessores como o Buda Kasyapa. Quando estes mestres espirituais deixam a terra e são cremados surgem estas pequenas “pérolas” como testemunho de sua santidade.

Mas o que são estas pequeninas “pérolas” veneradas como relíquias do Buda por toda a extensão do Oriente? Os Budismos Exotéricos cegadas por cerimônias cuja chama espiritual oculta deixaram de compreender há muitos séculos não são capazes de compreender o que são estas “relíquias”, que não são cristalizações de virtudes ou “parâmitas” dos Budas mas representam a própria sobrevivência física e dos Budas e seu vínculo material com o presente e o passado.

Este misterioso ensinamento permaneceu oculto por séculos, talvez milênios, até que Georges Illitch Gurdjieff na série de revelações em Moscou no início do século XX trouxe a lume o segredo do “Colar de Buda”. Este termo não expressa a cadeia de reencarnações como usualmente é aceito, mas um vínculo permanente com Buda. A exposição ora realizada em várias capitais do Brasil, entre elas Salvador, pode trazer algumas destas peças entre as quais somente o verdadeiro clarividente saberia distinguir aquelas que são falsificações produzidas nos mosteiros tibetanos os verdadeiros “colares de Buda”.


Mas do que se tratam? O que são e qual é a verdadeira natureza destas relíquias?

Em “Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido” Piotr Demianovich Ouspensky relata de forma conspícua observações magistrais de Gurdjieff sobre o “Colar de Buda”. Permitam-nos reproduzir estes preciosos argumentos:

Noutra ocasião, falávamos do Budismo do Ceilão. Eu expressava a opinião de que os budistas devem ter uma magia, cuja existência não reconhecem e cuja possibilidade é negada pelo Budismo oficial. Sem nenhuma relação com essa observação e enquanto mostrava minhas fotografias a G., falei-lhe de um pequeno relicário que vira numa casa amiga, em Colombo, onde havia, como de costume, uma estátua de Buda e, ao pé desse Buda, uma pequena dágaba (*) de marfim em forma de sino, isto é, uma pequena réplica cinzelada de uma verdadeira dágaba, interiormente vazia. Meus anfitriões abriram-na em minha presença e mostraram-me alguma coisa que era considerada uma relíquia, - uma pequena bola redonda, do tamanho de uma bala de fuzil de grosso calibre, cinzelada, segundo me parecia, numa espécie de marfim ou de nácar.
G. escutava-me atentamente.
- Não lhe explicaram a significação dessa bola? Perguntou.
-Disseram-me que era um fragmento de osso de um discípulo do Buda; que era uma relíquia sagrada de grande antiguidade.
- Sim e não, disse G.. O homem que mostrou o fragmento de osso, como você, diz, nada sabia ou nada queria lhe dizer. Pois não era um fragmento de osso, mas uma formação óssea particular que surge em torno do pescoço como uma espécie de colar, em decorrência de certos exercícios especiais. Já ouviu essa expressão: “colar de Buda”?
- Sim, disse, mas o sentido é completamente diferente. É a cadeia de reencarnações do Buda que chamam “colar de Buda”.
- È exato que esse seja um dos sentidos dessa expressão, mas falo de um outro sentido. Esse colar de ossos que rodeia o pescoço, sob a pele, está diretamente ligado ao que é chamado ‘corpo astral’. O corpo astral está, de certo modo, ligado a ele ou, para ser mais preciso, esse ‘colar’ liga o corpo físico ao corpo astral. Ora, se o corpo astral continua a viver depois da morte do corpo físico, a pessoa que possui um osso desse ‘colar’ poderá sempre se comunicar com o corpo astral do morto. Essa é a magia deles. Mas eles nunca falam dela abertamente. Tem, pois, razão, em dizer que têm uma magia, e temos aqui um exemplo dela. Isso não significa que o osso que viu seja verdadeiramente um osso. Encontrará ossos semelhantes em quase todas as casas; estou lhe falando apenas da crença que está na base desse costume.
E eu devia admitir uma vez mais que nunca encontrara tal explicação.
G. esboçou para mim um desenho que mostrava a posição dos ossinhos sob a pele; formavam na base da nuca, um semicírculo que começava um pouco adiante das orelhas.
Esse desenho relembrou-me de imediato o esquema ordinário dos gânglios linfáticos do pescoço, tais como são representados nos quadros anatômicos. Mas nada mais pude saber
”.


Ao visitante desatento tais observações sobre as “relíquias” dotadas do dom de cura e capazes de trazer inolvidáveis benefícios espirituais e físicos àqueles que por isso anseiam (assim como, supostamente o fazem as relíquias católicas ou de outras religiões) podem proporcionar-lhes um vislumbre do que dos resultados do contato físico com o elo cristalizado dos Budas. Essa é verdadeira “magia oriental” e suas relíquias – se verdadeiras – são os atributos físicos dos verdadeiros Santos.

(*) Santuário budista em forma de cúpula.

Mais informações sobre a exposição no Brasil em:

http://www.cebb.org.br/noticias/344-exposicao-reliquias-do-buda-brasil-2010

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom Leo. Eu conheço essa passagem do Gurdjieff e vc fez a ligação.