C.B.
“Primeiro de ouro, a raça dos homens mortais
criaram os imortais, que mantêm olímpias moradas
Eram do tempo de Cronos, quando no céu este reinava;
como deuses viviam, tendo despreocupado coração,
apartados, longe de penas e misérias.[i]”.
Há questões metafísicas que afligem sucessivas gerações de
homens por séculos, impondo-lhes o desafio de buscar respostas para o dilema
sempiterno representado pelo deslocamento entre sua dolorosa existência, de um
lado; e as expectativas que lhes parecem inatas, de outro; concernentes à
possibilidade de romperem as rígidas cadeias do sofrimento impostas pela vida
neste planeta. Nas circunstâncias sob as quais vivem, a experiência da dor é a
única que se lhes afigura enquanto algo palpável; não há outra realidade senão o pungente sentimento de vacuidade e
impotência do seu pequeno “Eu” em relação ao “mundo”. Mas, nem sempre, o homem se viu tão
atarantado, enlouquecido, ao ponto de bipartir sua linha vital em dois
segmentos conducentes à aniquilação total: o
céu delusório do “nirvana” artificial ou o mergulho imprudente no vicio,
afundando-se na própria natureza inferior.
A Sabedoria das Eras nos apontava um sentido geral de
unidade entre o Homem Primordial e o Princípio Uno, Eterno, Imutável e
Ilimitado que as diversas religiões conhecem por Deus, assumindo a vigência de
uma ordem cósmica; refletida na Terra em aspectos perceptíveis aos sentidos
humanos. O tempo era então uma criança, seus minutos eram contados como
eternidade; era tempo cósmico, não linear. O estatuto humano era assegurado por
colégios de sábios e iniciados cujos princípios insuflavam as instituições
políticas, relações conjugais e sociais, credos estabelecidos; enfim, todo o
espectro de ordenamentos envolvidos na interação entre cada membro particular de
nossa linhagem e seus semelhantes.
Nas culturas de todos os povos, reminiscências dessa “Era de
Ouro” são abundantes, assim como de sua dissolução progressiva, Naquela oitava superior da humanidade, o funcionamento rítmico e harmonioso das leis
cósmicas em escala universal, tinha lugar, por correspondência, nas dimensões macroscópicas e microscópicas,
convidando gentilmente o homem a integrar-se ao Todo e; mediante a observação
silenciosa das maravilhas da criação que lhe descortinava, abria-lhe as portas
da intuição, fazendo com que seu rosto mirasse os cimos. O Homem Primordial
retinha no tesouro da memória a lembrança dos dias de sua juventude, quando
anelava, em vão, adentrar o Éden, protegido pela terrível espada flamejante.
Nos primórdios da civilização, o homem nascia, labutava e
morria sob a contemplação de um horizonte normativo que brilhava diante de seus
olhos como algo tão assombroso e espetacular quanto o nascer do sol e o
crepúsculo, o farfalhar das ondas, os flagelos marítimos ou o movimento
periódico dos grandes luminares; o Sol e a Lua no céu visível. Seguro, pleno, confiante
em que o futuro seria mais que o passado e, o presente, um instante no qual
deveria envidar esforços para cumprir seu dever, o indivíduo cumpria suas
obrigações (Dharma), executando suas
ações conforme prescrevia a Lei.
“Este ritmo
“Deus-homem”, uma ascensão repentina, seguida de uma decadência gradual – o
resultado do que está acima do tempo com o que está sujeito ao tempo – pode ser
descrito, para usar as estações do ano, como uma súbita primavera que avança
para o verão, seguido de um gradual outono”[i].
Fortalecido, abrigado em um corpo coletivo organicamente
equilibrado, o homem não se sentia só ou isolado na comunidade, apequenado,
como hoje se vê, tal qual um verme parasitário perdido no universo. Sua
passagem pela terra não era concebida como estéril diversão e, embora cônscio
da finitude da vida e caráter imanente da morte, acalentava a esperança da
sobrevivência vindoura, ao lado de seus deuses tutelares e entes próximos,
transitoriamente ceifados com o rigor e a beleza que são os tronos temporais do
poder divino.
Os homens viviam
pacíficos, interna e externamente, até que, em dado ponto no tempo, ocorreu aguda
inflexão no conjunto dos padrões que sustentavam sua existência.
Gradativamente, valores se relativizaram, panteões adquiriram traços humanos,
ritos se ossificaram, a cultura e os elementos tradicionais, repetidamente,
viram-se seriamente abalados: a tradição fora pulverizada, a ordem, subvertida.
No decurso de outros tantos ciclos e subciclos involutivos, a recordação da
Idade de Ouro transfigurou-se em imagem opaca, disforme e distante.
Ingressava-se na longa noite da humanidade: a Idade de Ferro.
Prolongado, o período a que nos referimos não pode ser
desagregado, satisfatoriamente, em seus componentes principais, tendo de ser visto;
porém, como a erupção tempestuosa de agressivos instintos no homem, acompanhados
pela eclosão das catástrofes da fome e da guerra intestina entre as nações.
Institutos políticos e sociais, antes robustos, são adulterados; a cultura é
solapada e triunfam universalmente a vulgaridade e o desprezo pelas prodigiosas
obras de arte que reverberam, ainda que fracamente, os ecos das glórias
pregressas. O sentido da ordem, esmigalhado pela efervescência das paixões mais
brutais, origina ilusões nos homens sobre sua autoimportância, infundindo-lhes
insensato senso de autonomia e o desatino de julgarem-se “donos” de todos os
direitos e isentos de deveres.
Confiante em suas forças inatas, o homem, à mercê do jogo da
vida, crê ser o tirano de si próprio, uma divindade; mas, ao contrário, faz-se duende,
diminuto e risível. Semelhante fenômeno veio a assumir tonalidades ainda mais
sombrias, na medida em que as pútridas nuvens da dissolução atingiram a etapa
atual do curso da humanidade, pairando como um monturo infecto sobre enorme,
compacta e tresloucada massa informe, amontoada nos currais chamados de
“grandes centros urbanos”, “capitais” e “metrópoles”.
Dois versículos de Gênesis quatro
sintetizam todo o drama humano, encenado por atores ébrios na câmara tenebrosa
das modernas sociedades:
" 1. Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado a luz a
Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão. 2. Tornou a dar a luz a um filho - a
seu irmão Abel. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra".
Com efeito, nos derradeiros quatro séculos, substancial e
impetuosa transformação das estruturas econômicas do Ocidente (e, logo após, do
globo como um todo), provocou alterações correspondentes às suas novas
necessidades nas instituições e na sociedade, engendrando outros arcabouços
legais e outro Estatuto Humano; exótico, posto que não mais fundado nos tronos do
rigor e da beleza, adornos do poder divino nos planos sutis, mas no poder
temporal.
“11 Agora maldito és tu desde a terra, que
abriu a sua boca para da tua mão receber o sangue de teu irmão.
12 Quando
lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na
terra.
13 Então
disse Caim ao Senhor: É maior a minha punição do que a que eu possa suportar.
14 Eis
que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido;
serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar matar-me-á.
15 O
Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete vezes sobre ele
cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem
quer que o encontrasse”.
Com o aumento prodigioso da acumulação de recursos, a
desorganização do campo, a expulsão dos camponeses em direção aos núcleos
urbanos e o advento de uma produção mecanizada e concentrada no espaço, a
maldição do sedentário lavrador Caim assumiu contornos grotescos, próximos ao
paroxismo, no que nos cabe admitir, como Cioran[ii], enraízam-se
em desespero terminal.
“Dentre as múltiplas formas do grotesco, a que me parece mais
estranha e complicada é aquela que tem raízes no desespero. As outras visam a
um paroxismo de natureza periférica. O grotesco, porém, e isso é importante,
não pode ser concebido sem paroxismo. E que outro paroxismo é mais profundo e
mais orgânico do que o do desespero? O grotesco surge apenas no paroxismo dos
estados negativos, quando grandes tormentos brotam a partir de um déficit de
vida; trata-se de uma exaltação em negatividade”.
Amontoados como peças, objetos descartáveis, os homens são
sobressaltados a contragosto por distúrbios somáticos e anímicos. Dentre os
últimos sobressaem-se a depressão e a melancolia em suas diversas modalidades,
associada, a primeira, à profunda constatação da falta de sentido na vida; a
segunda, a uma espécie de contemplação estética desinteressada e abúlica da
miséria humana, entremeada com o gozo fortuito e o consumo de lenitivos para a
dor; drogas físicas ou “espirituais”.
“Ao lado das doenças somáticas, que conhecemos há séculos, e
das doenças psíquicas, identificadas mais recentemente, devem existir outras,
de ordem superior, às quais chamaremos de doenças do espírito. Nenhuma neurose
poderia explicar o desespero do Eclesiastes, o sentimento de nosso exílio na
Terra ou de nossa alienação, o tédio metafísico, a consciência do vazio e do
absurdo, a hipertrofia do eu ou a revolta sem objetivo; nenhuma psicose poderia
explicar o “furor” econômico ou político, a arte abstrata, o “demonismo
técnico, nem talvez aquele formalismo extremo que hoje em dia, em todos os
domínios da cultura, consagra o primado da exatidão sobre a verdade”[iii].
Uma vez lançado no mundo, desacorrentado do que equivocadamente
julgava uma ordem tirânica - imposição dos reinos seculares e do cosmos - o
homem, repentinamente, atinou que era privado do sentido da existência. Enganara-se,
quiçá irremediavelmente. Como os liames entre sua alma e o infinito são
indissociáveis, a impossibilidade prática de negar o destino que lhe é reservado
se impôs. O que fez então? Procurou narcóticos
e remédios inadequados, oferecidos por médicos de reputação duvidosa,
saltimbancos que pudessem distraí-lo, ainda que momentaneamente, ou preceptores
falastrões que lhe assegurassem felicidade certa e longa vida.
E o que ganhou o homem ao agir assim? Nada mais que símiles
desbotados do paraíso perdido, encantamentos fugazes produzidos pelo aroma de
buquês de flores que, repentinamente, metamorfoseadas em lépidas najas, saltam
com presas afiadas sobre a pobre e infeliz vítima, para deboche do ilusionista
que a ludibriara.
4 comentários:
Quem tiver interesse em entrar num grupo de whatsapp para conversar sobre espiritualidade sob um ótica universalista (sem se prender a uma religião em específico) me chame pelo whatsapp no 7581063479
Muito interessante!
Um abraço!
http://escolhaafelicidade.blogspot.com.br/
The Problem in our society are the Freemasons, aka masons. If they were to disappear, the world would be a farrrr.....better place!
Masonry, the sure path to ruin. You may not see it now in the beginning, but you will as you progress in the craft and further yourself away from God and your Christian faith...
For starters, masons are interested ONLY in accepting those that hold some position of importance or authority in society. If it is a would be or actual politician than even better! Masons do NOT accept regular joes, homeless, or unimportant lazy folk. Second, the hook is the so-called Believe in a Higher Being nonsense (be it Jew, Christian, Buddhist, Muslim etc.). Third, as the mason progresses through the stages in the craft, the end goal for him is to realize that He does not need God because the transformation has occurred whereby the member realizes he is a God unto himself. Moreover, the ceremonies he participates in are Occult period and anti-Catholic (Christian), Muslim, Jewish, and Buddhist. They are demonic period.
Fourth, it is the duty of every mason not to knowingly or wittingly do harm, talk bad about or tell on his fellow mason. And, when a fellow mason is in need or danger to help him above all else. Therefore, this is the WHY it is so simple for the pedophiles within the occult mason organization to easily rape, molest, enter children with impunity. Some use mikey Finn, or simply get vulnerable children in exchange for cash to their families who need it. No fellow mason can, or is allowed by their own acceptance of the rules when entering the craft, to "tell" on one another. Hence, the perfect crime.
Fifth, just to clarify, the end game of masonry, which also is the de facto mission of the occult, is to slowly like hairloss, have it's members deconstruct all that is descent and Holy in society. Masonry and Catholicism are non-congruent. This is why every mason has a duty to oppress society (one of the masonic central tenets is: Through Chaos Comes Order, and it is the masons that will establish their occult order unto society). This is the reason why they work hard to destroy all that is sanctity in society and impose demonic teachings (For example: no Lord's prayer, gays and lesbians and 1/2 and 1/2 are a good thing,not a mental disorder which it is and if you oppose this you are racist of some sort. Have an abortion because it is not a human you have inside you but a piece of pepperoni, flood countries with muslims who NEVER integrate and are shut-in and by nature only impose on all their religious ways of thinking at all costs etc.).
And lastly, If one is a Catholic one cannot become a freemason. DO NOT be fooled by the masons and their lies. It is a mortal sin and excommunication to follow. If it were up to me i would banish masonry peiod, jail the pedophiles and bring forth to the Hague International Court all masons to pay for their Crimes Against Humanity. Hopefully, some day, this will occur.
Caro Portuguesito,
Quem manda em tudo é o povo de deus, a missão dos escolhidos é a degenerar o ser humano se misturando e hoje todos somos híbridos, bem como esta escrito no Gênesis.
O sistema maçônico é idêntico ao sistema de deus e seus filhos, a maçonaria serve para selecionar gentios que servem ao interesse desses, os mais "conceituados" geralmente são os que tem as qualidades mais abomináveis para com a sua própria especie e via de regra se tornam políticos financiados pelo grande capital que hoje se encontra quase exclusivamente nas mãos do povo de deus e alguns aristocratas gentios que servem de boi de piranha quando necessário.
Houve um tempo que os agentes desse povo eram os Papas da icar, que influenciavam os monarcas, mas a coisa foi se modernizando que hoje não se faz mais o uso de Papas para dominar a boiada, hoje basta um futebol, uma novelinha e uma cervejinha, que os políticos à serviço de deus são eleitos para concluir a obra de deus sem a menor dificuldade.
E disseram que um dia o mundo ia acabar,só não viram que já acabou!
Ass.Bera y Birsa
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