Nos "Atos dos Apóstolos", obra atribuída a "Lucas, nosso amigo", o diálogo de Paulo com os filósofos de Atenas é um curto testemunho do início da contaminação daquela portentosa sociedade pela medíocridade monoteísta, pelo Deus invisível, o Amon reencarnado em Cristo. "Havia até filósofos e epicureus que conversavam com ele". Aí disseram os filósofos:
"Realmente estás sempre a nos atezanar os ouvidos com afirmações estranhas, e nós queríamos saber o que é que elas significam". Então, "De pé no meio do aerópago, Paulo tomou a palavra: 'Atenienses, eu vos considero, sob todos os aspectos, homens quase religiosos demais. Com efeito, quando percorro as vossas ruas, o meu olhar se dirige, muitas vezes, para os vossos monumentos sagrados, e descobri entre outros um altar com esta inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquilo que venerais assim, sem o conhecer, é o que eu vos venho anunciar".
"Realmente estás sempre a nos atezanar os ouvidos com afirmações estranhas, e nós queríamos saber o que é que elas significam". Então, "De pé no meio do aerópago, Paulo tomou a palavra: 'Atenienses, eu vos considero, sob todos os aspectos, homens quase religiosos demais. Com efeito, quando percorro as vossas ruas, o meu olhar se dirige, muitas vezes, para os vossos monumentos sagrados, e descobri entre outros um altar com esta inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquilo que venerais assim, sem o conhecer, é o que eu vos venho anunciar".
Este discurso de Paulo no sagrado aerópago marcou o termo formal da civilização antiga. Paulo de Tarso, o judeu convertido, zombava das tradições e da cultura de Atenas (a bem da verdade, já empobrecida intelectualmente) e contaminava aquela sociedade com o veneno do misticismo egípcio-oriental. Este mesmo Paulo, formado na tradição greco-romana, lançava mão das artes da retórica contra a civilização que lhe fizera um homem livre (condição de que se valeu nas inúmeras vezes em que esteve prestes a morrer). Pela primeira vez na história da humanidade uma sociedade avançada e livre, magnânina e benéfica com os povos, cedia à força de milhares de sorrateiros conspiradores infiltrados em seus poros: os cristãos.
Foi este mesmo Paulo que deu os retoques finais nas doutrinas rudes de pescadores que seguiam Jesus de Nazaré, cuja existência histórica - além do "Novo Testamento" - é mencionada apenas da "História dos Hebreus" de Flávio Josefo. É opinião geral, partilhada por Ernest Rénan ("La vie de Jésus"), que o próprio Jesus, se existiu, jamais aprendeu o grego, sendo seu idioma o dialeto siríaco misturado ao hebraico palestino. Não tinha nenhum conhecimento da cultura grega, proscrita pelos doutores da Lei que exerciam absoluta autoridade sobre sua classe.
Foi este mesmo Paulo que deu os retoques finais nas doutrinas rudes de pescadores que seguiam Jesus de Nazaré, cuja existência histórica - além do "Novo Testamento" - é mencionada apenas da "História dos Hebreus" de Flávio Josefo. É opinião geral, partilhada por Ernest Rénan ("La vie de Jésus"), que o próprio Jesus, se existiu, jamais aprendeu o grego, sendo seu idioma o dialeto siríaco misturado ao hebraico palestino. Não tinha nenhum conhecimento da cultura grega, proscrita pelos doutores da Lei que exerciam absoluta autoridade sobre sua classe.
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