Do livro "The Tree of Life - An Illustrated Study in Magic" do membro da G.D. e grande mago Israel Regardie seguem intrigantes pontos de vista. Eis a tradução de alguns parágrafos, capenga e sujeita a críticas dos leitores que a podem cotejar com a edição original da Llewellyn Publications de 2007. O texto está entre as páginas 29 e 32 da obra.
" Nestas páginas espero evidenciar que a técnica da Magia está em consonância estrita com as tradições da mais alta antiguidade e que possui a sanção, explícita ou implícita, das melhores autoridades. Jâmblico, o divino Teurgista, tem muito a dizer em seus vários escritos sobre Magia, assim como Proclus e Porfírio, e mesmo a moderna literatura teosófica autorizada tem referências obscuras, mesmo que nunca explicadas e ampliadas sobre a Mágica Divina. Algumas excelentes invocações de obras gnósticas e várias recensões do Livro dos Mortos serão apresentadas até o fim deste livro e discussões baseadas nas concepções egípcias ou cabalísticas serão encontradas em outros capítulos.
Qualquer síntese sumária da Magia em uma palavra singular, "psiquismo", é claramente absurda, para dizer o mínimo. Eu conheço os teosofistas contudo, e compreendo a necessidade de antecipar suas objeções de forma clara. O mago necessita ter controle sobre sua natureza; cada elemento constituinte de seu ser deve ser desenvolvido até o ápice da perfeição. Nenhum princípio deve ser reprimido; cada um deles é um aspecto do espírito supremo e deve cumprir seu próprio propósito e natureza. Se o teurgista se engaja, por exemplo, em viagem astral - o que é objeto da maior parte das objeções teosóficas - isto se deve a três razões:
Em primeiro lugar, na assim chamada "Luz astral" ele deve perceber o exato reflexo de si mesmo em suas diversas partes e qualidades e atributos. Um exame deste reflexo tende naturalmente a uma espécie de auto-conhecimento.
Em segundo lugar,a definição de luz astral de um ponto de vista mágico é excessivamente ampla, incluindo todos os sub-planos sutis acima ou dentro do físico e é o objetivo do magista subir constantemente para os mais etéreos e lúcidos reinos do mundo espiritual. Os elementos mais grosseiros da esfera de Azoth, com suas imagens sensuais e visões opacas e obnubiladas também devem ser transcendidos e deixados para trás. Èliphas Lévy vai ainda mais adiante ao fazer para propósitos práticos não mais que duas grandes divisões no universo: o mundo físico e o mundo espiritual.
Em terceiro lugar, antes que essa porção particular do mundo invisível possa ser transcendida, deve ser conquistada e dominada em todos os seus aspectos. Todos os entes desta esfera devem se submeter ao magista, aos seus símbolos mágicos e obedecer inequivocamente à realidade de sua vontade real a qual simbolizam. Em nosso plano, em nosso reino diário de experiência ordinária, símbolos são meramente representações arbitrárias de significado interior e inteligível. São as assinaturas visíveis de uma graça metafísica ou espiritual, como se pode dizer. Na Luz Astral, contudo, estes símbolos assumem existência independente revelando sua realidade tangível e assim se tornam de máxima importância. As evocações são feitas pelo magista não por curiosidade nem para satisfazer sua sede por poder, mas com o único objetivo de trazer essas facetas ocultas de sua própria consciência para o campo de sua vontade e submetê-las a seu domínio (...)".
"Em Magia nenhuma tentativa é feita para adquirir poderes para seus próprios propósitos ou para qualquer fim nefasto. Qualquer poder adquirido deve ser instantaneamente submetido à Vontade e mantido em seu próprio lugar e perspectiva (...)"
"Por que indivíduos - particularmente alguns teosofistas - o cobiçam ou contemplam como fazem o astral e seus poderes ocultos para seu próprio deleite ou morbidade patológica isso é coisa que ultrapassa minha compreensão. No começo de sua carreira o magista é obrigado a compreender que sua única aspiração é o seu EU SUPERIOR ou seu Santo Anjo Guardião e que quaisquer faculdades obtidas devem ser atreladas a essa aspiração (...)". "(...) Uma aspiração a algo que não seja o Santo Anjo Guardião constitui em realidade e em raras exceções, um ato de magia negra o qual é deplorável ao extremo".
"Outra objeção também levantada é a de que a Magia pode levar à mediunidade. Esta também é uma censura errônea para um grande número de pessoas. Foi corretamente observado que ambos, o mago e o médium, cultivam o transe. Mas aí o acuro da observação cessa, pois nos respectivos estados de consciência está toda a diferença no mundo. Como se diz popularmente é num piscar de olhos que a diferença entre o gênio e o louco é revelada. A real distinção é que num caso a balança da gravidade está acima do centro normal de consciência. No último caso abaixo e a consciência que desperta se tornou invadida por uma horda descontrolada de impulsos inconscientes. A mesma idéia se aplica mais fortemente à comparação entre o médium e o magista. O médium cultiva um transe passivo e negativo que desloca seu centro de consciência para baixo, para o que chamamos NEPHESH. O magista, por outro lado, está intensamente ativo de um ponto de vista mental e espiritual, simultaneamente e também se mantém em um transe noético, mas mantendo os processos do raciocínio sob controle. Seu método é subir acima deles, abrindo a si próprio aos raios telésticos do seu Ser Superior ao invés de descer ao acaso ao lodo de nephesh.
Esta constitui a única diferença. O cultivo da Vontade Mágica e a conseqüente exaltação da alma é a técnica da magia. O transe espiritualista não é nada mais, nada menos, que uma descida não usual na inércia e na consciência animal. Abdica-se de toda a humanidade e divindade no transe passivo e negativo em prol da vida animal e da obsessão demoníaca. Ao abrir mão do ego individual, toma lugar no magista a consciência noética espiritual, não o torpor da vida instintiva e vegetativa. “A Magia não tem então qualquer associação sob qualquer ponto de vista com a mediunidade”.
" Nestas páginas espero evidenciar que a técnica da Magia está em consonância estrita com as tradições da mais alta antiguidade e que possui a sanção, explícita ou implícita, das melhores autoridades. Jâmblico, o divino Teurgista, tem muito a dizer em seus vários escritos sobre Magia, assim como Proclus e Porfírio, e mesmo a moderna literatura teosófica autorizada tem referências obscuras, mesmo que nunca explicadas e ampliadas sobre a Mágica Divina. Algumas excelentes invocações de obras gnósticas e várias recensões do Livro dos Mortos serão apresentadas até o fim deste livro e discussões baseadas nas concepções egípcias ou cabalísticas serão encontradas em outros capítulos.
Qualquer síntese sumária da Magia em uma palavra singular, "psiquismo", é claramente absurda, para dizer o mínimo. Eu conheço os teosofistas contudo, e compreendo a necessidade de antecipar suas objeções de forma clara. O mago necessita ter controle sobre sua natureza; cada elemento constituinte de seu ser deve ser desenvolvido até o ápice da perfeição. Nenhum princípio deve ser reprimido; cada um deles é um aspecto do espírito supremo e deve cumprir seu próprio propósito e natureza. Se o teurgista se engaja, por exemplo, em viagem astral - o que é objeto da maior parte das objeções teosóficas - isto se deve a três razões:
Em primeiro lugar, na assim chamada "Luz astral" ele deve perceber o exato reflexo de si mesmo em suas diversas partes e qualidades e atributos. Um exame deste reflexo tende naturalmente a uma espécie de auto-conhecimento.
Em segundo lugar,a definição de luz astral de um ponto de vista mágico é excessivamente ampla, incluindo todos os sub-planos sutis acima ou dentro do físico e é o objetivo do magista subir constantemente para os mais etéreos e lúcidos reinos do mundo espiritual. Os elementos mais grosseiros da esfera de Azoth, com suas imagens sensuais e visões opacas e obnubiladas também devem ser transcendidos e deixados para trás. Èliphas Lévy vai ainda mais adiante ao fazer para propósitos práticos não mais que duas grandes divisões no universo: o mundo físico e o mundo espiritual.
Em terceiro lugar, antes que essa porção particular do mundo invisível possa ser transcendida, deve ser conquistada e dominada em todos os seus aspectos. Todos os entes desta esfera devem se submeter ao magista, aos seus símbolos mágicos e obedecer inequivocamente à realidade de sua vontade real a qual simbolizam. Em nosso plano, em nosso reino diário de experiência ordinária, símbolos são meramente representações arbitrárias de significado interior e inteligível. São as assinaturas visíveis de uma graça metafísica ou espiritual, como se pode dizer. Na Luz Astral, contudo, estes símbolos assumem existência independente revelando sua realidade tangível e assim se tornam de máxima importância. As evocações são feitas pelo magista não por curiosidade nem para satisfazer sua sede por poder, mas com o único objetivo de trazer essas facetas ocultas de sua própria consciência para o campo de sua vontade e submetê-las a seu domínio (...)".
"Em Magia nenhuma tentativa é feita para adquirir poderes para seus próprios propósitos ou para qualquer fim nefasto. Qualquer poder adquirido deve ser instantaneamente submetido à Vontade e mantido em seu próprio lugar e perspectiva (...)"
"Por que indivíduos - particularmente alguns teosofistas - o cobiçam ou contemplam como fazem o astral e seus poderes ocultos para seu próprio deleite ou morbidade patológica isso é coisa que ultrapassa minha compreensão. No começo de sua carreira o magista é obrigado a compreender que sua única aspiração é o seu EU SUPERIOR ou seu Santo Anjo Guardião e que quaisquer faculdades obtidas devem ser atreladas a essa aspiração (...)". "(...) Uma aspiração a algo que não seja o Santo Anjo Guardião constitui em realidade e em raras exceções, um ato de magia negra o qual é deplorável ao extremo".
"Outra objeção também levantada é a de que a Magia pode levar à mediunidade. Esta também é uma censura errônea para um grande número de pessoas. Foi corretamente observado que ambos, o mago e o médium, cultivam o transe. Mas aí o acuro da observação cessa, pois nos respectivos estados de consciência está toda a diferença no mundo. Como se diz popularmente é num piscar de olhos que a diferença entre o gênio e o louco é revelada. A real distinção é que num caso a balança da gravidade está acima do centro normal de consciência. No último caso abaixo e a consciência que desperta se tornou invadida por uma horda descontrolada de impulsos inconscientes. A mesma idéia se aplica mais fortemente à comparação entre o médium e o magista. O médium cultiva um transe passivo e negativo que desloca seu centro de consciência para baixo, para o que chamamos NEPHESH. O magista, por outro lado, está intensamente ativo de um ponto de vista mental e espiritual, simultaneamente e também se mantém em um transe noético, mas mantendo os processos do raciocínio sob controle. Seu método é subir acima deles, abrindo a si próprio aos raios telésticos do seu Ser Superior ao invés de descer ao acaso ao lodo de nephesh.
Esta constitui a única diferença. O cultivo da Vontade Mágica e a conseqüente exaltação da alma é a técnica da magia. O transe espiritualista não é nada mais, nada menos, que uma descida não usual na inércia e na consciência animal. Abdica-se de toda a humanidade e divindade no transe passivo e negativo em prol da vida animal e da obsessão demoníaca. Ao abrir mão do ego individual, toma lugar no magista a consciência noética espiritual, não o torpor da vida instintiva e vegetativa. “A Magia não tem então qualquer associação sob qualquer ponto de vista com a mediunidade”.
Um comentário:
Òtimo,porém esperava algo mais .Mesmo assim valeu a iniciativa,grato.
Postar um comentário