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domingo, julho 25, 2010

Bestas, Homens e Deuses. Ferdinand Ossendowsky, Román Ungern Von Sterng e o Enigma do Rei do Mundo

A obra "Bestas, Homens e Deuses - O Enigma do Rei do Mundo" (em português publicado pela Editora Hemus), permaneceria desapercebido diante de muitos leitores caso não tivessem qualquer indicação das escolas de conhecimento. Um grande Best Seller nos anos 30, "Bestas, Homens e Deuses" foi escrito pelo aventureiro, historiador, engenheiro, geólogo, médico amador, explorador, cientista e Herói Polonês Ferdinand Ossendowisky. No Brasil, tornou-se particularmente conhecido através da tradução em fascículos na revista Dharana do livro "Le Roi du Monde", do polêmico francês Rénée Guénon. Talvez, seja, aliás, seu melhor livro. Um dos seus primeiros tradutores em solo brasileiro foi o Professor Henrique José de Sousa,fundador da Sociedade Brasileira de Teosofia, posterioriormente Batizada de "Sociedade de Eubiose. Queiramos ou não, sua vinculação à Guénon tornou-o conhecido do grande público estudioso do Esoterismo, sobretudo por ter sido um dos primeiros a descrever aspectos geográficos e de organização política do misterioso País de AGHARTA situada no interior da terra e da sua triarquia, composta pelo Brahytna, o Mahytma e o Mahanga, sob a égide do primeiro, o "Rei do Mundo".
Em "Bestas, Homens e Deuses", Ossendowisky recapitula suas aventuras no interior da Grande Rússia, quando fugiu das garras dos revolucionários vermelhos que consolidavam seu processo de destruição civilizatória. Como profundo conhecedor do território imperial, em particular da Sibéria, Ossendowisky traçou um plano de fuga que compreendia o perscurso a partir de Krasnojarsk até a transposição da fronteira com a Mongólia, entrando em território neutro. Neste ínterim, a obra não só revela a capacidade adaptativa dos polônes face à mais cruenta realidade e impiedade humana, em um mundo dominado por bolcheviques torpes, capazes dos atos mais vis em prol de sua própria promoção na máquina estatal. Ao mesmo tempo - e isto é seu traço mais importante - relata milagres e poderes jamais vistos por ocidentais e, ao final, sua descrição de estórias colhidas em lamaserias do Mongólia e personagens como o "Lama Vingador", dotado de poderes que aos não-orientais angariaram a fama de "miraculosos" ou "espetaculares". Na Mongólia, conheceu de perto os "sidhis" ou faculdades psíquicas mais avançadas como a profecia, a clarividência e a manipulação dos gunas (princípios da matéria) facultada aos grande iniciados.
Outro personagens que se sobressai no (e Ossendowsky conheceu, pessoalmente) é o Barão Ungern, o "Barão Louco", o maior Herói anti-bolchevique do período, profundametne caluniado pela História. Convertido ao Budismo e profundamente devoto da sabedoria do Oriente, o Barão Ungern foi considerado um "Dharmapala" entre os mongóis, ou seja, recebeu o alto título de "Protetor do Dharma". Mais tarde, vítima de traição, foi morto pelas hordas bolcheviques sanguinárias, passando a se inscrever entre os mártires da Nação Russa, hoje reconhecidos pelo atual Governo de Moscou.

Também na Mongólia - a versão do livro não deixa margem à dúvida - foi constatada a degradação do budismo, entregue a lamas bêbados e títeres pró-bolcheviques, muito distantes da tradição original.Na Mongólia, trava amizade com o "Buda Vivo", o "Buda Encarnado",  pois o "Guardião do Misterioso e do Desconhecido vive na Mongólia, terra dos milagres e dos mistérios", sua Santidade Djebtsung Damba Hutuktu Khã, Bogdo Gheghen, pontífice de Ta Kure. Entre estes homens ele vem a saber da existência do enigmático Rei do Mundo e seu Reino, Agharta, no interior da Terra. Em Agartha, alguns povoss, como os Olets e os Calmucos aprenderam suas ciências misteriosas que trouxeram para a superfície da Terra.

"Em Agharta, os sábios panditas escrevem sobre tabuletas de pedra toda a ciência do nosso planeta e dos mundos. Os sábios chineses sabem disso. A ciência deles é a mais alta e a mais pura. A cada século, cem sábios da China se reúnem em um lugar secreto, à beira-mar, onde cem tartarugas imortais saem das profundezes do oceano. Sobre suas escamas, os chineses escrevem as conclusões, às quais a ciência chegou naquele século".

O Rei do Mundo traz em ocasiões determinadas sua mensagem aos homens. Uma das últimas entregue a um chefe tibetano em uma tabuleta de ouro advertia:

"O Rei do Mundo aparecerá a todos os homens quando chegar o tempo de levar os homens bons para a guerra contra os homens maus. O tempo, porém, não chegou ainda. Os piores da humanidade ainda não nasceram".

Quando nascerão? Que viva eternamente em paz a alma do inigualável Ferdinand Ossendowsky, que o bom karma conduziu à Mongólia e à divulgação destes grandes e inefáveis mistérios.



terça-feira, julho 20, 2010

Sufismo e Gurdjieff, Gurdjieff não é Sufismo e talvez seja SHAMS AL DIN DE TABRIZI

Ultimamente a última palavra da moda para os “esotéricos de ocasião” tem sido o “sufismo” do “bom tom“, o “mantra” perene. É possível ser “sufi” sem ser muçulmano assim como cabalista sem ser “judeu” e assim Madona e Jesus Luz podem adentrar comodamente um “templo cabalista” (sic) na moderna Jerusalém cheia de discotecas sem maiores problemas. Nada é tão velho ou tão moderno e já na antiga Roma Nero podia se dizer uma Adepto com A maior dos mistérios de Elêusis e Mitra e o camponês enriquecido da antiga Etrúria proclamar-se um Arúspice com um saco de Dinares na mão e uma boa recomendação.
Mas o “sufismo ocidental”, aquele “misticismo” água com açúcar tão ao gosto da classe média tampouco é tão atual, pois desde os anos 70 e 80 alguns “gurdjieffianos” espúrios tentaram associar loucamente as idéias do mestre Greco-armênio a esta ordem, trazendo à tona tanto corruptelas ridículas à la Idries Shah (o humorista anglo-afegão) até os modernos “sheiks” radicados no Brasil que se dão ao trabalho de filiar-se a antigas “tariqas” sufis e declamar a sua “Silsilá” e jamais tendo lido Gurdjieff (o que impede o seu modesto nível cultural ) e, muito menos, da composição musical de De Hartmann, impingerem-lhes o rótulo de “desconhecedores” da música oriental e “bastardos” do sufismo, porque jamais receberam a transmissão. Tanto os “Sheiks paraguaios” quanto à turba dos “artistas hasnamussem deslumbrados” daquela época se encontravam no mesmo caldeirão de interesses mundanos e sórdidos e só poderiam se encontrar em uma resultante: a crítica impiedosa e sem fundamentos ao mestre armênio.
Mas de que transmissão ou autoridade falam estes “estudiosos“? A vasta maioria deles não pratica o que é recomendado ao bom muçulmano, mas abrigando-se no conforto dos seus lares de classe média brasileira construíram “tariqas” qual aquelas casinhas de jardim que as crianças erguem entre as árvores e arbustos para se sentir escondidas do “bicho papão“. Alguns “teóricos” tupiniquins da “esotereologia inspirada no Maniqueu Brasileiro - uma bizarra, estranha, risível e calórica disciplina acadêmica - chamam o mestre armênio de “saher” ou “feiticeiro” e o criticam, insinuando sua possível introdução de uma falsificação do sufismo.
Mas a pergunta é clara: onde há alusão ao sufismo em Gurdjieff?
A resposta é igualmente translúcida. Em lugar algum. Gurdjieff ou seus discípulos jamais se remeteram ao sufismo como fonte do Quarto Caminho. Pelo contrário. O ensinamento era vinculado a uma tradição muito mais antiga e profunda, a confrarias dos antigo Oriente Médio e do Oriente mais remoto que remontavam à Assíria e civilizações estabelecidas muito antes que o Profeta estabelecesse sua própria religião em Makkah.
Nada havia tipicamente de origenm islâmica e o próprio Ouspensky, o São Paulo de Gurdjieff, deixa transparecer que o Quarto Caminho devia muito mais aos ensinamentos do cristianismo ortodoxo grego que a outra linhagem.
Nesse sentido, basta interpretar as inúmeras partituras de De Hartmann para piano para perceber a influência Grego ortoxa e também do sufismo,porém , não do sufismo de tipo turco apenas, mas da grande linha dos mestres sufis divinos que não se comunicaram através da transmissão física mas operaram por meios espirituais como o Iniguilável Shams Al Din de Tabriz (eu ponho essa grafia). Quem será Shams, que falou objetivamente sobre a ciência do SER do homem? Quem se aproxima dele? Os sufis ou simplesmente “sofistas“?

Jorge Adoum, o Grande Mago Jefa

A vida do grande Jorge Adoum é misteriosa. Morou em vários países e partiu para a América do Sul muito cedo. Em Minas Gerais, passou pela antiga Palmyra, cidade de Santos Dumont, onde encontrou discípulos e admiradores. Segundo pessoas com as quais travei contato e o conheceram foi um homem bom, cordial e amigo, eivado daquela sabedoria peculiar que encontramos entre as velho Oriente Médio. Com suas humildes leituras Jorge Adoum passou por todos os ramos do conhecimento.
Não era um grande "doutor esotérico" aos olhos dos modernos "estudiosos acadêmicos do oculto" mas alguém que transformava em prática as migalhas que conseguia engolir. Este era seu grande mérito. Em seu livro "ADONAI", romance iniciático, podemos vê-lo lutando pela independência dos povos do Oriente Médio, buscando sua união sob a liderança do Rei Faiçal que se mostrou manipulável. Nada dessas atitudes mundanas foi frutífero, a não ser o mistério do amor que lhe mostrou o poder da verdadeira união mística.
Devido às cirscunstâncias da época e à lei do Karma que, implacável, girava uma manivela que levava o mundo ao domínio das novas e insensatas potências européias e aos EUA, a revolução árabe a a futura que se esboçava foram votadas ao fiasco. Submerso em Damasco e com poucos apoiadores, não restou a nosso herói outra opção senão a partida para a "terra prometida" para onde vários "patrícios", principalmente cristãos melquitas já haviam ido.
Jorge Adoum percebeu que a América o esperava e lá fez escola. Semeou o conhecimento entre aqueles que estavam dispostos a absorvê-lo e escolheu o ambiente das Lojas Maçônicas, que atuavam na vanguarda da sociedade, seu "locus" de convivência. Jorge Adoum, grande homem que, prestes a deixar o corpo físico, instrui àquele que se encarregara de divulgar parte de sua obra que ainda mostrar onde encontraria o restante dos manuscritos. E o fez. Nós te homeneagemos irmão Jorge Adoum por ser "O QUE É".

sexta-feira, julho 02, 2010

O Simbolismo na Maçonaria e o Trabalho - As Funções Intelectual Superior e Emocional Superior do Sistema de Gurdjieff

A Maçonaria tem sido definida ao longo do tempo por vários modos, entre eles como um “sistema de Moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos”. Nas instruções ministradas na Ordem, aspectos essenciais deste sistema são expostos paulatinamente, a partir da observância de rituais que remontam às “Escolas de Mistérios da Antiguidade”. Alguns autores que escrevem sobre a “Arte Real” ensinam que “quando a Maçonaria Livre e Aceita começou a ter uma vida própria, separada da Maçonaria Operativa, ela usava símbolos e emblemas para lembrar a seus membros os princípios morais e espirituais inerentes á sociedade. Ao longo do período em que se deu esse desenvolvimento, (...) o uso geral dos símbolos era uma prática comum e de uso cotidiano; assim, a sua incorporação em qualquer instituição esmerada, tal como a dos Maçons Especulativos, não seria nada extraordinária”.
Esses são os sistemas que, no passado, eram chamados de “Mistérios”, entre eles os do Egito, os da Pérsia, os de Elêusis, na Grécia e outros na Babilônia, Roma e nos grande centros da alta antiguidade. A esse respeito, na “Introdução sobre a Doutrina Esotérica” que abre a grande obra do Sr. Èdouard Schuré em português (“Os Grandes Iniciados”), enfatiza-se que “todas as religiões têm uma história exterior e uma história interior; uma aparente, outra oculta. Por história exterior entendo os dogmas e os mitos ensinados publicamente nos templos e nas escolas, reconhecidos no culto, e as superstições populares. Por história interior entendo a ciência profunda, a doutrina secreta, a ação oculta dos grandes iniciados, profetas ou reformadores que criaram, sustentaram, propagaram estas mesmas religiões“. Esta é a “tradição esotérica ou doutrina dos mistérios, é bastante difícil de discernir, pois ela se passa no fundo dos templos, nas confrarias secretas, e seus dramas mais surpreendentes se desenrolaram inteiramente no mais profundo das almas dos grandes profetas, os quais não confiaram suas crises supremas ou seus êxtases divinos a nenhum pergaminho e também a nenhum de seus discípulos”.
Estes círculos exotéricos e esotéricos delimitam a fronteira entre a humanidade mecânica e o trabalho isto é, entre a "Torre de Babel" ou o "Reino da Confusão das Línguas" e a busca através de "sofrimentos intencionais e esforços conscientes" do conhecimento de si. Podem ser vializados nas esferas concêntricas que demonstram as dimensões exotérica, mesotérica e esotérica da vida. A passagem de uma a outra compreende uma fase "transicional" de tomada de decisão, de rompimento da dualidade e formação da tríade no ser humano, isto é, a criação de uma linha contínua de resultados.
Com toda a sua sagacidade, o filósofo Greco-armênio, Georges Ivanovitch Gurdjieff, expressava sua interpretação das escolas de conhecimento e de mistérios como meios de transmissão de verdades arcanas que não poderiam ser traduzidas nos marcos da linguagem convencional. Segundo ele deveria haver uma “ciência objetiva”, uma unidade de todas as coisas e “procurava-se, pois, colocá-la em formas capazes de assegurar sua transmissão adequada, sem risco de deformá-las ou corrompê-las”.
Assim, “dando-se conta da imperfeição e da fraqueza da linguagem usual, os homens que possuíam a ciência objetiva tentaram exprimir a idéia da unidade sob a forma de ‘mitos’, ´símbolos’ e ‘aforismos’ particulares que, tendo sido transmitidos sem alteração, levaram essa idéia de uma escola a outra, freqüentemente de uma época à outra”. Estas idéias não atuavam sobre os estados convencionais, normais de consciência do homem mas sobre níveis superiores, o que ele denominava “centro emocional superior” e o “centro intelectual superior”. Ao primeiro, o “centro emocional superior”, destinavam-se os mitos, ao segundo, o “centro intelectual superior”, os símbolos.
A Maçonaria, portanto, elegeu como meio por excelência de aprendizagem a simbologia herdada tradições do passado que permeiam as instruções dos seus graus e seu Manual de Ritualística. Resultante da confluência mais recente das velhas Oficinas operativas de Roma e da Itália em seus albores, das corporações de ofício medievais e das contribuições dos filósofos herméticos e mestres da "Arte Real, esta nobre Ordem é a guardiã no Ocidente de um corpo de verdades que são incorporadas pelo Obr.'. através do trabalho consciente em Loj.'.. Isso significa que na verdadeira Maçonaria, assim como no "Trabalho", nenhuma transformação pode se operar sem que haja uma "harmonização" do Templo interno e do externo, do físico, do emocional e do intelectual. Tal como no "Quarto Caminho" nada é possível sem que os centros sejam harmonizados, tanto é que ao entrar no Temp.'. físico o cortejo de MM.'. deve, conduzido pelo M.'. de Cer.'., entrar em um "oceano de tranquilidade".
Na Maç.'., mais que em outras ordens, prerrogativas fundamentais do trabalho estão presentes. Em primeiro lugar, a necessidade de ser um bom "Chefe de Família", alguém que tenha responsabilidades e as cumpra. Ao contrário das falsas "ordens" de adolescentes (bruxaria, satanismo, simulacros da "Golden Dawn" e Thelema e mesmo da "Rosa Cruz" mercadológica) a Maçonaria exige que o M.'. seja trabalhador, tenha renda e seja fiel às suas obrigações no casamento e com a família.
Gurdjieff advertia que nenhum lunático ou vagabundo poderia ingressar no trabalho. Nenhum lunático ou vagabundo pode ser iniciado na Maçonaria.
Outras exigências da condição maçônica também são similares às do Trabalho. É indispensável uma vida sexual saudável e sem aberrações. Também é preciso tempo e recursos para cumprir obrigações maçônicas e socorrer aos homens. È fundamental a humildade porque no trabalho das oficinas todos os Obr.'. são iguais e regidos pelo nível. Em uma Loj.'. mesmo o Ven.'. M.'., caso transgrida os rituais ou a Lei Maçônica pode ser corrigido pelos IIr.'. O objetivo da Maçonaria, assim como no Grupo do Quarto Caminho ou a "Sangha" budista é escapar da "prisão do mundo material" e esse ato não se executa sem ajuda mútua. Por isso, equivocadamente, a Ordem foi confudida por tanto tempo como uma Sociedade de Socorro Mútuo. De certa forma não deixa de sê-lo.
Porém, ser Maçom não significa que se está no Trabalho Real.. No Trabalho Real de um Grupo Gurdjieff é preciso sempre estar trabalhando não apenas exteriormente mas sobretudo interiormente. Nas Loj.'. se diz um Ir.'. que está indisposto com outro Ir.'. não deve comparecer a suas reuniões para não comprometer a Egrégora. Porém, nem sempre este mandamento é levado a sério na prática. Em sentido amplo, no Trabalho, as coisas não são vistas tão "formalmente" e o mestre de um Grupo pode tomar decisões mais ou menos duras que soem como destempero ou demasiadamente violentas. Nesse sentido, o "Trabalho" transcende todo o resto e penetrar nele, como diria Nicoll, é submeter-se a mais Leis ainda que o comum dos mortais na Terra. É preciso estar ciente disso antes de tomar qualquer decisão preliminar sobre ele.