Sem dúvida “A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada” (publicado pela Editora Teosófica) do eminente Teósofo, Membro da Sociedade Teosófica (MST) e clarividente Geoffrey Hodson merece ser adquirida por todo estudante sério e pelo buscador sincero das verdades ocultas nos escritos sagrados da Tradição Ocidental. È uma das maiores tentativas de interpretação alegórica e exegese bíblica à luz do ocultismo, bastante abrangente e fundamentada em critérios básicos de análise. Não irá encontrar aí comentários a todas as passagens do Velho e Novo Testamentos mas algumas tentativas de Geoffrey Hodson no sentido de compreender os ensinamentos secretos por trás de estórias, personagens, símbolos e situações escabrosas ou inusitadas que desafiam nosso senso comum e pudor tais como o sol que pára no alto diante de Josué ou a relação de Ló com suas próprias filhas. São princípios evolutivos e instruções dos mestres que Hodson investiga por trás do aparente “non sense” dos relatos bíblicos. Por exemplo, no capítulo 8 (“As Quatro Chaves Principais”) arrolam-se algumas proposições básicas que devem orientar exegese e hermenêutica dos livros bíblicos:
a) Tudo acontece interiormente. “(..) todos os eventos registrados,externos e supostamente históricos, também ocorrem interiormente. Tudo acontece no interior de uma raça, nação e indivíduo.
b) As pessoas personificam as qualidades humanas, isto é, cada pessoa introduzida nas estórias representa uma condição de consciência e uma qualidade de caráter. “Todos os atores são personificações de aspectos da natureza humana, de atributos, princípios, poderes, faculdades, limitações, fraquezas e erros do homem. Daí Hodson analisar o papel e posição de cada um dos irmãos de José, Esaú e Jacob, a natureza de Potifar e sua mulher, Ló e sua mulher que se transforma em estátua de sal segundo seu significado analógico e interior
c) As estórias dramatizam as fases da evolução humana, isto é, fases da jornada evolutiva em direção á Terra Prometida ou consciência cósmica.
d) Simbolismo da Linguagem, ou seja, todos os objetos e certas palavras,cada qual têm seu próprio significado simbólico e real segundo Hodson. É a questão da linguagem sagrada, com significado constante e incorporada nos hieróglifos e símbolos.
Enfim, um aspecto que acho interessantíssimo é o fato e Hodson enxergar as incongruências como indícios de significados mais profundos. Veja o que diz: “Ao estudante da linguagem alegórica é quase sempre dado um indício – que, no entanto, parecer à primeira vista muito estranho. Essa pista consiste num véu adicional, proteção ou cortina que tende a aumentar a confusão e a repelir quem se aproxime com a mente puramente literal ou profana do santuário onde o divino conhecimento está entesourado. A pessoas devem precaver-se cuidadosamente contra essa repulsão, quer devida a uma declaração que é incongruente, inacreditável, impossível ou a uma estória que ofende a lógica e o senso de justiça ou mesmo a decência e a moralidade”.
Convenhamos, o esforço de Hodson para dirimir estas dúvidas é monumental. Se eu fosse apresentar um balanço do livro diria que possui alguns defeitos porém virtudes invejáveis. Acho que Hodson força algumas análises atráves do recurso freqüente à idéia da Kundalini (que sempre fecha um caso mais difícil de interpretaçao), o exagero no transplante dos sete corpos do homem em algumas situações e a distinção entre Eu Superior e inferior e ao domínio da matéria. As virtudes estão no método sugerido de interpretação e alguns “insights” que sem dúvida são fruto do exercício de clarividência que caracterizava o MST Geoffrey Hodson (veja a análise das qualidades dos apóstolos, a vinculação das tribos aos signos do zodíaco, a análise da relação entre Jesus e seus discípulos e de sua paixão etc).
Também é válido na obra o fato de que ajuda a desmontar ironias infantis e críticas acerbas às escrituras judaicas – mais que ao cânone cristão – a maior parte delas decorrente de uma traumática relação com a Bíblia imposta por pais e mestres que ou desconheciam o verdadeiro significado de certas passagens ou medrosamente as deixavam de lado por julgá-las incompreensíveis.
a) Tudo acontece interiormente. “(..) todos os eventos registrados,externos e supostamente históricos, também ocorrem interiormente. Tudo acontece no interior de uma raça, nação e indivíduo.
b) As pessoas personificam as qualidades humanas, isto é, cada pessoa introduzida nas estórias representa uma condição de consciência e uma qualidade de caráter. “Todos os atores são personificações de aspectos da natureza humana, de atributos, princípios, poderes, faculdades, limitações, fraquezas e erros do homem. Daí Hodson analisar o papel e posição de cada um dos irmãos de José, Esaú e Jacob, a natureza de Potifar e sua mulher, Ló e sua mulher que se transforma em estátua de sal segundo seu significado analógico e interior
c) As estórias dramatizam as fases da evolução humana, isto é, fases da jornada evolutiva em direção á Terra Prometida ou consciência cósmica.
d) Simbolismo da Linguagem, ou seja, todos os objetos e certas palavras,cada qual têm seu próprio significado simbólico e real segundo Hodson. É a questão da linguagem sagrada, com significado constante e incorporada nos hieróglifos e símbolos.
Enfim, um aspecto que acho interessantíssimo é o fato e Hodson enxergar as incongruências como indícios de significados mais profundos. Veja o que diz: “Ao estudante da linguagem alegórica é quase sempre dado um indício – que, no entanto, parecer à primeira vista muito estranho. Essa pista consiste num véu adicional, proteção ou cortina que tende a aumentar a confusão e a repelir quem se aproxime com a mente puramente literal ou profana do santuário onde o divino conhecimento está entesourado. A pessoas devem precaver-se cuidadosamente contra essa repulsão, quer devida a uma declaração que é incongruente, inacreditável, impossível ou a uma estória que ofende a lógica e o senso de justiça ou mesmo a decência e a moralidade”.
Convenhamos, o esforço de Hodson para dirimir estas dúvidas é monumental. Se eu fosse apresentar um balanço do livro diria que possui alguns defeitos porém virtudes invejáveis. Acho que Hodson força algumas análises atráves do recurso freqüente à idéia da Kundalini (que sempre fecha um caso mais difícil de interpretaçao), o exagero no transplante dos sete corpos do homem em algumas situações e a distinção entre Eu Superior e inferior e ao domínio da matéria. As virtudes estão no método sugerido de interpretação e alguns “insights” que sem dúvida são fruto do exercício de clarividência que caracterizava o MST Geoffrey Hodson (veja a análise das qualidades dos apóstolos, a vinculação das tribos aos signos do zodíaco, a análise da relação entre Jesus e seus discípulos e de sua paixão etc).
Também é válido na obra o fato de que ajuda a desmontar ironias infantis e críticas acerbas às escrituras judaicas – mais que ao cânone cristão – a maior parte delas decorrente de uma traumática relação com a Bíblia imposta por pais e mestres que ou desconheciam o verdadeiro significado de certas passagens ou medrosamente as deixavam de lado por julgá-las incompreensíveis.
adoro esse blog!
ResponderExcluirOlá Joh, obrigado!
ResponderExcluirSó tenho algo a acrescentar....estes critérios de análise esotérica e aplicando a si mesmo sempre foram usados pelos judeus...basta ler Shimom Ben Halevi ou entrar em qualquer site judaico...
ResponderExcluirOportuno o seu comentário, caro Anônimo. Eu não conhecia a obra do Senhor Z'ev Ben Shimmon Halevi mas um de seus livros sobre Cabala me chamou atenção por algumas questões. A primeira delas foi conter TODOS os elementos do pensamento de Gurdjieff e do quarto caminho. Como conheço bem o pensamento de G. e o suficiente da Cabala, confesso que desconheço esta abordagem em qualquer cabalista. Então, o que o vejo é como um INGLÊS que adotou um nome hebraico e usa uma capa de cabala sobre o edifício conceitual do quarto caminho de Gurdjieff. Isto para mim está bem claro, inclusive que ele não é judeu, nem cabalista, embora seu pensamento seja útil. Realmente Geoffrey Hodson se refere no início de seus livros as estes critérios, usando ensinamentos típicos das escolas talmúdicas (não "cabalistas", particularmente) e aplica aos estudos bíblicos. Note que eles são bem anteriores ao trabalho do Sr. Halevi - rapaz novo, que se diz cabalista. Abraços, C.Baptista.
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