Gurdjieff

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Quem é Gurdjieff?

sábado, novembro 17, 2007

Blavatsky sobre o Karma


A evolução espiritual do homem Imortal Interno constitui a doutrina fundamental das ciências ocultas. Para reconhecer esta evolução, o estudante deve crer: a) na vida Universal Una e independente da matéria; b) nas Inteligências individuais que animam as distintas manifestações deste princípio.
A Vida Una está estreitamente relacionada com a Lei Única, que governa o mundo do SER: KARMA.
No sentido esotérico, está é simples e literalmente "ação", ou melhor, "uma causa que produz zeu efeito". Esotericamente, é coisa distinta em seus efeitos morais de maior alcance. È a Lei de Retribuição Infalível.
É um princípio impessoal, ainda que sempre presente e ativo. Não podemos chamá-lo Providência, pois é inflexível.
Os ciclos são também subservientes aos efeitos produzidos por esta atividade.
O Átomo Cósmico Ùnico se converte em sete Àtomos no plano da matéria, e cada um é transformado num centro de energia; esse mesmo Átomo se torna sete raios no plano do Espírito; e as sete Forças criadoras da Natureza irradiando da Essência-Raiz... seguem umas o caminho da Direita e outros o da Esquerda, separadas até o fim do Kalpa, e contudo em estreito amplexo. O que os une? - KARMA.
Os Átomos emanados do Ponto Central emanam, por sua vez, novos centros de energia, os quais sob o poderoso alento de FOHAT, começam sua obra de dentro para fora e multiplicam outros centros menores. Estes no curso da involução e da evolução, formam por sua vez, as raízes das causas de desenvolventes de novos efeitos, desde os mundos e globos portadores de homens até os gêneros, espécies e classe dos Sete Reinos, dos quais só conhecemos quatro.
Os Dhyan Choans e todos os Seres Invisíveis, os Sete Centros e suas Emanações Diretas sãoo reflexo da luz única. Mas os homens estão muito afastados deles, pois todo o Cosmos visível se compõe de "seres produzidos por si mesmos", as criaturas do karma.Todas as coisas saíram do Akasha, obedecendo a uma Lei de Movimento inerente nele e,depois de certa existência, se dissipam. Os principais acontecimentos da vida de cada um estão sempre de acordo com a constelação sob a qual nasce, ou com as características do seu Protótipo no céu, tanto melhor para o mortal cuja Personalidade foi escolhida por sua Deidade Pessoal (Sétimo Princípio), como sua habitação terrestre.
A cada esforço de vontade para a purificação e união com o Deus próprio, se interrompe um dos Raios inferiores, e a entidade espiritual do homem é atraída, cadavez mais alto, para o Raio que substituiu o primeiro, até que, de Rai o em Raio, o Homem Interno é absorvido no raio único e mais elevado do Sol-Pai. O nosso destino está escrito nas estrelas.
O homem é um agente livre durante sua estada na terra.
Ele não pode escapar ao seu destino dominante, porém pode escolher entre dois caminhos que o conduzem naquela direção, e pode chegar ao pináculo da degraça - se tal foi decrtado - seja com a nívea roupa do mártir, ou com as manchadas vestes de um voluntário dos processos iníquos, porque há condições internas e condições externas que afetam a determinação de nossa vontade sobre nossas ações e em nosso poder está seguir qualquer dos dois caminhos. O destino é guiado pela voz celeste do invisível Protótipo exterior a nós, ou por nosso mais íntimo astral ou Homem Interno que, frequentemente, é o gênio do mal da entidade encarnada, o homem.
Ambos guiam o homem externo, mas um tem de prevalecer, e desde o princípio mesmo da invísivel querela, a implacável Lei da Compensação intervém e segue seu curso acompanhando, fielmente, as flutuações da luta.
Quando está tecido o último fio, o homem está, aparentemente, envolvido nas malhas que ele teceu, e se encontra sob o império do destinho que ele mesmo formou, e o destino leva-o como uma pluma no torvelinho; isto é o Karma. A natureza sempre atua com propósitos determinados.
Há uma lei de progresso ascendente por ciclos; as volições, interesses e atividades constituem os instrumentos e os meios do Espírito do Mundo para alcançar seu objeto, trazendo-o à consciência e conhecendo-o, e este fim não é outro que se encontrar a si mesmo, vir a si mesmo e contemplar-se a si mesmo em atualidade concreta.
Há uma predestinação na vida geológica de nosso globo, assim como na história passada e futura das raças e nações, estreitamente relacionada com o Karma e os Ciclos. Estes Ciclos, rodas dentro de rodas, não afetam de uma só vez e ao mesmo toda a humanidade.
O Grande Ciclo abarca o progresso da Humanidade desde a aparição do homem primordial de forma etérea. Ele circula através dos ciclos internos da evolução progressiva do homem, desde a etérea até a semi-etérea e puramente física; baixa a redenção do homem de seu vestido de pele e matéria, depois do que continua o seu curso para baixo, e depois para cima, para recolher-se na culminação de uma Ronda, quando a Serpente Manvantárca engole sua causa e passaram Sete Ciclos Menores. Porém, dentro destes há outros Ciclos Menores de Raças e Nações, independentes uns dos outros.Somos nós, nações e indivíduos, que pomos Karma em ação e o impelimos em sua direção. O único decreto de Karma, eterno e imutável, é a harmonia absoluta no mundo da matéria como é no mundo do espírito.
Nâo há desgraça ou incidente em nossas vidas cujas causas não possam ser encontradas em nossas próprias obras, nesta ou noutra vida.
Karma Nemesis não é mais que o efeito espiritual dinâmico de causas produzidas e de forças postas em atividade por nossas próprias ações.
É uma Lei de Dinâmica oculta que assim se enuncia: "uma quantidade dada de energia, desenvolvida no plano espiritual ou no astral, produz resultados muito maiores que a mesma quantidade desenvolvida no plano físico objetivo da existência. A supressão de uma só causa má suprimiria não um só, mas muitos maus efeitos. O homem é o seu próprio Salvador e o seu próprio destrutor.

domingo, novembro 04, 2007

O Verdadeiro Segredo

Em 2007 uma película americana fez tremendo sucesso em todo o mundo: "O Segredo" (The Secret). Pretensamente oculto por magos, alquimistas, estudiosos, políticos e profissionais de sucesso etc, o segredo era finalmente descortinado perante o mundo. Em que consistia: na Lei da Atração.
Bem, toda a literatura pregressa de auto-ajuda, sobretudo aquela corrente americana e francesa da primeira metade do século XX enfatiza a importância da "Lei da Atração", do impacto do que pensamos sobre as realidades. "Pensamentos são coisas" ensina o ocultismo e professores de esoterismo mais renomados com Charles E. Leadbeater legaram ao mundo uma explicação suficientemente convicente do processo de gestação das assim chamadas "formas-pensamento", que nascendo de nossas construções no plano mental algumas vezes passam a alimentar-se de matéria astral e se transformam em poderosos elementais artificiais em obediência à lei da luta pela sobrevivência (tudo o que existe que perdurar).
No filme os pensamentos se transformam em realidade com espantosa facilidade. Um homem planejou comprar sua casa dos sonhos durante anos, afixou uma fotografia do que esperava ser este seu desejo de consumo e pronto: anos depois, já morando nela, apercebeu-se de que havia adquirido a tão acalentada morada, exatamente aquela! Um reverendo new age com ares de pastor do Brooklin (só que repetindo chavões de péssimo nível) aparece todo o tempo afirmando que você pode, é preciso ter vontade (outras tantas obviedades) e, em certa altura, se diz que o segredo funciona sim, mas a fórmula do sucesso jamais deve conter a partícula "não", o que estragaria todas as suas intenções. Deve ser totalmente positiva (pense positivo, que grande novidade...).
Há um ponto sem dúvida interessante. Um homem pensa em um elefante e no filme o paquiderme surge num piscar de olhos. Mas, repentinamente, o narrador alerta para o fato que aquilo felizmente não aconteceria, porque sempre há um "lapso" de tempo entre sua construção mental determinada e sua realização. Haveria, portanto, tempo para se corrigir eventuais erros de pensamento, evitando que o mundo seja tão mal quanto se esperaria.
Há uma certa dose de verdade em tudo o que é transmitido pelo filme, mas com algumas ressalvas. È da própria natureza humana planejar, antecipar o futuro. Não há nada tão estranhamente oculto nesta idéia, nem algo transcental. O homem é dotado da capacidade de antecipar seus rumos e providenciar os meios para alcançar suas metas. Lembro-me de minha experiência pessoal. Uma vez tendo determinado que atingir certa coisa era fundamental, fazia de tudo para cumprir esta determinação. O mecanismo nem sempre é racional, pois se assume quase uma postura inconsciente nestes casos, voltada dedicidamente para o cumprimento da meta. No homem que desenvolveu em grau mais elevado a tarefa é ainda mais simples e direta, pois ele não peca, no sentido de que não se desvia da meta (pecar = desviar-se da meta).
O verdadeiro segredo no fundo é conciliar o macrocosmo e o microcosmo, voltando-se sempre ao ponto de origem: o conhecimento de si próprio e a conquista da vontade.

sábado, novembro 03, 2007

Os Diferentes Tipos de Cristãos


Assim como há diferentes tipos de homens, há diferentes tipos de religiões e dentro das religiões diferentes tipos de adeptos segundo seu nível consciencial e existencial. Assim vivem, viveram e viveram diferentes tipos de cristãos, uma idéia comungada por G.I. Gurdjieff mas que despontara antes entre os evangelistas e fora formalizada por um dos pais da Escola Filosófica Cristã de Alexandria, Orígenes.
Orígenes era adepto do método alegórico de explicação da escritura, que expandira no sentido de compreender a natureza humana. Para ele, a explicação alegórica dos textos sagrados era uma necessidade, podendo-se distinguir "três sentidos ou interpretações da Bíblia, o sentido material, o psíquico e o pneumático" (1). Difícil compreender estas três visões interpretativas, mas o sentido pneumático é aquele que detém maior complexidade, profundidade e natureza mística.
Estes três sentidos da escritura se relacionariam às três partes constitutivas do próprio homem: o corpo (soma); a alma (psiquê) e o espírito (pneuma); relacionados, respectivamente, à verdade histórica, moral e mística das escrituras. Estes três níveis da constituição "global" do homem (expandidos na vedanta e no Oriente para a divisão setenária do ser em seus príncipios superiores e inferiores) podem explicar os diferentes tipos de cristãos segundo o seu grau de perfeição (cristãos simples, avançados e perfeitos).
"Triplicem in scripturis divinis intelligentiae inveniri saepius diximus modum: historicum, moralem et mysticum; unde et corpus inesse ei et animam ac spiritum intelleximus".
(1) BÖEHNER, Philoteus; GILSON, Etienne. História da Filosofia Cristã. Petrópolis, Ed. Vozes, 2000.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Mais sobre a Revolução dos Bichos

Nosso pensamento de hoje irá se afastar um pouco do que se supõe consistir em "ocultismo" (o perpétuo objeto deste "blog") e enveredar no terreno minado da política. Não de todo incorreto seria imaginar que a "política", esta ciência tão racional nos seus fins, que não são outros senão prejudicar o próximo, trair os amigos, difamar os inimigos e matar até a própria mãe em troco da possibilidade de conquistar um rentável cargo eletivo, isto é, não fosse ela mesma uma aplicação de alguns princípios ocultos dominados pelos magos negros.
A política é a esfera da amoralidade e do mal. Em essência, representa o mal. Não há em toda a história da humanidade, desde aqueles mais remotos momentos em que o homem começava a estruturar sua vida no âmbito de sociedades agrárias - surgindo um excedente econômico que permitia sustentar um aparato parasita, dispendioso e cruel que é o Estado - do qual se possa dizer que uma experiência política aplaudida entusiasticamente pelo povo, no calor de algum embate, deixe de resultar em fracasso manifesto, traição explícita aos ideais anteriormente sustentados com vigor.
O que pode explicar tamanha volatilidade dos "princípios" políticos ou, melhor dizendo, dos "princípios dos políticos". Algumas hipóteses iniciais são usualmente apresentadas e a primeira delas é a asserção de que ao conhecer a realidade do poder o candidado ao emprego de agente político se depara com situações para as quais seum ímpeto ideológico juvenil não estava preparado para solucionar, sendo obrigado a recorrer aos antigos métodos, os mesmos que utilizavam seus antecessores tão duramente criticados no passado. Esta seria a hipótese "branda" ou "neutra", porque não acalenta qualquer motivo ético para a decisão do político.
Uma outra possibilidade que visita as mentes da população é a de que os políticos simplesmente "não prestam", são pessoas desprovidas de qualquer cabedal ético e impulsionadas por um maquiavelismo vulgar são "useiras e vezeiras" na arte de ludibriar os pobres eleitores com promessas - de forma mais ou menos eficiente, a depender do seu dom herdado ou adquirido de convencer incautos. O resultado lógico desta hipótese é que, uma vez escolhidos para qualquer função, mudam imediatamente de opinião, se esquecem do que prometeram e ignoram solenemente interesses outros que não os seus próprios. Este é o pior tipo de político profissional e sua abundância e alta "taxa de fertilidade" parecem favorecer semelhante ponto de vista.
Ambos os pontos de vista estão apenas parcialmente corretos. O primeiro tipo de político (o ingênuo que passa repentinamente a enfrentar a realidade) não difere em seus métodos do segundo (o demagogo vulgar e "espertalhão"). Ambos usam táticas singelas, como lançar propostas genéricas o suficiente que possam justificar qualquer coisa que venham a fazer e são eleitos por uma fração da coletividade que não está suficientemente disposta a torcer os "neurônios" e optar por outros caminhos. Em termos estritamente objetivos, os resultados da situação A (político ingênuo) e situação B (político enganador) são os mesmos: falta de cumprimento das promessas e do que fora dito durante as eleições.
Porém, além destes dois tipos de "homens públicos" tão conhecidos em certos países, há um terceiro tipo, o "autêntico", o "homem de palavra". Em geral, apresenta propostas mais ou menos claras para o futuro (um plano de governo, planeja o que fará) e tem uma agenda determinada. Quando chegam ao governo, cumprem integralmente ou em grande parte o que haviam pregado na fase anterior da campanha. Muitas vezes são incompreendidos pela população, não porque tenham mentido mas porque esta não possui tino sufiente para se aperceber das consequências concretas daquela plataforma de governo que havia apoiado sem a necessária reflexão.
Este terceiro tipo de homem público é o pior e mais nocivo de todos. Via de regra, acredita no que diz e pretende executá-lo a qualquer custo. Seus propósitos são orientados pelo ódio inato a certos grupos da sociedade, sejam instigados por preconceito de raça, casta, ideológicos ou de qualquer teor. São sempre auxiliados no seu percurso por uma camarilha de seguidores fiéis e fanáticos propensos a cometer quaisquer iniquidades em prol do Chefe.
No rol dos mais perniciosos indivíduos que macularam a história se contam alguns destes "líderes verdadeiros". Robespierre, Kemal Atatürk, Hitler, Mussolini, Pol Pot, Mao Tsé Tung, Stálin, Saddan Hussein, Aiatolá Komeini, George Bush e os tiranetes latino-americanos (pretéritos ou atuais) que não vale a pena nominar. E para o bem dos povos, estes terríveis criminosos de Estado devem ser estudados e descobertos com redobrada atenção.