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domingo, junho 21, 2009

Pequena Cosmogênese - Stanislas de Guaïta"

“No princípio, na raiz do Ser, é o Absoluto. O Absoluto- que as religiões denominam Deus – é insuscetível de ser conceituado, e quem quer que pretenda defini-lo desnatura sua noção, colocando-lhe limites: “Um Deus definido é um Deus finito” (Èliphas Lévi).
Porém, desse insondável Absoluto emana eternamente a Díade Andrógina, formada por dois princípios indissoluvelmente unidos: o Espírito Vivificador e a Alma viva Universal (símbolo do mercúrio).
O mistério de sua união constitui o Grande Arcano do Verbo. Ora, o Verbo é Homem coletivo considerado em sua síntese divina, antes de sua desintegração. È o Adão Celeste antes de sua queda, antes que esse Ser Universal se modalizasse, passando da Unidade ao Número, do Absoluto ao Relativo, da Coletividade ao Individualismo, do Infinito ao Espaço e da Eternidade ao Tempo.
Sobre a Queda de Adão, eis algumas noções do ensinamento tradicional. Incitados por um móbil interior sobre cuja natureza intrínseca devemos silenciar aqui, móbil que Moisés (nome hebraico) denomina NAHASH e que definiremos, se quiseres, como sendo a sede egoística da existência individual, um grande número de Verbos fragmentários, consciências potenciais, vagamente despertadas em forma de emanação no seio do Verbo Absoluto, separou-se deste Verbo que continha.
Eles se destacaram – ínfimos submúltiplos – da Unidade-mãe que os havia criado. Simples raios deste sol oculto, dardejavam infinitamente nas trevas sua individualidade nascente, individualidade que almejavam ver independente de todo princípio anterior. Em suma, almejavam autonomia.
Contudo, como o radio luminoso goza apenas de uma existência relativa, com relação ao lume que lhe deu origem, esses Verbos, igualmente relativos, despojados de principio autodivino e de luz própria, obscureceram-se na medida em que se distanciaram do Verbo absoluto.
Eles se precipitaram na matéria, falácia da substância em delírio de objetividade; na matéria que é, para o Não-Ser, aquilo que o Espírito é para o Ser. Desceram até a existência elementar: até a animalidade, até o vegetal, até o mineral... Assim nasceu a matéria, que foi logo elaborada pelo Espírito, e o Universo concreto tomou um caminho ascendente, que remonta da pedra, apta à cristalização, até o homem suscetível de pensar, orar, aprovar o inteligível e se devotar a seu semelhante.
Essa repercussão sensível do Espírito cativo, que sublima as forças progressivas da Matéria e da Vida para empreender a saída de sua prisão, é constatada e estudada, sob o nome de Evolução, pela Ciência Contemporânea.
A Evolução é a Redenção Universal do Espírito. Evoluindo o Espírito reascende.
Todavia, antes de reacender, o Espírito decaíra. È o que chamamos de Involução.
Como o submúltiplo verbal se deteve em determinado ponto de sua queda? Que força permitiu que retrocedesse? Como a consciência adormecida de sua divindade coletiva pôde, enfim, despertar nele sob a forma ainda imperfeita da Sociabilidade? Há tantos mistérios profundos, que não poderíamos abordá-los aqui. Se a Providência estiver contigo, conseguirás compreendê-los.
Aqui me detenho. Já foste suficientemente conduzido pela senda. Eis-te munido de uma bússola oculta que, se não evitar que te desvies, pelo menos permitirá que sempre reencontres o caminho certo".
Guaita, Stanislas. No umbral do mistério. São Paulo, Martins Fontes, 1985.pp.94-95

sábado, junho 20, 2009

"Deus desce até o homem de gênio, enquanto o Mago ascende até Deus".
Stanislas de Guaïta

Claude Debussy - Arte e Sinestesia

O compositor francês Claude-Achille Debussy (Saint-Gérmain-en-Laye, 1862; Paris, 1918) foi uma das personalidades musicais mais importantes do final dos novecentos e início deste brutal e contraditório Século, tendo falecido sob o impacto das bombardeios e o terror nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial que fizeram com que muitos homens deixassem de perceber o artista de elevada estatura que se despedia do mundo material em meio os mais atrozes desvios resultantes da degradação da consciência humana que são a guerra e os regimes satânico-totalitários como o comunismo de tipo soviético.
Por suas inovações em harmonia, com novas combinações nos acordes sua extraordinária capacidade de explorar novas possibilidades ritmicas, Débussy despontava como continuador genial de precursores da música moderna como Liszt, Chopin e Mussogorsky, tendo se interessado vivamente por Richard Wagner na juventude, cuja obra estudou profundamente. Entre os contemporâneos, influenciou Bártok e nosso conterrâneo Villa Lobos, entre outros.
Ouvir uma composição para piano de Claude Debussy, muito especialmente um "arabesque" é uma experiência deliciosa. Literalmente deliciosa, agrada ao olfato, à visão, ao tato, às papilas gustativas e, por que não, à audição. È que a música do compositor francês cigano (pouquíssimos sabiam dessa sua faceta à época) contém tanta densidade, é tão encorpada, onipresente e "onipenetrante" - sobretudo quanto executada por um virtuose do piano que lhe acrescente ornamentos técnicos pessoais - que é como se a cheirássemos, a fitássemos, à sentissemos com os membros e a saboreássemos como uma dos aqueles pequeninos biscoitos molhados que desmancham na boca ou um licor italiano fino.
A música de Débussy é feita como pequenos mosaicos plenos de sentido, singularidades como "mônadas" que se desprendem nos quatro elementos e que percebemos através de todos os sentidos atuais e outros perdemos há muito tempo ou um dia poderemos adquirir. Ela atesta a veracidade e pertinência das observações realizadas por certos clarividentes como Charles E. Leadbeater ainda no alvorecer do século passado sobre a estrutura da matéria nos diferentes planos e arrozoados de que versam sobre a interessante capacidade de "cheirar sons e ouvir cheiros" comuns àqueles que possuem a visão superior desperta.
A junção do prefixo grego "sin" e a palavra "aesthesia" gera o termo "sinestesia" que, conceitualmente, expressa a relação de diferentes planos sensoriais. Tanto pode representar uma figura de linguagem como uma condição neurológica que, até pouquíssimo tempo, era vista por psiquiatras ou por este estranho e perigoso grupo formado na sociedade atual por "analistas e psicólogos" (os inquisidores modernos) como um sério distúrbio que merecia tratamento médico e cuidados específicos.
Este é sem dúvida um excelente objeto de estudo clarividente. Também excitante pois nos instiga a investigar a maneira como artista do calibre de Débussy, poetas, pintores e escultores puderam criar uma arte objetiva que reproduzissem em pessoas medianas a faculdade de perceberem fenômenos precipuamente captados por clarividentes ou pobres seres que sofrem de alterações neurológicas tão perigosas...

PS: Em recente edição de uma revista brasileira, todas as pessoas entrevistas pelo repórter e que "sofriam" dos dos "distúrbios sinestésicos" afirmaram se sentir muito felizes em sua atual condição que é vista como um dom, o que contraria a pobre perspectiva da psiquiatria.
Vejam aqui uma matéria interessantíssima: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78439-8055-481,00.html

quinta-feira, junho 18, 2009

Lento e Cansado

Havia colocado as minhas coisas em alguma espécie de alojamento em uma cidade que parecia ser O.P. tudo estava lá, porém o restante julguei haver esquecido em lugar relativamente ermo. Olho tudo em volto e decido caminhar em direção ao lugar ermo, sempre o mesmo visto em outras ocasiões: algo como o parque distante a que temos de ir buscar algo. Mas sempre que caminhamos naquela direção nos sentimos imensamente cansados, quase rastejamos. As forças nos faltam, nos sentimos incapazes de alcançar o que buscamos. Sentimo-nos exaustos ao despertar.

Os Três Cérebros - Les Trois Cerveaux

Estamos em uma ampla casa de campo. T.K.D está deitada na cama e chama C.B. Ela não se levanta do amplo leito e permanece dormindo, imersa em profundo sono. O recinto é vasto, conta com uma grande cozinha. O Sr. M., pai de V.R.N, levanta-se repentinamente diante de uma pia com armário em madeira. A pia não tem limites, não é cercada por janelas dá para um quintal onde aparece terra escavada. O pai de V.R.N, jocoso e brincalhão como lhe é de costume, fala que desenterrou três cérebros da chão. Penso com meus b0tões, três cérebros quentes e vivos não podem ter permanecido muito tempo na terra. Pergunto se ele havia chamado a Polícia, dando uma rotunda gargalhada ele diz que não. Tudo é muito estranho e ao mesmo tempo compreensível.

segunda-feira, junho 15, 2009

A Questão do Auto-Conhecimento - "O Barato saiu Caro"

Muitas pessoas vêm me procurar e falam que estão buscando a si mesmas. Costumeiramente se referem ao "Oráculo de Delfos" e repetem com insistência que o "conhecer a si próprio" é realmente o que importa, o resto é negligenciável. Em parte correta a resposta. Porém, apenas em parte.
Me deparo o tempo todo com homens e mulheres que admiram os "gurus" do auto-conhecimento (os dois termos separados mesmo por um traço). Um punhado deles é sumamente respeitável e merece que se teçam mil elogios às suas pessoas. Homens e mulheres que atravessaram momentos difíceis, aprenderam com seus erros e estão tentando mostrar uma das vias possíveis para que o homem possa se inteirar dos meandros do SER.
A outra parcela nem sempre é tão admirável. Como sabemos, estamos habitando um mundo pequeno no sistema solar que possui um silencioso, misterioso e incompreendido satélite chamado "lua", que segundo alguns mestres é alimentado pelo que emana da vida orgânica em seu planeta, na verdade um simples e útil alimento para a amiga que o circunda em 29,4 dias. Isso parece fazer sentido, dado o absurdo de vivermos em um lugar onde as pessoas deixam de lado o que realmente importa na vida real em troca da aquisição de bens e objetos aos quais se identificam e passam a fazer parte do seu próprio ser.
Um observador distante - como diria sábio Mestre - não compreenderia tal comportamento da massa cárnea que apelidamos de "humanidade". Bem, seus gurus também não o "compreendem", mas o "entendem" com seu cérebro tripartido e tentam eles mesmos obter a máxima quantidade possível de coisas que possam amealhar graças a estultície dos pobres discípulos que os ouvem com o ouvido esquerdo e os vêm com o olho direito, buscando um outro bem - muito mais sofisticado e "espiritual" - que os "Broshos", "Krushnamurtas" e os "Yenganandos" passaram a vender no mercado sob o título de "autoconhecimento".
O "auto-conhecimento" que ofertam ( e a toda curva de oferta corresponde uma curva de demanda e seu respectivo preço de equilíbrio) é conhecimento autista, auto-conhecimento como confesso esquecimento e embrutecimento de si mesmo. É a falsa convicção de que brandidas algumas palavrinhas mágicas como "karma", "dharma", "dharana" (extraídas preferencialmente de um "Mestre" hindu que nada mais poderá lhes enganar e basta contemplar com irônica distância as grotescas querelas "intelectuais" travadas pelos "pobres de espírito" que jamais tomaram contato com a "divina essência" que promana do novo guru.
Bem. O auto-conhecedor de si mesmo, além de enriquecer o guru - materialmente ou inflando-lhe o maléfico ego - nada acrescenta a si e, muitas vezes, cai em um lodaçal de esquecimento e ignorância de si maior que o pobre "erudito" escravizado pela letra morta dos livros. Esta, ao menos, se for boa, um dia pode fazer que um fósforo se acenda no interior da alma. O guru apenas vai lhe provocar um rombo no bolso e a decepção de constatar o erro persistente na jornada e o que "o barato acabou saindo caro".

quinta-feira, junho 11, 2009

Mediunidade X Necromancia

São costumeiras as alusões aos "espíritos brincalhões" a que se refere Allan Kardec em seus escritos. Auxiliado como diz ter sido pelas mais elevadas inteligências do passado clássico e da Idade Moderna quem somos nós para questionar o maior expoente do espiritismoo ocidental que apenas no Brasil conta com milhões de seguidores - mais que em sua pátria natal, a França, onde é visto como expressão discutível do positivismo levado à espiritualidade ou uma afirmação às avessas da "religião positivista" à La Auguste Comte.
Espiritismo entretanto equivale a necromancia mais crua. Não há outra maneira de se inteirar das intenções de seres - ou restos de seres - que habitam os outros planos e em especial o astral inferior que não seja sua evocação, a chamada dos mortos. Desde a mais longínqua antiguidade esta prática é condenada como o mais detestável, espúrio e danoso ato de magia negra, capaz de produzir consequências cármicas de magnitude incalculável sobre quem o pratica. Dois casos célegres de operações necromantes - não "teúrgicas" a bem dizer, pois envolvem exatamente o contrário do trabalho divino: o recurso do Rei Saul à necromante com o intuito de tomar conselho do profeta Samuel e a célebre e nefasta prática ritualista em que Èliphas Lévy buscava evocar o "espírito" do grande Apolônio de Tyana.
Os resultados relativos aos dois exemplos são bem conhecidos: em um deles a inevitável derrota do primeiro Rei de Israel e repugnante morte pela espada além da perpétua execração de seu nome real. No segundo, segundo as palavras do próprio mago - cuja estatura espiritual é inegável, apesar de todos os seus erros - a quase loucura e uma estranha atração pela morte.
Que estes e outros exemplos esclarecedores possam incutir nas pessoas, em particular aos brasileiros - facilmente seduzidos pela idéia idílica da mediunidade - que perturbar o tranquilo repouso e período de aprendidagem dos que se foram do "mundo cèu" é o pior dos crimes que se pode intentar contra um Ser do ponto de vista cármico. Por outro lado, aproximar de nosso plano os moradores demoníacos das Qliphot, o que fica abaixo do mundo mais inferior é loucura e perdição absoluta que pode acarretar atrasos substantivos na evolução espiritual de quem se sujeita a semelhante atitude.
Quero fazer notar, não obstante, que os dois seres a quem os "evocadores" se dirigiram nos exemplos foram dois Entes de grande estatura neste mundo, um dos mais inspirados profetas de Israel e aquele que, segundo relatos históricos (o de G.R.S. Mead representa síntese brilhante destes nos tempos atuais) por pouco não se igualou ao próprio Jesus de Nazaré em sabedoria e milagres operados diante das gentes. Não são estes, justamente, os "espíritos elevados" cujos ensinamentos orientam os espíritas? Será que se sentem mais confortáveis em se manifestar diante de alguns cidadãos e mais tímidos ou "vingadores" quando falam a Saul, o Rei Ungido de Israel por vontade de YHVH?

terça-feira, junho 09, 2009

O que buscamos? Samadhi? Nirvana? Superconsciência? O que afinal?

Ouço dos amigos e interlocutores freqüentes afirmações sobre o que consideram sua "busca". Outro dia um amigo me confidenciou que se sente "bem e solto" ou "leve e relaxado" em suas sessões de Yoga. Outro pode se sentir bem mais confortável e tranqüilo após praticar a meditação "Nadabrahma" do Osho ou exercitar-se em "respiração profunda" e uma série de "pranayanas" selecionadas (técnica hindú da respiração, para ser rápido e conciso).
Muitas pessoas confudem a Yoga e suas técnicas com relaxamento. Outras se encantam com "Nova Era" e crêem que se confunde com um amálgama de técnicas voltadas para o bem viver e a conquista da felicidade e o bom relacionamento com os outros. Ledo engano. As verdadeiras conquistas se dão pelo choque e pela luta. No meu caso, meu primeiro episódio de "iluminação" ocorreu após muitas noites mal dormidas, má alimentação, aborrecimentos, profundo cansaço físico e dores. Há outros caminhos, sem dúvida. Mas nenhum passa pelo conforto e a acomodação. Porém, isto será discutido em outro momento.
Há também aqueles que buscam um caminho célere para o que consideram ser a real "iluminação". Buscam e acabam por encontrar atalhos nas drogas, na hipnose ou na auto-hipnose. Na primeira hipótese quando apelam a ayahuasca ou o Santo Daime (uma espécie de "beberagem" à base de plantas da Amazônia brasileira), nos moldes do que Carlos Castañeda batizava de efeitos das "plantas de poder". Ora, toda planta é uma planta de "poder" e os limites entre as "drogas naturais" e aquelas produzidas em laboratório se encontram apenas no grau de concentração de seu princípio ativo. E não há qualquer droga que não produza efeitos no nível consciencial e altere seus estados. Cada uma delas possui sua pecualiaridade e produz determinado estado de consciência mais ou menos agradável ao seu usuário.
O fundamental é que o buscador autêntico não confunde os fins com os meios e seleciona os seus fins. Dito de outra forma, oa "fins não justificam os meios". Não é o alcance de um estado diferenciado e superior de consciência, a navegação a um outro plano, mas a união definitiva e perpértua com o UNO e as esferas inefáveis do SER que se constitui na meta concreta e última. Isto exclui a vã ilusão caracterizada pela busca do que se julga ser o "Nirvana" ou qualquer estágio consciencial como reles conquista de um objeto do desejo.
Neste caso, os partidários da "via rápida" rumo à libertação final não são diferentes do Silvio Santos quando mira juntar uma quantia significativa de dinheiro com seus programas. Talvez inferiores porque nosso sábio empresário sabe muito bem o que quer e, pelo visto, conquistou a vontade, alqo em que que nosso pequeno "aprendiz de Iogue" está apenas patinando...

domingo, junho 07, 2009

O Pequeno Pai

Estamos viajando em algo como um ônibus, poderia ser uma carruagem. À frente, sentada, minha amiga S.U. atrás um vulto. Chegamos a um lugar onde é comemorada a festa de C.A.S.S.B. Ele vem atrás de mim L.H., ele atrás, lépido, em determinado momento se adianta a nós. Ele não sabe que ele é meu pai. Ele se aproxima de um peitoral distante metros de C.A.S.S.B. mesmo assim estende suas mãos miraculasamente a ele e o abraça, ele sem nada entender e compreender rejeita o abraço. Apresento a S.U. meu pai, ele diminui, parece um pequeno anão. Noto que não desejaria apresentá-lo porque era moreno, tendendo ao negro. Quando o olho novamente não parecia meu pai mas um pequeno bebê risonho. Ele ao mesmo tempo amedronta e arrebata. O transe acaba.

Ocultismo Ocidental

A tradição esotérica oculta ocidental é superior à oriental porque não pode ser captada pelo cérebro físico inferior. A razão mais baixa ou inferior foi iluminada pela luz divina que no Ocidente a vivificava e fazia com que as verdades mais excelsas não pudessem ser expressas na línguas dos homens, mas na língua dos anjos e compreendidas pelo dom do espírito santo. No Ocidente que que alguns se referem com desprezo como "medieval" ou pré-moderno medraram as tradiçoes alquímicas e ocultas, muitas delas arrebanhando sem distinção homens humildes do povo a quem foram negadas as letras mais elementares, príncipes e os endinheirados da época dispostos a "renunciar a si mesmos" e seguir a cruz.
Neste pequeno grupo de estudiosos sobressaiam-se os verdadeiros adeptos, que falavam das verdades que haviam descobertos não através de conceitos claramanete inteligiveis através da apreensão do significado da linguagem humana mas mediante o uso de faculdades suprassensíveis acessadas em planos superiores superiores de existência.
Tais verdades eram anunciadas não através de "conceitos precisos" avalizados pela "academia" reinante no universo do ensino formal mas através de símbolos, correspondências, gravuras, figuras geométricas, cores, analogias e o recurso a personagens, situações e passagens escolhidas da literatura religiosa apropriada pela população européia, o Antigo e o Novo Testamentos.
Não se cunharam termos "rigorosos" para que a "verdade" - digo a "verdade" bruta, terrestre e material - pudesse ser descortinada via esforços ingentes proveninentes da razão humana inferior. Estas verdades, a bem dizer, jamais poderiam ser percebidas sequer num relance por ela, permanecendo "ad saeculum seculurum" impermeáveis a seu inquérito.
Sem a mais profunda busca interior e o encontro de si mesmo, que corresponde à união com o altíssimo, o abandono da ilusão irradiada do reino diabólico da matéria jamais seria compreendida e o método para tal nunca absorvido em não consistindo em um método didático apreensível em separado da própria busca em si.

quinta-feira, junho 04, 2009

Papa Bento XVI

Bento XVII, um Tradicionalista
A cada uma de suas viagens e preleções o novo Papa Bento XVI comprova que sua indicação a tal hierarquia no Ocidente - a de sumo Hierofante da Cristandade - foi realmente inspirada pelo Espírito Santo sob os auspícios dos Santos Anjos. Sempre a receber a palavra divina sob a forma da magnífica intuição que provém do alto, sempre firme e resoluto na defesa dos propósitos cristãos, Bento XVI representa a superação dialética do que João Paulo II fez, enquanto combatente e guerreiro santificado pela unção dos mártires contra o artífice das forças do malévolo, de SHAITAN, espelhado no diabólico sistema comunista.
Aos desesperados servidores da matéria abjeta, a decidida oposição do novo Pontífice à luxúria, à perdição, ao engano, ao aborto e ao desprezo à instituição do casamento pode soar medieval, como um velho idiota e vulgar - alguém que não soube atrair para si os benefícios adivindos dos cabelos encanecidos - enfatizou em tom pueril em certo restaurante em que o autor desde artigo, semana passada, estava almoçando. Em outra ocasião, outra anciã pouco sábia referia-se ao Sumo Pontífice como "idiota", como se os anos fossem lhe abater os milhares de anos em pecado. Pobres e corruptas almas que querem a partir de suas muralhas egóicas justificar sua pobreza e decadência e renunciar ao alerta do Infinito...
Bento XVI, quiçá o maior dos Papas eruditos da atualidade, baluarte da Fé Católica Romana e expoente maior da reuniao da Cristandade e Unificação dos Ritos, que lhe seja longa a vida e prolongado o apostolado pelo que representa de compromisso místico e espiritual com a verdade.
Não há de faltar os conspiradores de plantão ou jovens revoltosos que condenem a veemência com que Sua Santidade - Supremo Hierofante do Ocidente - condena a vulgaridade e impetuosidade pueril predominantes nos comportamentos verificáveis da atual população européia e não-muçulmana ou não-cristã.
Nenhum verdadeiro continuador da GRANDE OBRA pode permitir que sejam destruídos os fundamentos da FAMÍLIA e da verdadeira UNIÃO entre os sexos que expressa a verdadeira aliança ARCANA entre os princípios fundadores da manifestação material na terra. Só os estúpicos enfeitiçados pela imagem do real podem supor o contrário.
Bento XVI caminha em direção ao posto de mais esclarecido Sumo Pontífice nos séculos XX e XXI e Defensor Perpétuo dos valores da cristandade, autor esclarecido do SAL DA TERRA.

História Oculta da Humanidade - Idade Moderna (De John Dee à Aurora Dourada - Golden Dawn - ao Novo AEON)

John Dee e Edward Kelley - auxílio á Rainha da Inglaterra e criação do "British Empire", o Grande Império Britânico. Derrota da forma como Felipe II encarava o catolicismo genuíno, maculada pela longa luta contra os árabes e libertação da Espanha e Portugal, infelizmente manifesta na criação de sua "invencível" armada - aniquilada pela evocação dos anjos enoquianos pelo Sr. John Dee que apelaram aos poderes das quatro torres - e criação das bases do futuro estado democrático na Europa e do moderno capitalismo.
Manifestos Rosa-Cruzes - Alemanha. Surgimento do luteranismo. Os príncipes se engalfinham pelo poder político, alguns aliados a Lutero, outros ao Papa. Em meio ao luto por milhões de vítimas inocentes ressurge a Rosa Cruz e Christian Rosenkreuz. Jacob Böehme e os rosa-cruzes e verdadeiros teósofos alemães reencarnam.
Vésperas da Revolução Francesa - Os Grandes Mestres do Mundo Oculto, a Hierarquia Oculta que governa o mundo determina a vinda à terra, especialmente a Europa, sob a forma do Conde de Saint Gérmain e o ser inferior a ele na luz, mas não em papel, Cagliostro. Preparação para os grandes eventos que se sucederam à revolução francesa, a ascensão de Bonaparte e sua inclinação ditada pelos mestres em direção ao hermetismo egípcio e a decifração de sua escrita, os hieroglifos. Surgimento do Adepto Champollion.
Inglaterra, sec. XIX - Auge da Revolução Industrial. Surgimento de movimentos satânicos e materialistas na Inglaterra e continente, em particular o socialismo fabiano e a social-democracia, além do anarquismo bakunista assassino - com a mediação exercida pelo grande Richard Wagner na Alemanha, como contraponto místico-cultural à barbárie que brotava naquele período. Nestes anos os mestres e adeptos ocultos preparam homens e mulheres que resgatariam as velhas tradições herméticas em uma nova ordem que viria a corrigir e apeiçoar a maçonaria teórica e operativa: a "Golden Dawn" ou "Aurora Dourada. Seus grandes expoentes são Wescott, Mathers e Waite.
Ainda no século XIX, Helena Petrovna Blavatsky, acionada pelos grandes Mestres ou Mahatmas do Ocidente e Oriente é instada a interpretar o Livro de Dzian - tentativa antes realizada por Eliphás Lévy ao ter acesso ao Sépher Dzeûnita. Este, cedendo aos caprichos da juventude perdeu suas faculdades ao tentar métodos equivocados de evocação que o mergulharam em profunda melancolia. (a célebre operação  dirigida ao suposto fantasma de Apolônio de Tyana). Publicação da Doutrina Secreta e Ìsis sem Véu, erigindo-se uma ponte para a união entre Ocidente e Oriente e fundação da moderna Índia através da Sociedade Teosófica em Adyar.
Século XX - A Luz infinita ganha manifestação no grande Mestre Gurdjieff (João em carne na ilha de Patmos) e seus discípulos. Frater Perdurabo (Therion) anuncia o advento do AEON de HORUS e se afirma a reencarnação de Edward Kelley (o que em si traduz a dualidade do período), aproximando-se o desfecho do ciclo histórico ditado pela hierarquia oculta do mundo.