Gurdjieff

Gurdjieff
Quem é Gurdjieff?

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Cristiano, uma rosa floresce no jardim
em meio aos ciprestes e ao mato espesso,
uma rosa solitária que insiste para vingar,
em um jardim abandonado pelo jardineiro
de mão-cheia, preto cuidadoso e talentoso
que na calada da noite vinha arar, e ia para
outros cantos do país, trazer outras flores
exóticas, distantes, que se não rivalizam com
a rosa, contrastavam com sua ímpar beleza
em um sem par movimento carente de ritmos
em que o pobre lavrador, escravizado, contemplava
ao longe, carregando o madeiro pesado, sua cruz
o suor que escorria dos ombros largos
do operário.

Eu clamo

Eu clamo àqueles que foram meus amigos no passado
E do alto da santa amizade que a mim devotaram
sacralizaram-se monumentos à honestidade e o valor.

Eu clamo aos ignorados e patéticos companheiros do cotidiano
ridicularizados pela turba ignara mergulhada no pântano do mundo
imersa pelo lodo mais escuro, negro e imundo
num verso sepulcral, pouco austero e fracamente lírico,
que, no mínimo, exerce efeito porcamente onírico
sobre um corpo que jaz no leito, moribundo.

Poesia

Talvez, quem sabe
a verdadeira sabedoria
Adquire a forma
de poesia
Pois quem sabe
o que os adeptos, os grandes mestres
os conhecedores de arcanos segredos
degradados por universos extra-terrestres
recebem de praeter-inteligências, praeter-humanas
formas alojadas em sete planos eqüidistantes
de nossa vivência habitual e racional
em um tipo de poesia
não convencional
pouco usual
estranha mesma e grotesca
como condenação princepesca
de um chefete banalmente coroado
pelo Menestrel abalroado de glórias
do momento.