Gurdjieff

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terça-feira, fevereiro 05, 2008

Cérebro de Porco Provoca Doença

Mais um argumento contundente em favor do vegetarianismo.


The New York Times
05/02/2008Cérebro de porco é suspeito de provocar doença misteriosa em abatedouros dos EUA

Denise GradyEm Austin, Minnesota

Se você passou a padecer de uma estranha doença, a resposta para a enfermidade pode estar nesta cidade de 23 mil habitantes nas pradarias do sudeste de Minnesota. A Clínica Mayo, famosa por diagnosticar doenças exóticas, é a proprietária do centro médico local e compartilha alguns dos seus profissionais com ele. A própria Mayo fica apenas 64 quilômetros a leste, em Rochester. E, quando se trata de investigar misteriosos surtos patológicos, Minnesota conta com um dos mais fortes departamentos de saúde e com os laboratórios mais bem equipados do país.E a doença com a qual os médicos do Centro Médico de Austin se depararam no outono passado era de fato estranha. Três pacientes apresentavam o mesmo conjunto incomum de sintomas: fadiga, dor, fraqueza, dormência e formigamento nas pernas e nos pés.Os pacientes tinham algo mais em comum: todos trabalhavam na Quality Pork Processors, uma indústria local de processamento de carnes. A desordem parecia envolver danos aos nervos, mas os médicos não tinham nenhuma idéia sobre o que a causava.Na fábrica, enfermeiras no departamento médico também começaram a notar o mesmo padrão sinistro. Os três trabalhadores reclamaram junto a elas sentirem "as pernas pesadas", e as enfermeiras os orientaram a procurar médicos. Elas também descobriram um quarto caso, e temeram que mais trabalhadores adoecessem, e que uma doença séria pudesse estar disseminando-se pela fábrica. "Pensamos em conjunto e achamos que algo andava errado", conta Carole Bower, a chefe do departamento.A maior empregadora de Austin é a Hormel Foods, fabricante do apresuntado Spam, e produtora de bacon e de outras carnes processadas (Austin possui até um museu do apresuntado Spam).

Vista aérea da Quality Pork Processors, em Austin, MinnesotaA Quality Pork Processors, que é adjacente à área da Hormel, abate e esquarteja 19 mil porcos por dia, e remete a maior parte dos animais abatidos para a Hormel. O complexo, que emite nuvens de fumaça e um odor característico, é fácil de ser localizado a partir de qualquer parte da cidade.A Quality Pork é a segunda maior empregadora da cidade, com 1.300 funcionários. A maioria destes trabalha em turnos de oito horas junto a uma esteira transportadora - basicamente, uma "unidade de desmontagem" -, retalhando uma parte específica de cada carcaça. O salário inicial desses trabalhadores é de US$ 11 a US$ 12 por hora. O trabalho é duro e cansativo, mas a fábrica é excepcionalmente limpa e os benefícios são bons, afirma Richard Morgan, presidente do sindicato local. Muitos dos trabalhadores são imigrantes latinos. A proprietária da Quality Pork não permite que jornalistas entrem na fábrica.Um homem a quem os médicos chamam de "caso original" - o primeiro paciente que eles descobriram - adoeceu em dezembro de 2006, e ficou hospitalizado na Clínica Mayo durante cerca de duas semanas. O seu trabalho na Quality Pork consistia em extrair os cérebros das cabeças dos suínos."Ele estava bastante enfermo e altamente afetado neurologicamente, apresentando fraqueza significativa nas pernas e perda das funções na parte inferior do corpo", diz Daniel H. Lachance, um neurologista da Clínica Mayo.Exames revelaram que a medula espinhal do homem estava bastante inflamada. A causa parecia ser uma reação autoimune: o seu sistema imunológico estava atacando equivocadamente os seus próprios nervos, como se estes fossem corpos estranhos ou germes. Os médicos não foram capazes de descobrir por que isso aconteceu, mas o tratamento padrão para a inflamação - uma droga esteróide - pareceu ajudar (o paciente não quis conceder entrevistas).Lachance afirma que as doenças neurológicas às vezes desafiam a compreensão, e este parece ser um caso de tal tipo. À época, não ocorreu a ninguém que o problema pudesse estar relacionado à ocupação do paciente. Por volta da primavera, o funcionário retornou ao trabalho. Mas, dentro de semanas, adoeceu novamente. Mais uma vez, ele recuperou-se após alguns meses e voltou ao trabalho - apenas para adoecer de novo.Àquela altura, novembro de 2007, começaram a surgir outros casos. No final, havia 12 - seis homens e seis mulheres, distribuídos por uma faixa etária de 21 a 51 anos. Os médicos e o proprietário da indústria, percebendo que estavam lidando com um surto patológico, já haviam feito contato com o Departamento de Saúde de Minnesota, que, por sua vez, buscou ajuda federal junto ao Centro para Controle e Prevenção de Doenças.Embora o surto parecesse ser pequeno, a investigação adquiriu um caráter de urgência porque a doença era séria, e as autoridades de saúde temiam que isso pudesse indicar um novo risco para outros funcionários da indústria de processamento de carnes."É importante identificar o que é isso, já que parece ser uma nova síndrome, e não sabemos de fato quantas pessoas podem ter sido afetadas nos Estados Unidos ou mesmo no mundo", diz Jennifer McQuiston, uma veterinária do centro.No início de novembro, Aaron DeVries, médico epidemiologista do departamento de saúde, visitou a fábrica e vasculhou os seus registros médicos. A doença não tinha semelhança com o mal da vaca louca ou com a triquinose, a famosa infecção causada por um parasita devido à ingestão de carne de porco crua ou mal cozida. E ela tampouco era transmitida de uma pessoa a outra - os familiares dos trabalhadores doentes não foram afetados -, nem representava qualquer ameaça para as pessoas que comiam carne de porco.Uma pesquisa com os trabalhadores confirmou aquilo de que as enfermeiras da fábrica haviam suspeitado: aqueles que adoeceram trabalhavam na "mesa das cabeças", onde os trabalhadores cortam a carne de cabeças de porcos - ou próximo daquela unidade. Em 28 de novembro, a chefe de DeVries, Ruth Lynfield, a diretora de epidemiologia do Estado, visitou a fábrica. Ela e a proprietária, Kelly Wadding, examinaram com atenção especial a mesa das cabeças. Lynfield ficou especialmente assustada com um procedimento chamado "explosão de cérebros".Quando cada cabeça chegava ao final da mesa, um funcionário inseria uma mangueira de metal no forâmen magnum, a abertura do crânio através da qual passa a medula espinhal. A seguir, explosões de ar submetido a intensa compressão transformavam o cérebro em uma pasta que era ejetada pelo mesmo orifício no crânio, freqüentemente fazendo com que fragmentos de tecido cerebral se espalhassem por todos os lados e respingassem no operador da mangueira. Essa pasta de cérebros era aglutinada, acondicionada em recipientes de 4,5 kg e vendida como alimento - em sua maior parte para a China e a Coréia, onde os cozinheiros a fritam segundo a moda oriental conhecida como "stir frying", e também para certas partes da América Latina nas quais as pessoas gostam de comer os cérebros com ovos mexidos.A pessoa responsável pela explosão dos cérebros ficava separada dos outros trabalhadores por um escudo de plexiglass que tinha espaço suficiente na parte inferior para permitir que as cabeças entrassem trazidas pela esteira de transporte. Tal espaço era também suficiente para que tecido cerebral atingisse funcionários que trabalham por perto."Foi possível ver a transformação de tecido cerebral em aerossol", diz Lynfield.Os trabalhadores usavam capacetes, luvas, jalecos de laboratório e óculos de proteção, mas muitos tinham os braços expostos, e nenhum usava máscaras ou protetores faciais para impedir a ingestão ou a inalação do aerossol de tecido cerebral. Lynfield perguntou a Wadding: "Kelly, o que você acha que está acontecendo?"A dona da fábrica observou o quadro por algum tempo e disse: "Vamos parar de coletar cérebros". Naquele dia a Quality Pork interrompeu aquela operação e ordenou que todos os trabalhadores da mesa das cabeças usassem protetores faciais. Epidemiologistas contataram 25 abatedouros de porcos nos Estados Unidos, e descobriram que apenas dois outros usavam ar comprimido para a extração de cérebros. Um deles, uma fábrica da Hormel em Nebraska, não registrou nenhum caso. Mas o outro, o Indiana Packers, em Delphi, Indiana, relatou vários possíveis casos que estão sendo investigados. Essas duas outras fábricas, assim como a Quality Pork, deixaram de usar ar comprimido para explodir cérebros.Mas por que a exposição a cérebros de suínos provocou a doença? E por que isso ocorreu só agora, se o sistema de ar comprimido é usado em Minnesota desde 1998?No início as autoridades de saúde acharam que talvez os porcos tivessem alguma nova infecção que fosse transmitida às pessoas através do tecido cerebral. Às vezes infecções podem desencadear uma resposta imunológica descontrolada em humanos, como a doença que atingiu os trabalhadores. Mas, até o momento, inúmeros exames para a detecção de vírus, bactérias e parasitas não detectaram sinais de infecção.Como resultado, Lynfield diz que os investigadores começaram a se inclinar para uma teoria aparentemente bizarra: a de que a exposição ao cérebro suíno em si poderia ter desencadeado uma intensa reação do sistema imunológico, algo semelhante a uma gigantesca e descontrolada reação alérgica. Algumas pessoas podem ser mais susceptíveis do que outras, talvez devido a características genéticas ou a exposições a tecido animal ocorridas no passado. O tecido cerebral transformado em aerossol pode ter sido inalado ou ingerido, ou ainda pode ter penetrado no organismo pelas membranas mucosas do nariz ou da boca ou através de fissuras na pele. "Isso é algo que ninguém antecipou, e sobre o qual ninguém pensou", diz Michael Osterholm, um médico epidemiologista que está trabalhando como consultor para a Hormel e a Quality Pork. Osterholm, professor de saúde pública da Universidade de Minnesota e ex-diretor de epidemiologia do Estado, diz que o governo nunca criou diretrizes relativas a esse tipo de exposição no local de trabalho.Mas isso ainda não explicaria por que o problema surgiu repentinamente agora. Os investigadores estão tentando descobrir se algo mudou recentemente - o nível de pressão de ar das mangueiras, por exemplo - e também se no passado ocorreram outros casos que simplesmente não foram detectados. "Não há dúvida que as respostas ainda não apareceram", afirma Osterholm. "Mas faz sentido, sob o ponto de vista biológico, que o que ocorria aqui era uma inalação de material cerebral dos porcos, provocando uma reação imunológica". Segundo ele, o que pode estar ocorrendo é uma "imitação imunológica", o que significa que o sistema imunológico cria anticorpos para combater uma substância estranha - algo presente nos cérebros de porcos -, mas os anticorpos também atacam o tecido nervoso do indivíduo porque este tecido é bastante similar a certas moléculas dos cérebros suínos."Essa é a bela e a fera do sistema imunológico", diz Osterholm. "Ele é muito eficiente em combater objetos estranhos, mas sempre que há uma semelhança acentuada com os nossos tecidos ele também se volta contra nós".Anatomicamente, os porcos parecem-se muito com os humanos. Mas não se sabe até que ponto existe uma equivalência bioquímica entre o cérebro do porco e o tecido nervoso humano.Para descobrir isso, o departamento de saúde de Minnesota pediu a ajuda do médico Ian Lipkin, da Universidade Columbia, um especialista no papel do sistema imunológico nas doenças neurológicas. Lipkin começou a testar plasma sangüíneo dos pacientes de Minnesota para buscar sinais de uma reação imunológica a componentes do cérebro do porco. E ele também deseja estudar o gene do porco para a mielina, para determinar até que ponto ele é similar ao gene da mielina humana."É um problema interessante", diz Lipkin. "Creio que podemos resolvê-lo".Susan Kruse, que mora em Austin, ficou chocada com as notícias sobre o surto no início de dezembro passado. Kruse, 37, trabalhou na Quality Pork durante 15 anos. Mas no ano passado ela ficou muito doente para trabalhar. Ela não fazia idéia de que outras pessoas da fábrica também pudessem estar doentes. E ela também não sabe se a sua doença está de fato relacionada ao emprego.O seu último trabalho na fábrica foi raspar a carne localizada entre as vértebras dos porcos. Três pessoas por turno faziam essa tarefa, e juntas elas processavam 9.500 cabeças em oito ou nove horas. Kruse ficava perto da pessoa que usava o ar comprimido para a explosão dos cérebros. Em várias ocasiões os respingos de massa cerebral a atingiram, especialmente quando estagiários estavam aprendendo a usar a mangueira. "Eu sempre tinha pedaços de cérebro nos braços", conta ela.Ela nunca teve problemas de saúde até novembro de 2006, quando começou a sentir dores nas pernas. Em fevereiro de 2007, Kruse não conseguia mais ficar de pé pelo tempo exigido para o desempenho daquela função. Ela necessitou de um andador para se locomover e foi tratada na Clínica Mayo. "Eu não tinha forças para nada que costumava fazer", conta Kruse. "Sentia que minhas energias estavam sendo drenadas".O seu sistema imunológico saiu de controle e atacou os seus nervos, especialmente em duas partes: nos pontos nos quais os nervos emergem da medula espinhal e nas extremidades. A mesma coisa, em graus de intensidade diversos, estava acontecendo com os outros pacientes. Kruse e o primeiro paciente - o homem que extraía os cérebros - provavelmente apresentaram os problemas mais sérios, de acordo com Lachance. Os esteróides em nada ajudaram Kruse, de forma que os médicos passaram a tratá-la a cada duas semanas com IVIG, imunoglobina intravenosa, um produto do sangue que contém anticorpos. "É como golpear a doença na cabeça com uma marreta", explica Lachance. "A substância subjuga o sistema imunológico e neutraliza o que quer que esteja provocando o problema".De acordo com Kruse, os tratamentos parecem ajudar. Ela sente-se mais forte após cada aplicação, mas os efeitos são desgastantes. Os médicos acreditam que ela necessitará da terapia pelo menos até setembro.A maioria dos trabalhadores está se recuperando, e alguns retornaram ao emprego, mas outros, inclusive o primeiro a ficar doente, ainda estão incapacitados para o trabalho. Até o momento, não foram registrados novos casos. ""Não posso afirmar que alguém tenha voltado completamente ao normal", diz Lachance. "Acredito que demorará vários meses para que possamos entender de verdade o ciclo dessa doença".Lynfield espera descobrir a causa. Mas ela diz: "Não sei se teremos uma resposta definitiva. Suspeito que seremos capazes de descartar algumas hipóteses, e que poderemos determinar se é provável que a doença seja causada por uma resposta autoimune. Creio que aprendemos muito, mas pode levar algum tempo até a conclusão desse processo de aprendizado. Trata-se de uma grande história de detetive". Tradução: UOL

sábado, fevereiro 02, 2008

Estados

Os governos do Estado são intrinsecamente ineficientes, alguns mais, outros menos.

sábado, novembro 17, 2007

Blavatsky sobre o Karma


A evolução espiritual do homem Imortal Interno constitui a doutrina fundamental das ciências ocultas. Para reconhecer esta evolução, o estudante deve crer: a) na vida Universal Una e independente da matéria; b) nas Inteligências individuais que animam as distintas manifestações deste princípio.
A Vida Una está estreitamente relacionada com a Lei Única, que governa o mundo do SER: KARMA.
No sentido esotérico, está é simples e literalmente "ação", ou melhor, "uma causa que produz zeu efeito". Esotericamente, é coisa distinta em seus efeitos morais de maior alcance. È a Lei de Retribuição Infalível.
É um princípio impessoal, ainda que sempre presente e ativo. Não podemos chamá-lo Providência, pois é inflexível.
Os ciclos são também subservientes aos efeitos produzidos por esta atividade.
O Átomo Cósmico Ùnico se converte em sete Àtomos no plano da matéria, e cada um é transformado num centro de energia; esse mesmo Átomo se torna sete raios no plano do Espírito; e as sete Forças criadoras da Natureza irradiando da Essência-Raiz... seguem umas o caminho da Direita e outros o da Esquerda, separadas até o fim do Kalpa, e contudo em estreito amplexo. O que os une? - KARMA.
Os Átomos emanados do Ponto Central emanam, por sua vez, novos centros de energia, os quais sob o poderoso alento de FOHAT, começam sua obra de dentro para fora e multiplicam outros centros menores. Estes no curso da involução e da evolução, formam por sua vez, as raízes das causas de desenvolventes de novos efeitos, desde os mundos e globos portadores de homens até os gêneros, espécies e classe dos Sete Reinos, dos quais só conhecemos quatro.
Os Dhyan Choans e todos os Seres Invisíveis, os Sete Centros e suas Emanações Diretas sãoo reflexo da luz única. Mas os homens estão muito afastados deles, pois todo o Cosmos visível se compõe de "seres produzidos por si mesmos", as criaturas do karma.Todas as coisas saíram do Akasha, obedecendo a uma Lei de Movimento inerente nele e,depois de certa existência, se dissipam. Os principais acontecimentos da vida de cada um estão sempre de acordo com a constelação sob a qual nasce, ou com as características do seu Protótipo no céu, tanto melhor para o mortal cuja Personalidade foi escolhida por sua Deidade Pessoal (Sétimo Princípio), como sua habitação terrestre.
A cada esforço de vontade para a purificação e união com o Deus próprio, se interrompe um dos Raios inferiores, e a entidade espiritual do homem é atraída, cadavez mais alto, para o Raio que substituiu o primeiro, até que, de Rai o em Raio, o Homem Interno é absorvido no raio único e mais elevado do Sol-Pai. O nosso destino está escrito nas estrelas.
O homem é um agente livre durante sua estada na terra.
Ele não pode escapar ao seu destino dominante, porém pode escolher entre dois caminhos que o conduzem naquela direção, e pode chegar ao pináculo da degraça - se tal foi decrtado - seja com a nívea roupa do mártir, ou com as manchadas vestes de um voluntário dos processos iníquos, porque há condições internas e condições externas que afetam a determinação de nossa vontade sobre nossas ações e em nosso poder está seguir qualquer dos dois caminhos. O destino é guiado pela voz celeste do invisível Protótipo exterior a nós, ou por nosso mais íntimo astral ou Homem Interno que, frequentemente, é o gênio do mal da entidade encarnada, o homem.
Ambos guiam o homem externo, mas um tem de prevalecer, e desde o princípio mesmo da invísivel querela, a implacável Lei da Compensação intervém e segue seu curso acompanhando, fielmente, as flutuações da luta.
Quando está tecido o último fio, o homem está, aparentemente, envolvido nas malhas que ele teceu, e se encontra sob o império do destinho que ele mesmo formou, e o destino leva-o como uma pluma no torvelinho; isto é o Karma. A natureza sempre atua com propósitos determinados.
Há uma lei de progresso ascendente por ciclos; as volições, interesses e atividades constituem os instrumentos e os meios do Espírito do Mundo para alcançar seu objeto, trazendo-o à consciência e conhecendo-o, e este fim não é outro que se encontrar a si mesmo, vir a si mesmo e contemplar-se a si mesmo em atualidade concreta.
Há uma predestinação na vida geológica de nosso globo, assim como na história passada e futura das raças e nações, estreitamente relacionada com o Karma e os Ciclos. Estes Ciclos, rodas dentro de rodas, não afetam de uma só vez e ao mesmo toda a humanidade.
O Grande Ciclo abarca o progresso da Humanidade desde a aparição do homem primordial de forma etérea. Ele circula através dos ciclos internos da evolução progressiva do homem, desde a etérea até a semi-etérea e puramente física; baixa a redenção do homem de seu vestido de pele e matéria, depois do que continua o seu curso para baixo, e depois para cima, para recolher-se na culminação de uma Ronda, quando a Serpente Manvantárca engole sua causa e passaram Sete Ciclos Menores. Porém, dentro destes há outros Ciclos Menores de Raças e Nações, independentes uns dos outros.Somos nós, nações e indivíduos, que pomos Karma em ação e o impelimos em sua direção. O único decreto de Karma, eterno e imutável, é a harmonia absoluta no mundo da matéria como é no mundo do espírito.
Nâo há desgraça ou incidente em nossas vidas cujas causas não possam ser encontradas em nossas próprias obras, nesta ou noutra vida.
Karma Nemesis não é mais que o efeito espiritual dinâmico de causas produzidas e de forças postas em atividade por nossas próprias ações.
É uma Lei de Dinâmica oculta que assim se enuncia: "uma quantidade dada de energia, desenvolvida no plano espiritual ou no astral, produz resultados muito maiores que a mesma quantidade desenvolvida no plano físico objetivo da existência. A supressão de uma só causa má suprimiria não um só, mas muitos maus efeitos. O homem é o seu próprio Salvador e o seu próprio destrutor.

domingo, novembro 04, 2007

O Verdadeiro Segredo

Em 2007 uma película americana fez tremendo sucesso em todo o mundo: "O Segredo" (The Secret). Pretensamente oculto por magos, alquimistas, estudiosos, políticos e profissionais de sucesso etc, o segredo era finalmente descortinado perante o mundo. Em que consistia: na Lei da Atração.
Bem, toda a literatura pregressa de auto-ajuda, sobretudo aquela corrente americana e francesa da primeira metade do século XX enfatiza a importância da "Lei da Atração", do impacto do que pensamos sobre as realidades. "Pensamentos são coisas" ensina o ocultismo e professores de esoterismo mais renomados com Charles E. Leadbeater legaram ao mundo uma explicação suficientemente convicente do processo de gestação das assim chamadas "formas-pensamento", que nascendo de nossas construções no plano mental algumas vezes passam a alimentar-se de matéria astral e se transformam em poderosos elementais artificiais em obediência à lei da luta pela sobrevivência (tudo o que existe que perdurar).
No filme os pensamentos se transformam em realidade com espantosa facilidade. Um homem planejou comprar sua casa dos sonhos durante anos, afixou uma fotografia do que esperava ser este seu desejo de consumo e pronto: anos depois, já morando nela, apercebeu-se de que havia adquirido a tão acalentada morada, exatamente aquela! Um reverendo new age com ares de pastor do Brooklin (só que repetindo chavões de péssimo nível) aparece todo o tempo afirmando que você pode, é preciso ter vontade (outras tantas obviedades) e, em certa altura, se diz que o segredo funciona sim, mas a fórmula do sucesso jamais deve conter a partícula "não", o que estragaria todas as suas intenções. Deve ser totalmente positiva (pense positivo, que grande novidade...).
Há um ponto sem dúvida interessante. Um homem pensa em um elefante e no filme o paquiderme surge num piscar de olhos. Mas, repentinamente, o narrador alerta para o fato que aquilo felizmente não aconteceria, porque sempre há um "lapso" de tempo entre sua construção mental determinada e sua realização. Haveria, portanto, tempo para se corrigir eventuais erros de pensamento, evitando que o mundo seja tão mal quanto se esperaria.
Há uma certa dose de verdade em tudo o que é transmitido pelo filme, mas com algumas ressalvas. È da própria natureza humana planejar, antecipar o futuro. Não há nada tão estranhamente oculto nesta idéia, nem algo transcental. O homem é dotado da capacidade de antecipar seus rumos e providenciar os meios para alcançar suas metas. Lembro-me de minha experiência pessoal. Uma vez tendo determinado que atingir certa coisa era fundamental, fazia de tudo para cumprir esta determinação. O mecanismo nem sempre é racional, pois se assume quase uma postura inconsciente nestes casos, voltada dedicidamente para o cumprimento da meta. No homem que desenvolveu em grau mais elevado a tarefa é ainda mais simples e direta, pois ele não peca, no sentido de que não se desvia da meta (pecar = desviar-se da meta).
O verdadeiro segredo no fundo é conciliar o macrocosmo e o microcosmo, voltando-se sempre ao ponto de origem: o conhecimento de si próprio e a conquista da vontade.

sábado, novembro 03, 2007

Os Diferentes Tipos de Cristãos


Assim como há diferentes tipos de homens, há diferentes tipos de religiões e dentro das religiões diferentes tipos de adeptos segundo seu nível consciencial e existencial. Assim vivem, viveram e viveram diferentes tipos de cristãos, uma idéia comungada por G.I. Gurdjieff mas que despontara antes entre os evangelistas e fora formalizada por um dos pais da Escola Filosófica Cristã de Alexandria, Orígenes.
Orígenes era adepto do método alegórico de explicação da escritura, que expandira no sentido de compreender a natureza humana. Para ele, a explicação alegórica dos textos sagrados era uma necessidade, podendo-se distinguir "três sentidos ou interpretações da Bíblia, o sentido material, o psíquico e o pneumático" (1). Difícil compreender estas três visões interpretativas, mas o sentido pneumático é aquele que detém maior complexidade, profundidade e natureza mística.
Estes três sentidos da escritura se relacionariam às três partes constitutivas do próprio homem: o corpo (soma); a alma (psiquê) e o espírito (pneuma); relacionados, respectivamente, à verdade histórica, moral e mística das escrituras. Estes três níveis da constituição "global" do homem (expandidos na vedanta e no Oriente para a divisão setenária do ser em seus príncipios superiores e inferiores) podem explicar os diferentes tipos de cristãos segundo o seu grau de perfeição (cristãos simples, avançados e perfeitos).
"Triplicem in scripturis divinis intelligentiae inveniri saepius diximus modum: historicum, moralem et mysticum; unde et corpus inesse ei et animam ac spiritum intelleximus".
(1) BÖEHNER, Philoteus; GILSON, Etienne. História da Filosofia Cristã. Petrópolis, Ed. Vozes, 2000.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Mais sobre a Revolução dos Bichos

Nosso pensamento de hoje irá se afastar um pouco do que se supõe consistir em "ocultismo" (o perpétuo objeto deste "blog") e enveredar no terreno minado da política. Não de todo incorreto seria imaginar que a "política", esta ciência tão racional nos seus fins, que não são outros senão prejudicar o próximo, trair os amigos, difamar os inimigos e matar até a própria mãe em troco da possibilidade de conquistar um rentável cargo eletivo, isto é, não fosse ela mesma uma aplicação de alguns princípios ocultos dominados pelos magos negros.
A política é a esfera da amoralidade e do mal. Em essência, representa o mal. Não há em toda a história da humanidade, desde aqueles mais remotos momentos em que o homem começava a estruturar sua vida no âmbito de sociedades agrárias - surgindo um excedente econômico que permitia sustentar um aparato parasita, dispendioso e cruel que é o Estado - do qual se possa dizer que uma experiência política aplaudida entusiasticamente pelo povo, no calor de algum embate, deixe de resultar em fracasso manifesto, traição explícita aos ideais anteriormente sustentados com vigor.
O que pode explicar tamanha volatilidade dos "princípios" políticos ou, melhor dizendo, dos "princípios dos políticos". Algumas hipóteses iniciais são usualmente apresentadas e a primeira delas é a asserção de que ao conhecer a realidade do poder o candidado ao emprego de agente político se depara com situações para as quais seum ímpeto ideológico juvenil não estava preparado para solucionar, sendo obrigado a recorrer aos antigos métodos, os mesmos que utilizavam seus antecessores tão duramente criticados no passado. Esta seria a hipótese "branda" ou "neutra", porque não acalenta qualquer motivo ético para a decisão do político.
Uma outra possibilidade que visita as mentes da população é a de que os políticos simplesmente "não prestam", são pessoas desprovidas de qualquer cabedal ético e impulsionadas por um maquiavelismo vulgar são "useiras e vezeiras" na arte de ludibriar os pobres eleitores com promessas - de forma mais ou menos eficiente, a depender do seu dom herdado ou adquirido de convencer incautos. O resultado lógico desta hipótese é que, uma vez escolhidos para qualquer função, mudam imediatamente de opinião, se esquecem do que prometeram e ignoram solenemente interesses outros que não os seus próprios. Este é o pior tipo de político profissional e sua abundância e alta "taxa de fertilidade" parecem favorecer semelhante ponto de vista.
Ambos os pontos de vista estão apenas parcialmente corretos. O primeiro tipo de político (o ingênuo que passa repentinamente a enfrentar a realidade) não difere em seus métodos do segundo (o demagogo vulgar e "espertalhão"). Ambos usam táticas singelas, como lançar propostas genéricas o suficiente que possam justificar qualquer coisa que venham a fazer e são eleitos por uma fração da coletividade que não está suficientemente disposta a torcer os "neurônios" e optar por outros caminhos. Em termos estritamente objetivos, os resultados da situação A (político ingênuo) e situação B (político enganador) são os mesmos: falta de cumprimento das promessas e do que fora dito durante as eleições.
Porém, além destes dois tipos de "homens públicos" tão conhecidos em certos países, há um terceiro tipo, o "autêntico", o "homem de palavra". Em geral, apresenta propostas mais ou menos claras para o futuro (um plano de governo, planeja o que fará) e tem uma agenda determinada. Quando chegam ao governo, cumprem integralmente ou em grande parte o que haviam pregado na fase anterior da campanha. Muitas vezes são incompreendidos pela população, não porque tenham mentido mas porque esta não possui tino sufiente para se aperceber das consequências concretas daquela plataforma de governo que havia apoiado sem a necessária reflexão.
Este terceiro tipo de homem público é o pior e mais nocivo de todos. Via de regra, acredita no que diz e pretende executá-lo a qualquer custo. Seus propósitos são orientados pelo ódio inato a certos grupos da sociedade, sejam instigados por preconceito de raça, casta, ideológicos ou de qualquer teor. São sempre auxiliados no seu percurso por uma camarilha de seguidores fiéis e fanáticos propensos a cometer quaisquer iniquidades em prol do Chefe.
No rol dos mais perniciosos indivíduos que macularam a história se contam alguns destes "líderes verdadeiros". Robespierre, Kemal Atatürk, Hitler, Mussolini, Pol Pot, Mao Tsé Tung, Stálin, Saddan Hussein, Aiatolá Komeini, George Bush e os tiranetes latino-americanos (pretéritos ou atuais) que não vale a pena nominar. E para o bem dos povos, estes terríveis criminosos de Estado devem ser estudados e descobertos com redobrada atenção.

terça-feira, junho 12, 2007

Papus e Gaya - A Terra como um Ser Vivo

Os modernos falam da terra como um "ser vivo" como se isto fosse grande novidade. A ela se referem como "gaya", a "mãe-terra", envolta em sua atmosfera e suas diversas camadas superpostas, um planeta dotado de vitalidade que possui suas idiossincrasias e ataques de fúria. Os antigos já sabiam disso há muito, tanto que se referiam à Aláya, ou "anima mundi", não necessariamente à "alma da terra", mas a "alma do mundo", além de se reportarem aos espíritos planetários que animavam os corpos celestes (a essência da astrosofia, a sabedoria dos astros, esquecida nos dias de hoje em que a astrologia se reduziu a artículos inconsistentes nos jornais que tratam apenas das obviedades e gaiatices do signo solar).
O grande esoterista francê e fundador da ordem martinista, o eminente rosa-cruz, maçom, adepto e membro do mais alto grau de diversas ordens iniciáticas, o Sr. Papus, já dissertava no século XIX sobre a vida da terra e a maneira como funcionam suas funções ou sistemas peculiares. Como todo ser vivo, o planeta apresenta funções respiratórias (manifesto na evaporação dos líquidos e sua volta para a atmosfera como gás e retorno à terra como água), funções circulatórias (o fluxo e refluxo das marés, análogos às sístoles e diástoles do corpo humano) e, por fim, uma função digestiva, quiçá de caráter fundamental e imprescindível ao ser humano, pois corresponderia à forma como a terra "digere" os dejetos de origem orgânica ou não que passam a enriquecer seu "húmus".
Por isso quando se diz que a terra tem fome, nada mais se tem em mente que um processo de acelerada destruição das formas viventes (através das guerras, epidemias, cataclismas naturais, colisões de meteoros, secas, glaciações) que fornece alimento adicional a nosso astro. Naturalmente, parte dos "sintomas" contemporâneos sentidos pela nossa raça, que se debate entre tantos males - agravados pelo tristemente célebre "efeito-estufa" - não são mais que o reflexo de um período longo de fome planetária intensa.