Místicos e clarividentes por intermédio da “luz astral” (“akasa”) ou que quer o valha – como o ingresso em estados alterados de consciência no diminuta fresta entre a vigília e a semi-consciência recebem impressões gravadas nas mente de “objetos” presentes no plano astral (usemos provisoriamente esta terminologia teosófica, por falta de outra) que nada mais são que formas geométricas puras. Sim, formas geométricas puras, com franca e ostensiva recorrência da imagem da “tríade” representada no triângulo bidimensional ou na pirâmide tridimensional.
Neste plano “geométrico” foge-se ao labirinto das ilusões, à “maya” onde “noumeno” e “fenômeno” não se distingue. A “Idea” primordial s encontra neste nível e só pode ter expressão formal enquanto realidade única. E a mais recorrente realidade, a realidade suprema é a tríade, o triângulo, os princípios ativo, passivo e neutralizante incorporados na filosofia perene e nas cosmogonias de todos os povos que habitam ou já habitaram o planeta terra.
A mãe matéria, no vetusto Rig Veda (de mater = mãe, “prakriti” ou “pradhâna” em sânscrito) em si contém o princípio trino: as três gunas, ou modos, qualidades ou atributos, sattwas, rajas e tamas, que não são simples acidentes mas pertencem à sua própria natureza ou entram em sua composição. Madame Blavatsky, com inaudito didatismo, comenta o tema em seu “Glossário Teosófico”:
“... Podemos traduzir de modo aproximado os três gunas da seguinte maneira: Sattva: bondade, pureza, harmonia, lucidez, verdade, realidade, equilíbrio etc.; Rajas: paixão, desejo, atividade, luta, inquietude, afã, dor, etc. Tamas: inércia, apatia, tenebrosidade, confusão, ignorância, erro. Os três gunas estão universalmente difundidos na Natureza material, existem em todas as criaturas, determinando o caráter ou condição individua através da proporção em que se encontram reunidos em cada um dos seres. Assim vemos que Sattva é a qualidade (guna) que predomina sobre as outras no mundo dos desuses, Rajas é a que predomina na espécie humana e Tamas a que prevalece nos brutos e nos reinos vegetal e mineral. Não há nada, pois (exceto o Espírito Puro), que esteja completamente livre dos gunas, nem há um só ser nem um só ponto do Universo onde não exista pelo menos uma parte mínima de cada um deles. Na matéria caótica ou não-manifestada os três gunas encontram-se em perfeito equilíbrio então todas as potências e energias que aparecem no universo manifestado aparecem numa inatividade comparável à de uma semente; porém quando se rompe tal equilíbrio, produz-se uma forma, uma manifestação, e toda manifestação ou forma é produto da Prakriti em que há predomínio de um dos gunas sobre os dois restantes. Sattva e Tamas não podem por si entrar em atividade, requerem o impulso do motor e da ação (Rajas) para se colocar em movimento e desenvolver suas propriedades características. Por isso se diz que “o sendeiro estende-se desde Tamas até Sattva através da luta e aspiração (Rajas)”.
O princípio da tríade, a “Lei dos Três” compreende Sattwa, o princípio “passivo”, Rajas, o “ativo” e “tamas” o neutralizante. Entretanto, entre os sábios hindus a relação entre Sattva e Tamas envolve sutilezas dialéticas e a premissa de “um impulso do motor e da ação” rajas, que coloca em movimento as outras duas forças. Este é o atrito, indispensável para a criação do novo, para que de duas forças haja uma resultante original. E na vida prática, no trabalho real com o sistema, este atrito é produzido em contato com as escolas, pois não podemos trabalhar apenas sobre nós mesmos, sozinhos. O atrito, ou seja, para que a “Lei dos Três” possa operar em sua plenitude é preciso que atuemos em grupo, é indispensável que possamos “fugir de nossa prisão” com o auxílio de nossos companheiros de cela. Como ensina Oupensky em “O Quarto Caminho”.
“A primeira linha é o trabalho sobre si mesmo: estudo de si mesmo, estudo do sistema e a tentativa de mudar pelo menos as manifestações mais mecânicas. Esta é a linha mais importante. A segunda linha é o trabalho com outras pessoas. Não podemos trabalhar sozinhos; um certo atrito, o incômodo e a dificuldade de trabalhar com as outras pessoas criam os choques necessários. A terceira linha é o trabalho para a escola, para organização. Essa última linha assume aspectos diferentes para diferentes pessoas”.
Neste plano “geométrico” foge-se ao labirinto das ilusões, à “maya” onde “noumeno” e “fenômeno” não se distingue. A “Idea” primordial s encontra neste nível e só pode ter expressão formal enquanto realidade única. E a mais recorrente realidade, a realidade suprema é a tríade, o triângulo, os princípios ativo, passivo e neutralizante incorporados na filosofia perene e nas cosmogonias de todos os povos que habitam ou já habitaram o planeta terra.
A mãe matéria, no vetusto Rig Veda (de mater = mãe, “prakriti” ou “pradhâna” em sânscrito) em si contém o princípio trino: as três gunas, ou modos, qualidades ou atributos, sattwas, rajas e tamas, que não são simples acidentes mas pertencem à sua própria natureza ou entram em sua composição. Madame Blavatsky, com inaudito didatismo, comenta o tema em seu “Glossário Teosófico”:
“... Podemos traduzir de modo aproximado os três gunas da seguinte maneira: Sattva: bondade, pureza, harmonia, lucidez, verdade, realidade, equilíbrio etc.; Rajas: paixão, desejo, atividade, luta, inquietude, afã, dor, etc. Tamas: inércia, apatia, tenebrosidade, confusão, ignorância, erro. Os três gunas estão universalmente difundidos na Natureza material, existem em todas as criaturas, determinando o caráter ou condição individua através da proporção em que se encontram reunidos em cada um dos seres. Assim vemos que Sattva é a qualidade (guna) que predomina sobre as outras no mundo dos desuses, Rajas é a que predomina na espécie humana e Tamas a que prevalece nos brutos e nos reinos vegetal e mineral. Não há nada, pois (exceto o Espírito Puro), que esteja completamente livre dos gunas, nem há um só ser nem um só ponto do Universo onde não exista pelo menos uma parte mínima de cada um deles. Na matéria caótica ou não-manifestada os três gunas encontram-se em perfeito equilíbrio então todas as potências e energias que aparecem no universo manifestado aparecem numa inatividade comparável à de uma semente; porém quando se rompe tal equilíbrio, produz-se uma forma, uma manifestação, e toda manifestação ou forma é produto da Prakriti em que há predomínio de um dos gunas sobre os dois restantes. Sattva e Tamas não podem por si entrar em atividade, requerem o impulso do motor e da ação (Rajas) para se colocar em movimento e desenvolver suas propriedades características. Por isso se diz que “o sendeiro estende-se desde Tamas até Sattva através da luta e aspiração (Rajas)”.
O princípio da tríade, a “Lei dos Três” compreende Sattwa, o princípio “passivo”, Rajas, o “ativo” e “tamas” o neutralizante. Entretanto, entre os sábios hindus a relação entre Sattva e Tamas envolve sutilezas dialéticas e a premissa de “um impulso do motor e da ação” rajas, que coloca em movimento as outras duas forças. Este é o atrito, indispensável para a criação do novo, para que de duas forças haja uma resultante original. E na vida prática, no trabalho real com o sistema, este atrito é produzido em contato com as escolas, pois não podemos trabalhar apenas sobre nós mesmos, sozinhos. O atrito, ou seja, para que a “Lei dos Três” possa operar em sua plenitude é preciso que atuemos em grupo, é indispensável que possamos “fugir de nossa prisão” com o auxílio de nossos companheiros de cela. Como ensina Oupensky em “O Quarto Caminho”.
“A primeira linha é o trabalho sobre si mesmo: estudo de si mesmo, estudo do sistema e a tentativa de mudar pelo menos as manifestações mais mecânicas. Esta é a linha mais importante. A segunda linha é o trabalho com outras pessoas. Não podemos trabalhar sozinhos; um certo atrito, o incômodo e a dificuldade de trabalhar com as outras pessoas criam os choques necessários. A terceira linha é o trabalho para a escola, para organização. Essa última linha assume aspectos diferentes para diferentes pessoas”.
Sem combinar estas três linhas de trabalho – uma vez mais, a “Lei dos Três” – jamais lograremos obter resultados concretos no sentido de alcançar a autoconsciência. Seríamos como lunáticos andando em círculos pela praça da Catedral, bebericando uma garrafa de aguardente e enxergando este mundo fenomenal às avessas, como nossos olhos de ébrios. Não há saída fora destas linhas de trabalho sobre si, com o grupo e com a Escola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário