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segunda-feira, abril 12, 2010

OCULTISMO Versus CIÊNCIAS OCULTAS

OCULTISMO Versus CIÊNCIAS OCULTAS
Excerto

IN: BLAVATSKY, H.P. Ocultismo prático e as origens do ritual na igreja e na maçonaria. Clássicos Pensamento. São Paulo: Pensamento, 2010.

“Esta última palavra certamente se presta a equívocos, traduzida que foi da palavra composta Gupta-Vydia, ‘conhecimento secreto’. Conhecimento de quê, entretanto? Algumas palavras sânscritas podem nos ajudar.
Há quatro nomes (entre muitos outros) para designar as várias espécies de conhecimentos ou ciências esotéricas ou mesmo exotéricos Puranas. São elas: (1) Yajna-Vidya, conhecimento das forças ocultas que podem ser despertadas na natureza a partir de certas cerimônias e ritos religiosos; (2) Mahavidya, ou ‘magnífico conhecimento’, a magia dos cabalistas e das seitas Tantrika, quase sempre feitiçaria da pior espécie; (3) Guhya-Vidya, conhecimento das forças místicas que habitam o som (éter), presentes, por conseguinte, nos mantras (preces e ladainhas cantadas), segundo o ritmo e a melodia usadas; em outras palavras, um espetáculo de magia baseado no conhecimento das forças da natureza e em sua correlação; e (4) ATMA-VIDYA, palavra cuja tradução é simplesmente ‘conhecimento da alma’, verdadeira Sabedoria segundo os orientalistas, mas cujo significado é muito mais amplo do que esse”.

Esta última é a única modalidade de ocultismo que os teosofistas, aqueles que se consiram admiradores da ‘Luz no Caminho’ ( (Light on the Path), que se querem sábios altruístas, deveriam se esforçar por obter. Tudo o mais não passa de um ramo ou outro das ‘ciências ocultas’, ou seja, métodos que visam ao conhecimento da essência última de tudo que existe no reino na natureza - como os minerais, as plantas, os animais, logo, dos fatos que dizem respeito ao domínio da natureza material, por mais que tal essência continue continue invisível à compreensão da ciência.

O candidato tem que escolher decididamente entre a vida mundana e a vida do ocultismo. É inútil e vão tentar juntar as duas coisas, pois ninguém pode servir a dois senhores e satisfazer a ambos. Ninguém pode ao mesmo tempo servir ao corpo e à alma superior ou cumprir com seus deveres familiares e universais sem privar uma coisa ou outra de seus direitos; assim também, o aspirante ou se dispõe a ouvir a ‘vozinha’ e deixar de ouvir o choro de seus pequenos, ou bem atende a estes e permanece surdo à v voz da humanidade. Para todo homem casão que busca o verdadeiro ocultismo prático e não a sua filosofia teórica, isso seria uma tarefa interminável e enlouquecedora. Pois ele estaria sempre hesitando entre a voz impessoal do divino amor da humanidade e a voz do amor pessoal, terrenal. E isso somente conduz ao fracasso numa ou noutra direção, ou até mesmo em ambas. Pior que isso: todo aquele que, tendo se comprometido com o OCULTISMO, rende-se às delícias do amor ou da cobiça humana, sentirá imediatamente as conseqüências - será irresistivelmente arrastado do estado divino impessoal para o plano inferior da matéria. A autogratificação sensual ou mesmo mental implica a perda imediata das faculdades de discernimento espiritual; a voz do MESTRE não mais poderá ser distinguida da voz das próprias paixões ou mesmo daquela de um Dugpa, nem o certo do errado, nem a moral sadia do mero casuísmo”.

“Uma vez equivocados e ainda assim persistentes no equivoco, muitos se recusam a reconhecer os seus erros, afundando-se cada vez mais no lamaçal. E muito embora seja a intenção que em principio determina se a magia é branca ou negra, nem por isso o resultado da feitiçaria mais involuntária deixará de produzir um mau karma. Já se disse muitas vezes que feitiçaria é qualquer espécie de influência maléfica a que se procura expor o outro, fazendo com que sofra e, por conseguinte, provocando o sofrimento também de outros. O karma é como uma pesada rocha a despencar nas águas calmas da vida, produzindo círculos cada vez mais amplos que se estendem, longamente, quase ad infinitum.
Assim produzidas, as causas exigem efeitos posteriores como evidenciam as justas leis da retribuição.
Tudo isso poderia ser evitado em grande parte se as pessoas simplesmente renunciassem ao exercício de práticas cuja natureza ou importância elas não compreendem. Não se pode exigir que alguém carregue um fardo mais pesado do que suas forças permitem”.

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