Páginas

terça-feira, dezembro 13, 2011

Bestas, Homens e Deuses - Ferdinand Ossendowski

Ferdinand Ossendowsky
A obra "Bestas, Homens e Deuses - O Enigma do Rei do Mundo" (em português publicada pela Editora Hemus) permaneceria desapercebida a muitos leitores caso estes não houvessem recebido qualquer indicação sobre sua existência e caráter seminal. Este serviço foi prestado por certas escolas vinculadas à Filosofia Perene ou Teosofia que incorporaram algumas de suas revelações a seu próprio corpo doutrinário. Um grande Best Seller nos anos 30, "Bestas, Homens e Deuses" foi escrita pelo aventureiro, historiador, engenheiro de minas, geólogo, médico amador, explorador, cientista e Herói polonês Ferdinand Ossendowski. Querido e festejado em sua pátria, porém odiado pelos soviéticos e seu Partido Comunista (que combateu com tenacidade através de vasta produção intelectual), sua sepultura chegou a ser profanada pelo Exército Vermelho ao penetrar em Varsóvia, tamanho o ódio a ele devotado por Stálin e o desejo do genocida em confirmar sua morte.  No Brasil, tornou-se particularmente conhecido através da tradução em fascículos na revista Dharana do livro "Le Roi du Monde", do polêmico francês Rénée Guénon (talvez sua mais arguta contribuição como pensador). Um dos seus primeiros tradutores em solo brasileiro foi o Professor Henrique José de Sousa, fundador da Sociedade Brasileira de Teosofia, posteriormente rebatizada como "Sociedade de Eubiose. Queiramos ou não, a vinculação do intelectual polaco à Guénon tornou-o conhecido do seleto público que se aplica com seriedade e persistência ao estudo das Ciências Ocultas, sobretudo por ter sido um dos primeiros a descrever aspectos geográficos e de organização política do misterioso País de AGHARTA situado no interior da terra e da sua triarquia, composta pelo Brahytna, o Mahytma e o Mahanga, sob a égide do primeiro, o "Rei do Mundo".
Em "Bestas, Homens e Deuses", Ossendowski recapitula suas aventuras no interior da Grande Rússia, quando fugiu das garras dos revolucionários vermelhos que consolidavam seu processo de destruição civilizatória. Como profundo conhecedor do território imperial, em particular da Sibéria, Ossendowski traçou um plano de fuga que compreendia o percurso a partir de Krasnojarsk até a transposição da fronteira com a Mongólia, entrando em território neutro. Neste ínterim, a obra não só revela a capacidade adaptativa dos polônes face à mais cruenta realidade e impiedade humana -em um mundo dominado pela amoralidade dos bolcheviques, capazes dos atos mais vis em prol de sua própria promoção na máquina estatal. Ao mesmo tempo - e isto é seu traço mais importante - relata milagres e poderes jamais vistos por ocidentais e, ao final, sua descrição de estórias colhidas em lamaserias do Mongólia e  de personagens como o "Lama Vingador", dotado de aptidões que aos não-orientais mereceriam a fama de "espetaculares"  pelo simples fato de escaparem às suas representações dos fenômenos. Na Mongólia do Magnífico Gêngis Khan, conheceu de perto os "sidhis" ou faculdades psíquicas mais avançadas como a profecia, a clarividência e a manipulação dos três gunas (princípios da matéria) facultada aos grande iniciados.
Outro personagem que se sobressai no texto é o Barão Román Ungern Von Sternberg, o "Barão Louco", combatente antibolchevique considerado um herói entre os russos brancos no período. Alvo das calúnias, do escárnio e ridículo dos pseudo-historiadores então à soldo do Kremlin, Von Sternberg converteu-se Budismo e, profundamente devoto da sabedoria do Oriente, foi considerado  como a encarnação de um "Dharmapala", ou seja, detentor do elevado posto de "Protetor do Dharma", ao qual fez juz pelo carinho imenso dedicado à nação mongol e seu povo. Homem humilde e desapegado do mundo, Von Ungern mais tarde, vítima de traição, morreu nas mãos das hordas bolcheviques sanguinárias, passando a se inscrever entre os mártires da Nação Russa e reconhecido oficialmente como tal pelo atual Governo de Moscou.
Barão Von Ungern Sternberg - Grande Herói da Rússia Branca

Também na Mongólia - a versão do livro não deixa margem à dúvida - foi constatada a degradação do budismo, entregue a lamas bêbados e títeres pró-bolcheviques, muito distantes da tradição original. Esta situação, projetada para os dias de hoje nos ajuda a compreender as possíveis razões - e uma delas é o afastamento da Lei, do "Dharma" - que levaram à tomada do Tibete pelas hordas de chineses ateus comandados pelo facínora Mao Tsé Tung. Neste país, Ferdinand travou amizade com o "Buda Vivo", ou "Buda Encarnado",  isto é, o "Guardião do Misterioso e do Desconhecido [que] vive na Mongólia, terra dos milagres e dos mistérios", sua Santidade Djebtsung Damba Hutuktu Khã, Bogdo Gheghen, pontífice de Ta Kure. Entre estes homens ele vem a saber da existência do enigmático Rei do Mundo e seu Reino, Agharta, no interior da Terra. Em Agartha, alguns povos, como os Olets e os Calmucos aprenderam suas ciências misteriosas que trouxeram para a superfície da Terra.

"Em Agharta, os sábios panditas escrevem sobre tabuletas de pedra toda a ciência do nosso planeta e dos mundos. Os sábios chineses sabem disso. A ciência deles é a mais alta e a mais pura. A cada século, cem sábios da China se reúnem em um lugar secreto, à beira-mar, onde cem tartarugas imortais saem das profundezes do oceano. Sobre suas escamas, os chineses escrevem as conclusões, às quais a ciência chegou naquele século".

O Rei do Mundo traz em ocasiões determinadas sua mensagem aos homens. Uma das últimas, entregue a um chefe tibetano em uma tabuleta de ouro advertia com severidade:

"O Rei do Mundo aparecerá a todos os homens quando chegar o tempo de levar os homens bons para a guerra contra os homens maus. O tempo, porém, não chegou ainda. Os piores da humanidade ainda não nasceram".

Quando nascerão? Que viva eternamente em paz a alma do inigualável Ferdinand Ossendowsky, que o bom karma conduziu à Mongólia e à divulgação destes grandes e inefáveis mistérios.



2 comentários:

  1. O que dizer de um livro desses? Palavras não descrevem a gradiosa verdade desse livro. Esse tema já tão explorado por outros tantos autores, e até na Biblia que é considerado um livro sagrado. Quem escreve tamanha coisa deverá ter tamanha vida. e assim deve ser a vida de Ferdinand Ossendowski.

    Obrigado aos autores que revelaram o ocultismo em palavras que os levaram sabe aonde depois dessa vida, ou mesmo a uma vida aonde se viva para sempre.

    Mário Jorge Palmeira.

    ResponderExcluir
  2. Maurício dos Santos4:45 AM

    Prezado Mário Jorge. Meu amigo e em alguns momentos conselheiro, a que apelidei de “ meu irmão mais velho” pelo interesse em me ajudar e sempre com sabedoria. Digo-lhe, vou olhar com mais vagar para essa obra. Li no passado, há mais de 20 anos Helena Petrovna Blawastik....teosofia....Agradeço a indicação é uma surpresa ver seu nome neste ambiente. Mas esperado.

    ResponderExcluir

O autor não se responsabiliza pelo conteúdo dos comentários postados no blog.