“A
entidade superior é o thetan. O thetan é a pessoa. Você é você
num corpo”.
Edifício da Igreja da Cientologia - Los Angeles, California. |
Cientologia
- Definições
Cientologia
é o “o estudo e tratamento do espírito em relação a si mesmo,
universos e outras formas de vida”. As pessoas são processadas
(exercitadas) em cientologia com exercícios de Scientology, podendo
ser curadas de uma série de pessoas doenças psicossomáticas
(doenças físicas, causadas pela mente ou espírito). Advoga-se que
elas podem tornar-se mais inteligentes, despertas e mais competentes.
Seu primeiro princípio formula-se assim: “é possível conhecer a mente, o
espírito e a vida”.
A base da
cientologia é o “ciclo-de-ação” que, em aparência, toma a
forma de criação-sobrevivência-destruição. Porém, não
existe “destruição” para a cientologia mas apenas “criação”.
“Destruir” uma casa envolve uma criação, isto é, a criação
de uma casa arrasada. O correto seria dizer que o ciclo possui a
seguinte configuração:
Criar –
fazer, manufaturar, construir, postular, trazer à existência =
criar
Criar-criar-criar
= criar de novo continuamente em um momento após o outro =
sobreviver
Criar-contra-Criar
= criar algo em oposição a uma criação = criar uma coisa e depois
criar outra coisa em oposição a ela – Destruir.
Não-Criação
– ausência de qualquer criação (nenhuma atividade
criativa).
A
utilidade da teoria vincula-se ao fato que ela se resume a duas
opções: criar e saber o que se está a criar ou criar e não saber
o que se está a criar, sendo sempre errado iniciar uma nova criação
para contrapor à antiga criação. Quando faz isso, ela obtém
confusão e caos.
As
condições de existência são três: ser, fazer e ter. SER é a
“assunção de uma categoria de identidade”, ou o papel num jogo.
FAZER define-se como ‘ação, função, concretização, realização
de objetivos, alcançar um propósito ou qualquer mudança de posição
no espaço”. TER compreende-se como “ser dono de algo, possuir,
ser capaz de comandar, posicionar, tomar a seu cargo objetos,
energias ou espaços”.
"O jogo
da vida exige que se assuma uma beingness (Ser) para se ser capaz de
realizar uma doingness (Fazer) em direção a uma havingness (ter)"
O
indivíduo não é tratado em cientologia como um Eu isolado. Ele se
insere em oito dinâmicas que são impulsos (pulsões, ímpetos) na
vida. As capacidades e fraquezas dos indivíduos podem ser
compreendidas pela observação de sua participação nestas oito
dinâmicas, que são os impulsos para a existência como indivíduo,
como atividade sexual, em grupos de indivíduos, como a Humanidade,
no reino animal, no universo físico, como espíritos ou de espíritos
e, por fim, como o infinito.
Outro
aspecto da cientologia é o chamado “Triângulo ARC”, a chamada
“pedra angular das associações vivas. Este triângulo é o
denominador comum de todas as atividades da vida”, realacionando
afinidade (A), realidade (R)e comunicação (C), propiciando a
compreensão.
Triângulo A-R-C. Fonte: http://www.scientologycourses.org/pt/ |
O segundo ângulo, a realidade, entende-se em cientologia como “aquilo que parece ser” e o que se acordar ser real é real. A comunicação, terceiro vértice do triângulo é o verdadeiro “solvente universal”. Operando conjuntamente os três elementos geram “compreensão”. A comunicão, diga-se ainda, é o ponto de que parte todo o resto, pois:
“Se
não houver um elevado grau de afeição e se não houver algumas
base de acordo, não há qualquer comunicação. Sem comunicação e
alguma base de resposta emocional, não pode haver realidade. Sem
alguma coisa para acordo e comunicação, não pode haver afinidade.
Assim sendo, nós chamamos a estas três coisas m triângulo. A menos
que tenhamos dois vértices de um triângulo,não pode existir um
terceiro vértice. Ao desejar qualquer
A Vida como um Jogo
Para a
cientologia a vida é um jogo e envolve interesse, competição,
atividade e posse. Este jogo consiste de liberdade, barreiras e
propósitos e quando a relação entre a liberdade e as barreiras
desequilibra-se até certo ponto, o resultado é uma infelicidade.
Segundo Ron Hubbard:
“Fixo
em demasiadas barreiras, o Homem anseia ser livre. Porém, quando
colocado em total liberdade, ele fica sem qualquer propósito e
infeliz”.
O homem
não deve ser passivo mas deve tomar parte da vida. Este é um quadro de “determinação das atividades de dois
ou mais lados num jogo simultaneamente”. Em outras palavras, “Um
ser é Pandeterminado em relação a qualquer jogo ao qual ele seja
superior. Em um jogo em que é subordinado, ele é Autodeterminado”.
Na
“armadilha” derivada da ausência de barreiras passa a operar o
ciclo da vida aparente (Criar-Sobreviver-Destruir). Ao considerar
todas as restrições e barreiras seus inimigos, o homem recusa-se a
controlá-las e sucumbe a barrreiras. As restrições tornam-se
aparentemente menores mas na verdade aumenta enquanto a libertade
diminui, ficando a vida insípida, caótica, aleatória e desprovida
de propósitos. O exemplo da revolução francesa cabe aqui.
Resolveu-se tomar o poder de nobres que tornaram-se autoderminados em
relação à sociedade e foram massacrados no jogo. A destruição
das instituições (eliminação das barreiras), ao invés de criar
liberdade instalou os fundamentos do Terror e da morte... Como um
componente na fórmula é adicionado, entretanto, o livre arbítrio
ou a escolha do indivíduo em participar ou não do jogo.
Ainda no
terreno dos jogos, o que são problemas? Todos falamos de
“problemas”, muitas vezes sem saber o que realmente quer dizer o
termo. Problemas se verificam quando dois ou mais propósitos se
confrontam. Paradoxalmente, não é “ruim” tê-los. Para os
cientologistas, testes reais, evidenciaram que a pessoa começa a
sofrer de problemas quando não os tem em número suficiente.
Algo terapêutico que auxiliaria o homem a equilibrar-se seria pedir
ao homem que “invente problemas” um após o outro, tornando-o
“Pandeterminado quanto aos problemas em vez de estar num lugar
com todos os problemas contra ele.
Espírito, Mente e Corpo
A
Cientologia diferencia o espírito da mente e o corpo, afirmando sua
contribuição pioneira para a humanidade quanto ao “isolamento,
descrição e tratamento do espírito humano”, o que foi “(...)
realizado em julho de 1952 em Phoenix, Arizona, onde eu (Hubbard)
estabeleci por meios científicos (ao invés de mera crença) que: a
coisa que é a pessoa, a personalidade, pode ser separada do corpo
e da mente, voluntariamente, e sem causar a morte do corpo ou
distúrbio mental”.
O
espírito (Thetan) “não tem massa, comprimento de onda, energia,
tempo ou localização no espaço, exceto por consideração ou
postulado” Ele não pode ser considerado uma “coisa”, mas um
criador de coisas, residindo habitualmente no crânio ou na
proximidade do corpo. Um thetan pode deteriorar-se ou a “qualquer
momento, retornar à plenitude da sua capacidade. Como ele associa
beingness com massa e ação, ele não considera que tem uma
identidade ou um nome individual a não ser que esteja ligado a um ou
mais jogos da vida”
Embora
isso seja difícil de compreender para um iniciante em cientologia, um
thetan poder estar numa de quatro condições (sendo condição
“ótima” a segunda):
1.
Separado de um corpo ou até do universo;
2.
próximo do corpo e controlar conscientemente o corpo;
3. dentro
do corpo (o crânio)
4.
condição invetida em que estaria compulsivamente afastado do corpo
e sem poder aproximar-se deste.
Uma das
muitas metas do processamento (atividades a que se submete um
“clear”, aquele que se propõe a ter uma mente ótima) em
Scientology é “exteriorizar” o indivíduo, colocando-o na
segunda condição acima (próximo de um corpo e a controlar
conscientemente uo corpo), visto que se descobriu que ele está mais
feliz e mais capaz quando está situado aí.
E como é
concebida a mente? Ela é tida como “um sistema de comunicação e
controle entre o Thetan e o seu ambiente”. Esta “mente” tem
três divisões principais: mente analítica, mente reativa, mente
somática. Em suma:
a) A
mente analítica é aquela que “combina percepções do ambiente
imediato, do passado (através de imagens) e estimativas do futuro,
para gerar conclusões que são baseadas nas realidades das
situações" com a "cognoscência potencial do thetan com as
condições do seu ambiente e leva-o a formar conclusões
independentes”;
b) A
mente reativa que se comporta como um “mecanismo de
estímulo-resposta e nunca pára de operar, atuando abaixo nível de
consciências. É uma mente de estímulo-resposta. Sua capacidade de
extrair conclusões racionais é pobre sendo a fonte dos “impulsos
aberrados”, ou peculiaridades da personalidade como a
excentricidade, neuroses e psicoses. Ela “armazena todas as coisas
más que aconteceram a um indivíduo para mais tarde lançá-las de
novo contra ele, em momentos de emergência ou perigo, de modo a
ditar as suas ações de acordo com linhas que anteriormente foram
consideradas 'seguras'”. Ela é totalmente literal na sua
“interpretação” de palavras e ações;
c) A
mente somática, mais “pesada” por não conter “pensatividade”
mas apenas “atuação”. Os impulsos colocados sobre o corpo pelo
thetan atingem níveis voluntários, involuntários e glandulares,
sendo que este tipo de mente está sujeita a aos dois tipos de mente
imediatamente acima dela e ao thetan. As doenças “psicossomáticas”
residem neste nível, pois o thetan (espírito) não tem consciência
dos mecanismos de transmissão da mente analítica contra o corpo,
afetado diretamente pelo conteúdo estímulo-resposta da mente
reativa. Uma doença psicossomática é causada pelas percepções
recebidas na mente reativa durante momentos de dor e inconsciência.
Em sua obra, “Dianética, a Evolução de uma Ciência”, detendo-se um
pouco mais sobre a mente reativa (a grande descoberta da dianética), L.R.
Hubbard concluiu que “ela pensa em termos de identidade. É uma
mente de estímulo-resposta. "As suas ações são determinadas
exteriormente. Não tem livre-arbítrio. Esta apresenta dados de dor
física durante momentos de dor física, numa tentativa de salvar o
organismo. Desde que suas ordens e comandos sejam obedecidos, ela
retém a dor física. Mal o organismo comece a ir contra os seus
comandos, ela inflinge dor”.
A mente
reativa alimenta seu próprio banco de dados composto por “engramas”
(um conceito crucial em cientologia) e seus locks. “Um engrama é
simplesmente um período de dor física em que o analisador está
fora de circuito e o organismo experimenta algo que concebe ser, ou
que é contrário, à sua sobrevivência. Só se recebe um engrama na
ausência de poder analítico”. Dito de outro forma, recebe-se um
engrama quando se está inconsciente, sendo “inconsciência
designada pela palavra “anaten” (atenuação analítica , do
inglês analytical atenuation).
Há,
portanto, “energia mental”, embora mais fina e de um nível
superior. E a cientologia afirma ter feito testes conclusivos de que
um thetan ao criar quadros de imagem mental e inseri-los no interior
do corpo pode aumentar a massa deste.
O corpo,
ultimo elemento da “unidade humana” tem caráter “estrutural”
e o que há de mais interessante em cientologia é sua ênfase na
existência de um “um campo elétrico fixo em torno do corpo,
totalmente independente mas influenciável pela mente humana”. O
corpo existe em um “espaço (que) é criado por pontos-âncora
(pontos que estão ancorados num espaço diferente do
universo físico à volta de um corpo). Desse modo, “o
corpo não é apenas influenciado pelas três mentes, este também é
influenciado pelo seu próprio campo elétrico”.
Todos
os postulados da Cientologia sobre o Espírito (thetan), a Mente e o
corpo são lastreados em testes empíricos. A Cientologia não se
arvora em algo independente da ciência que tem
como estranhos os métodos tradicionais de pesquisa. Mas existe
também uma Para-Cientologia, que “inclui todas as
incertezas e áreas desconhecidas da vida que até agora não foram
completamente exploradas e explicadas”. Independentemente disto,
alguns fatos são amplamente conhecidos:
- O próprio indivíduo é um espírito a controlar um corpo através da mente.
- O thetan é capaz de criar espaço, energia, massa e tempo.
- O thetan é separável do corpo sem o fenômeno da morte e pode manejar e controlar um corpo estando bem exterior a este.
- o thetan não está interessado em lembrar-se da vida que acabou de viver, depois de ter partidodo corpo e da mente.
- uma pessoa que está a morrer exterioriza-se sempre.
- a pessoa, tendo exteriorizado, geralmente volta a um planeta e obtém, normalmente, outro corpo do mesmo tipo de raça que a anterior.
O thetan
é imortal e não experimenta a morte, apenas a simula com o
“esquecimento”. Ele vive novamente e “está muito ansioso por
colocar algo na linha do tempo (algo para o futuro) para que tenha
algo ao qual regressar”. Isto não só explica as ansiedades
sexuais como sugere que o que se cria durante a vida nos afeta na
próxima vida.