A Famosa “Serpente Kundalini” e o Papel do Sexo em Gurdjieff segundo P.D. Ouspensky e os “Fragmentos (...)”
Muitos dos candidatos à senda iniciática e os neófitos em ocultismo exalam suspiros ansiosos diante da simples menção da palavra “sexo”. O pronunciar do mantra “Kundalini” exerce efeito vibracional da mesma magnitude ou maior, sem dúvida ampliado quando conjugado ao vocábulo sânscrito “Tantra” ou junto ao supra sumo dos gurus orientais, a “Yoga”.
Isso resulta em “Kundalini Yoga” ou “Tantra Yoga”. Seria engraçado notar outras associações que só a risível mecanicidade dos homens explicaria mas não é outro nosso propósito que anotar o pensamento de P. D. Ouspensky contido em “Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido – Em busca do Milagroso”, esta obra notável que, em que pesem as diferenças com o estilo argumentativo e a didática do mestre conserva em linhas magistrais o essencial de seu pensamento apresentado nas conferências a que compareceu P.D.O.
A visão de G (como chamaremos à moda usual de Georges Illitch Gurdjieff) começa a ser esboçada quando fala do repertório definido de pais que o homem representa habitualmente e como “(...) o estudo dos papéis que cada um representa é uma parte indispensável do conhecimento de si. O repertório de cada homem é extremamente limitado’. Esses papéis, como observa, exercem uma função prodigiosa nas relações entre homem e mulher (pg. 290) e demonstram como o tipo real, a essência, é escondida nestas mesmas relações pois elas se travam com base em uma espécie de “coincidência de gostos”, por assim dizer, correlacionada à personalidade (aparência e não à essência) do casal. “(...) o homem 'mecânico' não pode amar. Nele, isto ama ou isto não ama”.
A grosso modo, o “sistema” de Gurdjieff é fundamentada no pressuposto de que o homem é uma máquina e para estudá-lo é antes necessário compreender a mecânica que a psicologia em sentido estrito. Para o homem “tudo acontece” e ele dificilmente escapa ao conjunto de “leis da mecanicidade” por esforço próprio o que, não obstante, pode ser feito por um esforço consciente em grupo capaz de produzir “choques artificiais” adicionais que garantam a cristalização de algo mais sutil em si mesmo.
Poucos compreendem, entretanto, a importância que desempenha o sexo no conjunto do sistema porque via de regra se resumem os “centros do homem” aos centros instintivo, motor, emocional e mental. O “centro sexual” cumpre um papel que é ignorado por muitos adeptos do “Quarto Caminho” (ou a escola introduzida por G. Gurdjieff no Ocidente) ou é entendido como a contrapartida conceitual da famosa “kundalini” hindu, ao qual difere em número, gênero e grau.
“Kundalini” para Gurdjieff em nada se aparenta à “serpente ígnea” que se aloja no chackra situado na base da coluna e o “despertar de kundalini” não se relaciona em absoluto ao acréscimo de faculdades desconhecidas ou poderes (“sidhis”) transcendentes. Na realidade:
“(...) é a potência da imaginação, a potência da fantasia, que usurpa o lugar de uma função real” (...). “Kundalini é uma força introduzida nos homens para mantê-los em seu estado atual”. Despertar para o homem significa ser “deshipnotizado”.
Kundalini é algo que foi colocado no homem “por fora” e serve para mantê-los escravizados, sujeitos ás leis mecânicos e reféns das influências planetárias, transformando-se em “alimento para a lua” de acordo com a utilidade quer forças de ordem cósmica reservaram à terra na economia da universo. Sem “Kundalini” o homem não é mais hipnotizado, não age como na velha fábula em que o cordeiro pensa que é um Leão.
Kundalini, posteriormente tratada nos “Contos de Belzebu a seu Neto” nada mais é que o estranho órgão “kundabuffer” que faz com que os homens e mulheres neste pequeno planeta, estes insólitos seres “tricerebrados” ajam de maneira tão estranha diante dos olhos do estupefato neto do velho e sábio Belzebu.
Como afirmava o velho caucasiano em suas conversas com os mais seletos discípulos,
“Ao mesmo tempo, o sexo desempenha um papel enorme na manutenção da mecanicidade da vida. Tudo o que as pessoas fazem está em ligação com o sexo; a política, a religião, a arte, o teatro, a música, tudo é sexo”. (...) Essa é a principal fonte de energia de toda a mecanicidade. Todos os sonos, todas as hipnoses dela decorrem. Tentem compreender o que quero dizer. A mecanicidade é particularmente perigosa quanto as pessoas não a querem tomar pelo que é e tentam explicá-la por outra coisa. Quando o sexo é claramente consciente de si mesmo, quando não se esconde por trás de pretextos, não se trata mais de mecanicidade de que falo. Ao contrário, o sexo é claramente consciente de si mesmo, quando não ser esconde por trás de pretextos, não se trata mais da mecanicidade de que falo.Ao contrário, o sexo, que existe por si mesmo e não depende de mais nada já é uma grande realização. Mas o mal reside nessa perpétua mentira de si mesmo”.
O sexo é a principal fonte da escravidão humana e o laço que o ata em caráter quase irrevogável à mecanicidade, impedindo-o de ser algo mais que uma simples e previsível máquina. Contudo, há algo de positivo nele, desde que exploradas suas possibilidades enquanto fator de “transmutação” do homem.
“Lembram-se do que foi dito a respeito das quarenta e oito leis? Não podem ser modificadas, mas é possível libertar-se de grande número delas. Quero dizer, há uma possibilidade de mudar. O estado de coisas para s
i mesmo pode escapar à lei geral. Aí, como em qualquer outra parte, a lei geral não pode ser mudada, tanto mais que a lei de que falo, isto é, o poder do sexo sobre as pessoas, oferece possibilidades muito diversas. O sexo é a principal fonte de nossa escravidão, mas também nossa principal possibilidade de libertação”.
Neste ponto ingressa-se no campo da alquimia enquanto ciência das transmutações e estudo da unidade da matéria. O sexo se torna ingrediente indispensável no processo que conduz ou ao nascimento de um novo corpo físico à base da união dos princípios masculino ou feminino ou à constituição de um corpo astral sem “bodas alquímicas”, sem o “sol e lua” como se pode dizer (Gurdjieff e Ouspensky não usavam essa notação alquímica.
O processo de Criação de um Novo Corpo Físico depende da forma como são manipuladas substâncias sutis, em especial a mais fina e rara que pode ser produzida pela fábrica humana (o corpo humano de três andares), o hidrogênio si 12. Por assim dizer:
“O novo ‘nascimento’ de que falamos, depende da energia sexual tanto quanto o nascimento físico e a propagação das espécies”. “(...) o hidrogênio si 12 é o hidrogênio que representa o produto final da transformação do alimento no organismo humano. É a matéria a partir da qual o sexo trabalha e produz. É a ‘semente’ ou o ‘fruto’. “(...) si 12 pode passar ao dó da oitava seguinte com o auxílio de um ‘choque adicional’. Mas esse ‘choque’ pode ser de dupla natureza e duas oitavas diferentes podem começar, uma fora do organismo que produziu si, outra no próprio organismo. A união dos si 12 masculino e feminino – e tudo que a acompanha – constitui o ‘choque’ da primeira espécie e a nova oitava começada com a sua ajuda desenvolveu-se independentemente, como um novo organismo ou uma nova vida’.
“Essa é a maneira normal e natural de utilizar a energia de si 12. entretanto, no mesmo organismo há outra possibilidade. É a possibilidade de criar uma vida nova dentro do organismo onde si 12 foi elaborado, mas desta vez sem a união dos princípios masculino e feminino”.
Gurdjieff deixa claro que a energia sexual só pode ser gasta de duas maneiras legítimas, a vida sexual normal e a transmutação. “(...)Neste domínio, qualquer invenção é das mais perigosas”. Isso pode ser entendido como uma admoestação que visa coibir as chamadas práticas da “mão esquerda” (não entendidas, diga-se de passagem, à moda piegas de vários autores ocultistas, principalmente “teósofos” mas como um conjunto de ações que deturpam o caminho e aumentam a mecanicidade do homem).
O sexo, em si, se normal e bem utilizado é bom e saudável. O grande mal, o mais pernicioso é o “abuso do sexo” Como Gurdjieff entende a expressão “abuso do sexo”?
“Ela designa o mau trabalho dos centros em suas relações com o centro sexual ou, noutros termos, a ação do sexo exercendo-se através dos outros centros e a ação dos outros centros exercendo-se através do centro sexual, ou para ser mais preciso, o funcionamento do centro sexual com o auxílio da energia tomada dos outros centros e o funcionamento dos outros centros com o auxílio da energia tomada do centro sexual”.
Abuso do sexo é qualquer situação que produz o mal funcionamento dos centros, sua desarmonia e desorganização. O centro sexual rouba energia dos demais centros (o motor, o emocional e o mental) e estes se alimentam, por seu turno, das energias do centro sexual. Nesse caso o homem se descontrola e tende a se tornar um ser horrendo e desprezível. O sexo como parte neutralizante do centro motor deixa de operar e seu centro, o centro sexual, passa a se “alimentar” de coisas mais impuras e grosseiras.
”(...) O centro sexual trabalha com o hidrogênio 12, disse ele desta vez. Isto é, deveria trabalhar com ele. O hidrogênio 12 é si 12 mas o fatoé que raramente trabalha com o seu hidrogênio próprio. As anomalias no trabalho do centro sexual exigem estudo especial”.
Além de tomar para si “hidrogênios inferiores”, o centro sexual começa adquirir caraterísticas que não são próprias dele, é contaminado por atributos dos demais centros e, em especial, do centro emocional. Como demonstra G.; no centro sexual, no centro emocional superior e no intelectual superior não há duas partes.
“Tudo o que se relaciona com o sexo deveria ser, quer agradável, quer indiferente. Os sentimentos e as sensações desagradáveis provêm todos do centro emocional ou do centro instintivo”.
“Mas em conseqüência do mau trabalho dos centros, acontece freqüentemente que o centro sexual entra em contato com a parte negativa do centro emocional ou do centro instintivo. A partir daí, certos estímulos particulares ou mesmo quaisquer estímulos do centro sexual, podem evocar sentimentos desagradáveis, sensações desagradáveis”.
O sexo é importantíssimo por fim pois é o mais rápido dos centros por trabalhar com o hidrogênio 12.
“(...) Isto significa que ele é mais forte e mais rápido que todos os outros centros. De fato, o sexo governa todos os outros centros (pq. 292)”.
“(...) Quando a energia do sexo é saqueada pelos outros centros, é esbanjada num trabalho inútil, nada resta para ele mesmo e deve, a partir de então, roubar a energia dos outros centros, que é de qualidade bem inferior à sua e bem mais grosseira”.
“Mas quando o centro sexual trabalha com energia que não é a sua, isto é, com os hidrogênios relativamente inferiores, 48 e 24, suas impressões tornam-se muito mais grosseiras e ele cessa de ter no organismo o papel que poderia desempenhar. Ao mesmo tempo sua união com o centro intelectual e a utilização de sua energia pelo centro intelectual provocam um excesso de imaginação de ordem sexual e, por acréscimo, uma tendência a satisfazer-se com essa imaginação. Sua união com o centro emocional cria a sentimentalidade, ou, ao contrário, a inveja, a crueldade”.
As mais grandiosas obras em todos os terrenos são frutos inegáveis da ação do centro sexual. Essa energia se reconhece “(...) por um ‘sabor’ particular, por um certo ardor, por uma veemência ‘desnecessários”. O maior desafio do homem que trabalha sobre si mesmo no espírito do quarto caminho e compreender (e antes SER para COMPREENDER) como utilizá-la da forma correta e não fazer mal uso do sexo tornando-se um infra-sexual conforme ensina Ouspensky em “Um Novo Modelo do Universo”. Um demônio vil, asqueroso e perverso aguilhoado pela torpe sujeição aos mais abjetos prazeres que satisfaçam sua mecanicidade.
segunda-feira, agosto 24, 2009
domingo, agosto 23, 2009
Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Ouspensky
Li "Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Em Busca do Milagroso" há muitos anos e desde o início percebi que estava diante de algo "diferente", algo que jamais vira em muita busca pelo oculto, o desconhecido, as chaves do desenvolvimento espiritual. Tudo era misterioso e excitante, a forma da narrativa em primeira pessoa conjugada com as observações cáusticas de Gurdjieff transcritas pontual e tempestivamente por Ouspensky o tornavam uma obra da estatura dos grandes romances maometanos do século XII ou dos relatos de aventuras incríveis e impossíveis. Definitivamente é algo que se inscreve no rol do abstruso e "fora do sentido comum" porque para a maioria dos homens e mulheres em seu estado de consciência vigente tudo o que Gurdjieff ensinava em suas palestras ressoaria como misticismo absurdo e um conjunto de paradoxos evidentes (Ouspensky fala logo nas primeiras páginas sobre um livrinho infantil de "paradoxos evidentes" da Coleção Stolypin,muito apreciada nos lares russos. O real é necessariamente um "paradoxo" evidente para quem possui a consciência objetiva).
Em 1914 o Império dos Czares estava dava seus estertores finais. O resultado da guerra estava sendo decidido no front e era pouco aspicioso para a aristocracia russa. Em Moscou Ouspensky observava os caminhões cheios de muletas novas em folha e sequer pintadas ainda que seriam destinadas às tropas na fronteira. As grandes cidades da Mãe Rússia eram assoladas pela fome e agitação social. O mundo estava prestes a ruir e nunca em toda a história se tinha tido notícias de guerra desta magnitude e extensão.
Em meio ao turbilhão de informações de um estado de guerra e uma economia paralisada Ouspensky tenta se situar em Moscou, onde exerce a profissão de jornalista. Havia publicado seu opúsculo "Tertium Organum" e contava com um bom círculo de amigos na capital imperial e certo prestígio. Há pouco tempo retornara de viagem ao Oriente (India e Tibete) e descrevera suas experiências em pequenos artigos, o que não passara desapercebido ao grupo de um misterioso "oriental" que vendia tapetes. Ao mesmo tempo, ao manusear os folhetins da época tomara conhecimento de um ballet que estava sento representado em Moscou que se chamava "A Luta dos Magos". Seu autor era um "hindú", um "oriental". Posteriormente travaria contato pessoal com esse "oriental" e os primeiros rudimentos publicados da orientação do "Quarto Caminho" iriam vir à luz.
quinta-feira, agosto 20, 2009
A Alquimia de Gurdjieff
Não é novidade para nenhum leitor que considero Georges Ivanovitch Gurdjieff,o G.,o maior filósofo, teólogo e psicólogo do último centênio. Simplesmente genial e magistral, o mestre greco-armênio falou sobre tudo o que a pobre psicologia ocidental tentou explicar através de seus modelos sexuais ou simbólicos construídas à base de um material livresco e poroso.
Gurdjieff, como diria o baiano, é "o cara"!
Nesse sentido, desde que me isolei em meu pequeno apartamento na Barra dediquei-me a a destrinchar, esmiúçar seus livros. Comecei por "Encontros com Homens Notáveis" (nome de título análogo do cineastra Peter Brooks) tentando associar cada um daqueles tipos humanos às características do eneagrama sufi,esse hieroglifo do funcionamento do mundo. O outro passo associa-se ao esforço de pela primeira vez explanar de forma objetiva e compreensível sobre o esquema "quimico/alquímico" dos hidrogênios transcrito pelo russo P.D. Ouspensky em seus "Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido", demonstrando sua logicidade e unindo-o a outros esquemas que ajudaram os leitores a compreender o funcionamento da "fábrica humana", regida pela "Lei da Oitava". Esta, inclusive, é o ponto de partida para todo o sistema,
Há ainda outras novidades sobre a vida do próprio G., em especial o estudo sobre as localidades relatadas em sua obra seminal.
quarta-feira, agosto 19, 2009
Mudanças
Deixei de escrever no blog há mais de um mês em virtude de mudança de residência. Após uma dolorosa separação - elas sempre são doídas - vendi um apartamento em um processo penoso que se arrastou por dois meses e me preparava para efetuar uma nova compra quando o "negócio gorou". Queria abandonar o mais rápido possível a antiga residência em Vila Laura e após comparar os preços e sondar amigos decidi alugar um guarda-móveis em Águas Claras a preços módicos, incluso o custo de transporte para o depósito. Nesse meio tempo - para ter um pouco de paz de espírito e estar próximo do mar (sou de peixes, Júpiter e Urano) - tomei a resolução íntima de alugar um apartamento em temporada na Barra, bem defronte ao restaurante Barravento e ao mar,a um preço conveniente para baixa estação e que inclui o condomínio e as demais despesaas. Não só posso sair daqui quando encontrar uma nova morada definitiva - aqui ou em outro município da Bahia, a depender das circunstâncias futuras - mas ficarei perto da praia da barra e do calçadão onde posso caminhar tranquilamente à tardinha ou pela manhã até o farol ou o Porto da Barra.
O mais inquietante nesta eventualiade de trocar de endereço é a percepção do quanto a identificação - ou "apego" para quem prefere a consagrada terminologia budista - se manifesta em momentos em que temos de chacoalhar o esqueleto e nos movimentar. Entra em ação e Lei Cósmica da Oitava que tende a contrariar toda ação em sentido positivo e nos desviar da meta, jogando-nos na indecisão e no comodismo. Ao mesmo tempo perdemos um tempo precioso para julgar do que podemos nos livrar, o que não mais nos interessa e nos será útil. Esforçamo-nos para encontrar justificativas interiores para manter pilhas de "papers" inúteis que jamais leremos, anais insossos e vazios de Congressos "Científicos" ou revistas que nunca mais compulsaremos porém algo que provém da nossa mecanicidade insiste em dizer que tudo aquilo que poderá ser proveitoso um dia.
Com todo o sofrimento que implica e por mais que nos atordoe qualquer processo forçado de mudança representa uma valiosa lição espiritual rica em ensinamentos sobre o quanto nos desgastamos com o bobo apego às coisas materiais e ao hábito de remoer velhas impressões do passado. Portanto, mudanças sempre são bem vindas sim!
O mais inquietante nesta eventualiade de trocar de endereço é a percepção do quanto a identificação - ou "apego" para quem prefere a consagrada terminologia budista - se manifesta em momentos em que temos de chacoalhar o esqueleto e nos movimentar. Entra em ação e Lei Cósmica da Oitava que tende a contrariar toda ação em sentido positivo e nos desviar da meta, jogando-nos na indecisão e no comodismo. Ao mesmo tempo perdemos um tempo precioso para julgar do que podemos nos livrar, o que não mais nos interessa e nos será útil. Esforçamo-nos para encontrar justificativas interiores para manter pilhas de "papers" inúteis que jamais leremos, anais insossos e vazios de Congressos "Científicos" ou revistas que nunca mais compulsaremos porém algo que provém da nossa mecanicidade insiste em dizer que tudo aquilo que poderá ser proveitoso um dia.
Com todo o sofrimento que implica e por mais que nos atordoe qualquer processo forçado de mudança representa uma valiosa lição espiritual rica em ensinamentos sobre o quanto nos desgastamos com o bobo apego às coisas materiais e ao hábito de remoer velhas impressões do passado. Portanto, mudanças sempre são bem vindas sim!
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