Gurdjieff

Gurdjieff
Quem é Gurdjieff?

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Cristiano, uma rosa floresce no jardim
em meio aos ciprestes e ao mato espesso,
uma rosa solitária que insiste para vingar,
em um jardim abandonado pelo jardineiro
de mão-cheia, preto cuidadoso e talentoso
que na calada da noite vinha arar, e ia para
outros cantos do país, trazer outras flores
exóticas, distantes, que se não rivalizam com
a rosa, contrastavam com sua ímpar beleza
em um sem par movimento carente de ritmos
em que o pobre lavrador, escravizado, contemplava
ao longe, carregando o madeiro pesado, sua cruz
o suor que escorria dos ombros largos
do operário.

Eu clamo

Eu clamo àqueles que foram meus amigos no passado
E do alto da santa amizade que a mim devotaram
sacralizaram-se monumentos à honestidade e o valor.

Eu clamo aos ignorados e patéticos companheiros do cotidiano
ridicularizados pela turba ignara mergulhada no pântano do mundo
imersa pelo lodo mais escuro, negro e imundo
num verso sepulcral, pouco austero e fracamente lírico,
que, no mínimo, exerce efeito porcamente onírico
sobre um corpo que jaz no leito, moribundo.

Poesia

Talvez, quem sabe
a verdadeira sabedoria
Adquire a forma
de poesia
Pois quem sabe
o que os adeptos, os grandes mestres
os conhecedores de arcanos segredos
degradados por universos extra-terrestres
recebem de praeter-inteligências, praeter-humanas
formas alojadas em sete planos eqüidistantes
de nossa vivência habitual e racional
em um tipo de poesia
não convencional
pouco usual
estranha mesma e grotesca
como condenação princepesca
de um chefete banalmente coroado
pelo Menestrel abalroado de glórias
do momento.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Outras Luas

Os atlantes eram sábios e atravessavam os milênios. Para eles, ao menos entre alguns mestres, não era novidade que no passado existiram outras luas, um número maior de satélites que pairava sobre a terra. Na antiga cosmologia que os precedia e datava de um continente perdido de quem nem mesmo alguns dos mais velhos sacerdotes se recordava - havia ao menos três luas, atraídas pela pela terra em um movimento espiralado na via láctea.
Estes satélites, originalmente compondo sete esferas (quatro delas suficientemente pequenas para não se fazerem notadas) eram atraídos pelo campo gravitacional da terra e se tornavam luas, astros que giravam em torno do planeta. Por meio da perda de éter terrestre (um conceito que poucos dominavam) estes satélites rompiam em determinado momento a lei gravitacional e ingressavam em uma trajetória de colisão com o planeta terra, provocando enormes danos sobre sua superfície.
Foi desta forma que ao menos três grande civilizações anteriores à Atlântida foram extintas e apenas restaram na face da terra criaturas horrendas de aspecto sáurio que muitos dos modernos cientistas erigem em objeto de suas vãs suposições. Isto porque ignoram a função do éter enquanto elemento basilar da constituição Universo e, por que não dizer, esquecem-se complementamente dos sete elementos que constituem o mundo, quatro deles conhecidos (o ar, a terra, a água e o fogo), um deles intuído na presente constituição do globo terrestre (o éter) e dois deles que poderão ser conhecidos apenas pela humanidade vindoura na próxima ronda.
A maior parte dos grande cataclismas naturais foi consequência óbvia da queda das luas na atmosfera terrestre, ocasionando a destruição de continentes e culturas. Apenas Atlântida, o último continente, não sucumbiu por causas físicas mas pela maldade que campeava entre uma significativa fração de seus cidadãos, tornados "magos negros" e feiticeiros do tipo que apenas o moderno Egito ou as arcanas civilizações maia, tolteca, incaica e pré-incaica viriam a conhecer.

sábado, novembro 18, 2006

Mais uma nota sobre Astrologia - A Lua

Algo de novo estava acontecendo, e os astros o anunciavam. Nas grandes convulsões políticas e sociais são muito importantes os aspectos da lua e a posição que ocupa no signo ascendente, conhecido desde os tempos de Atlântida (aliás, foram eles, os atlantes, que criaram os "decanatos" que brotaram posteriormente na cultura egípcia). Entre os atlantes, em um livro divinatório e filosófico arcano (pois as três coisas, passado, presente e futuro de um lado, filosofia, ocultismo e técnica previsiva de outro, estavam unidas) a lua era o astro principal, não o sol. A lua em sua cultura era associada ao sexo masculino, como se dá em alguns poucos agrupamentos étnicos do planeta terra; o sol ao feminino e à passividade.
A lua não era um "luminar" (ou astro, como a reconhece nossa pobre astrologia) favorável ao romantismo e ao amor, era mais que isso, era o ente do contraditório e da tensão. A terra extraía suas energias da lua, mas esta se vingava daquela, como uma célebre iniciada vaticinaria milhares de séculos depois. Tanto que nos livros mágicos de Atlântida, entre os 22 arcanos superiores das obras mais importantes, um deles, o mais poderoso, era representado por "sélene", a lua, que capturava a vitalidade dos terráqueos. A lua, o "astro" dúbio e traiçoeiro, mediante forças imanentes a seu lado oculto (os atlantes já haviam percebido as implicações da aparente imobilidade do corpo físico externo da lua, do seu cadáver físico) alçava-se à condição de grande celeiro das almas humanas, sugadas após a a morte do corpo físico e passagem para o etéreo para as zonas escuras do satélite (ou falso satélite, o que para os sábios atlantes era antes um problema meramente posicional).
Nestes dias, tanto o posicionamento da lua no zodíaco, seus domicílios exaltados em certas casas e seus aspectos nefastos com saturno descerravam as portas de um futuro incerto para os povos. No plano terrestre e prosaico da política, as influências planetárias e a Lei Cósmica se faziam notar nos deslocamentos das forças políticas e o engrandecimento do partido dos pequenos líderes e dos magos negros. Na esfera do domínio, na decadência de Kut-Al-Atl e do pequeno e seleto grupo de líderes que conservavam o direcionamento correto da sociedade atlante. Em âmbitos mais largos e físicos, em avassaladores cataclismos geológicos e guerras que pipocavam nas fronteiras da civilização. Era o fim de uma Era.

A Grande Surpresa

Na política, assim como na vida, tudo é às vezes percebido - ou não percebido, ou mal percebido - unilateralmente ou equivocadamente. Com o passar dos anos, décadas, acostuma-se o homem à repetição da rotina e se vê dominado pela mecanicidade. No terreno dos governos e impérios, acredita-se que não mais haja o pólo oposto e os sucssos passados asseguram eterna glória e e triunfo no futuro. Os opositores são encarados quase que comicamente e a eles se presta tanto crédito quanto a palhaços no circo. Em Atlântida não poderia ser outra coisa. Os súditos de Kut-Al-Atl já supunham imortais em seus cargos no governo, preservados de toda a crítica e servindo um governante sem igual no Universo. Mas a palavrinha mágica, "democracia" - uma novidade, há muitos anos - ainda não havia feito seus estragos sobre uma malha política cuidadosamente tecida por décadas, que jamais poderia ser criticada por alguém sob pena de cruel exclusão social (e banimento da vida pública e possibilidade de inserção no gigantesco aparato estatal).
Um ditado das gentes do interior fez-se um dia valer, na data marcada para aquilo que se convencionou chamar "eleições". Até então, as "eleições" (um evento cansativo, geralmente aos domingos e que constia em depositar votos de confiança no escolhido do governo) haviam sido sempre favoráveis ao partido governante (entendido por "partido governante" um agrupamento amorfo de empresários, carreiristas, profissionais de política ou simplesmente parentes do dignatário do império). Dava-se recursos ali, cargos aqui, prometia-se algo acolá, fazia-se vistas grossas aos roubos das províncias e estava garantido o estado de coisas. Mas alguma coisa havia mudado naquele ano. Algo inusitado principiava a atuar sobre o curso dos acontecimentos, como uma pequena "quebra" na ordem normal das coisas.
Agora era perceptível que a evolução não ocorria linearmente, mas os "vetores de força" eram sujeitos a desvios, fortes mudanças de itinerário. Algo estaca por trás desta aparente novidade, mas o que?

terça-feira, outubro 24, 2006

O Domínio da Política

Política. O domínio da política imperava. Os homens pensavam estar orientando seu próprio futuro, tomando decisões importantes e participando da vida da nação. Supunham estar elegendo os representantes de seus interesses para os mais altos postos do país, aqueles que segurariam as rédeas do país. Ledo engano. Como poderão os homens escolher seus dirigentes se não podem “dirigir-se a si mesmos”, se é que podem “conhecer” (ah, se fosse possível isso...), se não sabem quem são. Os homens são máquinas que caminham ao léu, não têm consciência do que fazem e não exercitam sua vontade. Entre aqueles que mais se iludem com o mundo, os que se identificam com a matéria e seus estados mais brutos, a política age como um imã, daí o ditado antigo, “a política é um imã que atua sobre os calhordas” e “os porcos chafurdam na lama”.
Quando Kut-Al-Atl era o governante, os pequenos funcionários do “Estado” ou do “governo” (naquela época as duas coisas eram muito parecidas, quase análogas) costumavam fulminar com um duro olhar de reprovação qualquer um que censurasse ou criticasse a mínima falta ou ato não ponderado do Chefe. “Você não é atlante” ou o “o Governo é muito habilidoso” eram exclamações ouvidas com freqüência e ai daqueles que questionassem as benesses de governo que dava com tamanha liberalidade.