A idéia do “dharma” é bem anterior ao budismo e está arraigada nas tradições milenares da Índia, é o pilar sobre o qual se assenta o sistema de castas de Manu, discrimina os compromissos entre as castras e no seu interior e a “profissão” de fé, o “código de comportamento” para todas as sub-castas, calculadas atualmente em mais de 3.000, as quais se desdobram da original divisão quíntupla em Brâmanes (sacerdotes), Shatrias (guerreiros), Vaishias (comerciantes), sudras (artesãos) e os parias ou intocáveis.
Esta expressão é usada em muitas filosofias e religiões indianas, surgindo primeiramente nos Vedas como Dharman. No hinduismo, Yama, o Deus da Morte, é também conhecido como “Dharma”, trabalhando segundo as leis do Karma e moralidade, reguladas por princípios divinos. É familiar aos hindus, aliás, a personificação do Dharma em Ram, um dos avatares de Vishnu. Dharma também pode dizer respeito à religião hindu e no budismo aos ensinamentos do Senhor Buda, embora muitas vezes seque equivalente a “fenômeno”, uma unidade básica de existência.
O “dharma” ou “obrigação” é o núcleo do modo hindu de pensar; enfatizando a responsabilidade pessoal. A palavra vem do sânscrito “dhri”, ou seja “sustentar”. É o “dharma” que sustenta a ordem cósmica (Rita) do Universo. O “dharma” se alia à doutrina do Sansara, o ciclo de nascimentos e renascimentos e ao “karma”, a idéia de que cada ação tomamos causa outras no futuro e estas dependem daquelas que foram tomadas no passado. A vida em cada um nasce pode ser relacionada á dos outros quanto à posição social (as “três cores” ou castas), ocupação (jati), estágio de vida ou maturidade e para cada um destes itens são prescritos deveres e obrigações.
Assume-se que esta vida é uma conseqüência necessária de vidas passadas e ações passadas, seguindo-se que se deve executar os deveres prescritos para sua vida irrestritamente. Assim, a organização social e as funções e obrigações de cada grupo social são justificados não por sua eficácia em si, mas pela consciência de que sua própria vida e obrigações de que se incumbem os homens são manifestações no mundo de uma ordem moral primeva do Universo.
A doutrina do Buda também se assenta em “três jóias”, entre elas a do “dharma”. Budha, a iluminação, Dharma, o preceito e Sangha, a união com outras pessoas que também buscam o caminho. Dharma em sentido lato significa um conjunto de regras, princípios, normas, a “religião externa” que regula os atos individuais, atrelando-os a determinada ética, a ética do Budha. No “Mahayanauttarantrashastra”, “A Continuidade Imutável da Verdadeira Natureza” lemos dos versos nove a 12 uma didática apresentação do significado do “Dharma”.
“9. (...) Eu me prostro ao sol do Darma
Que não é nem existência nem não-existência
Nem uma combinação de existência e não-existência
Nem algo além de existência e não-existência;
O inexaminável, além de toda definição verbal, auto-cognoscente, pacífico,
Impoluto, brilhante com a luz de jnana, que destrói completamente
Avidez, Aversão ou Torpor em relação aos objetos mentais.
10. O Darma é aquilo que está imbuído
Das características intrínsecas das duas verdades:
Aquilo que é aquilo que prozuz liberdade do cativeiro.
Inconcebível, não-dual e isento de conceitos,
Pureza, claridade e remédio.
11. ‘Liberdade de cativeiro’ se aplica à verdade da cessação
É a verdade do caminho. Cada uma com três qualidades, respectivamente:
12. É inconcebível (por não ser examinada através do pensamento,
é indizível e conhecimento restrito aos plenamente realizados).
É uno e isento de conceitos, paz.
É pureza, claridade e sanidade, sendo estas três como o sol”.
Iluminados, os Budas passam a ensinar o “Dharma”, caminho que leva a iluminação dos demais seres que é o segundo ponto “vajra” (diamantino). Como explica Khenchen Thrangu Rimpochê:
“A palavra ‘Dharma’ pode ter dois significados diferentes: qualquer afirmação verdadeira, como dizer que o céu é azul; ou o corpo de ensinamentos passados pelo Buda Sakiamuni aos seus discípulos. Este último, o Darma, inclui as palavras efetivamente pronunciadas pelo Buda (sutras) e os textos explanatórios (shastras), que foram escritos para explicar os sutras. Estes se dividem nos chamados ‘três cestos’ ou ‘triptaka’: ensinamentos Vinaya, destinados a libertar-nos do apego; Sutra, destinados a libertar-nos da agressão; e abhidarma, destinados a libertar-nos da ignorância. Estes três cestos contêm oitentar e quatro mil diferentes aspectos do Darma transmitido diretamente pelo Buda Sakiamuni e explicados por seus discípulos. O propósito é eliminar os oitenta e quatro mil tipos de emoções perturbadoras latentes na mente.
A palavra Dharma é mais freqüentemente usada para designar ‘ensinamento’. No Uttaratantra, contudo, Darma se refere à realização ou consumação das qualidades. Este uso da palavra se refere àquilo que tem capacidade de eliminar todas as impurezas e produzir a plena frutificação de jnana (a mais alta e pura forma de conhecimento e inteligência). O Darma da realização é o resultado direto da prática do está no corpo dos ensinamentos, como, por exemplo, a realização de todas as qualidades descritas. O Darma dos ensinamentos explícitos é apenas uma ferramente indireta usada para adquirir as qualidades iluminadas, enquanto que todas as qualidades de pureza podem ser diretamente atingidas através do Darma de realização”. (que tem dois aspectos, a verdade da cessação e a do caminho).
Esta expressão é usada em muitas filosofias e religiões indianas, surgindo primeiramente nos Vedas como Dharman. No hinduismo, Yama, o Deus da Morte, é também conhecido como “Dharma”, trabalhando segundo as leis do Karma e moralidade, reguladas por princípios divinos. É familiar aos hindus, aliás, a personificação do Dharma em Ram, um dos avatares de Vishnu. Dharma também pode dizer respeito à religião hindu e no budismo aos ensinamentos do Senhor Buda, embora muitas vezes seque equivalente a “fenômeno”, uma unidade básica de existência.
O “dharma” ou “obrigação” é o núcleo do modo hindu de pensar; enfatizando a responsabilidade pessoal. A palavra vem do sânscrito “dhri”, ou seja “sustentar”. É o “dharma” que sustenta a ordem cósmica (Rita) do Universo. O “dharma” se alia à doutrina do Sansara, o ciclo de nascimentos e renascimentos e ao “karma”, a idéia de que cada ação tomamos causa outras no futuro e estas dependem daquelas que foram tomadas no passado. A vida em cada um nasce pode ser relacionada á dos outros quanto à posição social (as “três cores” ou castas), ocupação (jati), estágio de vida ou maturidade e para cada um destes itens são prescritos deveres e obrigações.
Assume-se que esta vida é uma conseqüência necessária de vidas passadas e ações passadas, seguindo-se que se deve executar os deveres prescritos para sua vida irrestritamente. Assim, a organização social e as funções e obrigações de cada grupo social são justificados não por sua eficácia em si, mas pela consciência de que sua própria vida e obrigações de que se incumbem os homens são manifestações no mundo de uma ordem moral primeva do Universo.
A doutrina do Buda também se assenta em “três jóias”, entre elas a do “dharma”. Budha, a iluminação, Dharma, o preceito e Sangha, a união com outras pessoas que também buscam o caminho. Dharma em sentido lato significa um conjunto de regras, princípios, normas, a “religião externa” que regula os atos individuais, atrelando-os a determinada ética, a ética do Budha. No “Mahayanauttarantrashastra”, “A Continuidade Imutável da Verdadeira Natureza” lemos dos versos nove a 12 uma didática apresentação do significado do “Dharma”.
“9. (...) Eu me prostro ao sol do Darma
Que não é nem existência nem não-existência
Nem uma combinação de existência e não-existência
Nem algo além de existência e não-existência;
O inexaminável, além de toda definição verbal, auto-cognoscente, pacífico,
Impoluto, brilhante com a luz de jnana, que destrói completamente
Avidez, Aversão ou Torpor em relação aos objetos mentais.
10. O Darma é aquilo que está imbuído
Das características intrínsecas das duas verdades:
Aquilo que é aquilo que prozuz liberdade do cativeiro.
Inconcebível, não-dual e isento de conceitos,
Pureza, claridade e remédio.
11. ‘Liberdade de cativeiro’ se aplica à verdade da cessação
É a verdade do caminho. Cada uma com três qualidades, respectivamente:
12. É inconcebível (por não ser examinada através do pensamento,
é indizível e conhecimento restrito aos plenamente realizados).
É uno e isento de conceitos, paz.
É pureza, claridade e sanidade, sendo estas três como o sol”.
Iluminados, os Budas passam a ensinar o “Dharma”, caminho que leva a iluminação dos demais seres que é o segundo ponto “vajra” (diamantino). Como explica Khenchen Thrangu Rimpochê:
“A palavra ‘Dharma’ pode ter dois significados diferentes: qualquer afirmação verdadeira, como dizer que o céu é azul; ou o corpo de ensinamentos passados pelo Buda Sakiamuni aos seus discípulos. Este último, o Darma, inclui as palavras efetivamente pronunciadas pelo Buda (sutras) e os textos explanatórios (shastras), que foram escritos para explicar os sutras. Estes se dividem nos chamados ‘três cestos’ ou ‘triptaka’: ensinamentos Vinaya, destinados a libertar-nos do apego; Sutra, destinados a libertar-nos da agressão; e abhidarma, destinados a libertar-nos da ignorância. Estes três cestos contêm oitentar e quatro mil diferentes aspectos do Darma transmitido diretamente pelo Buda Sakiamuni e explicados por seus discípulos. O propósito é eliminar os oitenta e quatro mil tipos de emoções perturbadoras latentes na mente.
A palavra Dharma é mais freqüentemente usada para designar ‘ensinamento’. No Uttaratantra, contudo, Darma se refere à realização ou consumação das qualidades. Este uso da palavra se refere àquilo que tem capacidade de eliminar todas as impurezas e produzir a plena frutificação de jnana (a mais alta e pura forma de conhecimento e inteligência). O Darma da realização é o resultado direto da prática do está no corpo dos ensinamentos, como, por exemplo, a realização de todas as qualidades descritas. O Darma dos ensinamentos explícitos é apenas uma ferramente indireta usada para adquirir as qualidades iluminadas, enquanto que todas as qualidades de pureza podem ser diretamente atingidas através do Darma de realização”. (que tem dois aspectos, a verdade da cessação e a do caminho).