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segunda-feira, maio 03, 2010

A Vida Oculta na Maçonaria de Leadbeater

A Vida Oculta na Maçonaria de Leadbeater(*)

(*) Reprodução de postagem da comunidade "Teosofia" do Orkut

Na semana passada concluí uma pequena peça em que trabalho com alguns trechos da "Vida Oculta na Maçonaria" de Leadbeater, entre outros autores. Nada melhor que uma cuidadosa releitura para apontar aspectos positivos e negativos de um autor. Em alguém como o Sr. Leadbeater - cujo livro é tão afamado entre aqueles que buscam raízes "arcanas e proto-históricas" para a ordem - o raciocínio exuberante e as mais improváveis conjecturas sempre podem andar juntas. Mas gostaria de registrar minha opinião sobre o tema em tela:
1) O livro é delirante ao destacar as cerimônias "maçônicas" que o Sr. Leadbeater presenciou em sua vida no Egito. Em alguns pontos a gente quase é levado a dar gargalhadas tal a capacidade pictórica do autor em reconstruir aquelas cenas vistas por "clarividência" em uma "Loja Maçônica" egípcia. Outros devaneios de monta são as descrições dos utensílios e o recurso à "metodologia clarividente" sempre que lhe faltam os meios disponíveis. A descrição dos anjos auxiliando Saint Gérmain, "o chefe de ..." é simplesmente cinematogrática ...
2) Contrariando Mdme. Blavatsky e seu adorado Ragon - a quem tenho muitas críticas, pois se concentrava mais em dividir a ordem que em buscar uma plataforma unificadora - Leadbeater - foi grau 33 da co-Maçonaria], não da maçonaria, diga-se de passagem (nada contra os graus, apenas indico um ponto de choque com HPB que nesse assunto apoiava Ragon);
3) A visão de Leadbeater sobre os desafios dos três graus simbólicos da maçonaria não deixa de ser bem válida;
4) Em que pesem alguns exageros, a idéia da "cobertura do templo interior" manifestada por Leadbeater é digna de nota.

Bem, para que não pareça ser algo pessoal, recomendo aos amigos a leitura da Jules Boucher que ao comentar dezenas de autores maçônicos faz tabula rasa da pesquisa clarividente de Leabeater.

O que mais incomoda é que a literatura sobre o tema já era extensa na época em que foi publicada a obra cuja segunda tradução foi em 1928. À luz das modernas pesquisas, inclusive do que produziram os maçons operativos, a contribuição de C.W.L. se apequena ainda mais. Com alguma dose de generosidade, algumas interpretações do simbolismo podem ser bem vindas.