É preciso fazer uma ressalva quanto ao renascimento. Por que os países árabes passaram por algo semelhante centenas de anos antes (redescoberta e tradução para o árabe dos textos gregos) e o movimento nunca resultou em "iluminismo". Há "iluminismo" árabe? Os jovens turcos como embrião do "iluminismo" muçulmano? E quanto às ditaduras e socialismos laicos em países muçulmanos. Não se pode dizer que sejam experiências nem de longe assemelhadas ao episódio histórico das luzes na Europa.
Estudando a história árabe encontraremos respostas para o desafio de burlar o "iluminismo". Lembrar que os árabes desenvolveram também o capital mercantil sem o capital industrial. O mistério da assunção e decadência da cultura árábe surpreende-me há anos. Como um povo de tamanha invergadura intelectual dobrou-se ao mais miserável atraso. De todos os monoteísmos, aquele que abriu mais portas ao conhecimento foi o árabe, produzindo pensadores como Avicena, Averróis, Ibn Al Arabî e os falsuf (filósofos).
Babilônia capital da humanidade, cidade sagrada. Babilônia dos profetas, a mãe das prostituras. Babilônia de Ninrod, Babel dos povos. O berço da cultura universal, jóia do rio Tigre. A Bagdá dos poetas feita "bunker" do Tirano grosseiro de Tikrit. O sangue de Ali derramado nas esquinas. Xiitas se chicoteando e cortando-se com lâminas afiadas. Eu consigo ver o céu azul dos astrólogos nas planícies de Babilônia.
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