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terça-feira, fevereiro 28, 2006
Meditando nas Ferias - I
Estou em São Tomé das Letras, a surpreendente cidade mística do Estado de Minas Gerais. Em Sao Tomé termino a etapa brasileira de minhas férias. Na semana que vem pretendo embarcar em direção a uma viagem ainda mais miraculosa, para Macchu Pichu, no Peru. Já em São Tomé e nos dias que acampei na Serra do Ibitipoca - também em Minas - tive vislumbres do maravilhoso, do inaudito amor que Deus manifestou por sua criação. "Brahman" está em tudo, "Tat tvam asi". O absoluto está contido em todas as coisas. Eu O vi nas cachoeiras, eu o vi nos Rios, eu o senti nos odores variegados de pinga de leite, fumaças de cigarro e suores, nos ruídos e sons do rock e no burburinho frenético das ruas. Eu O senti nas pedras e no céu azul de São Tomé das Letras. O "Arquiteto Supremo" do Universo paira sobre todas as coisas.
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
A Adversidade e o Quarto Caminho
O Senhor Gurdjieff (G.) ensinava que as pontes para o "quarto caminho" eram o sofrimento e a tensão. Poderíamos simplesmente escolher um dos caminhos tradicionais (o do faquir, o monge ou o do iogue) e operar sobre nossos centros físico (como o faquir), emocional (como o monge) ou o intelectual (como o iogue) mas isto é muito difícil no mundo ocidental, no capitalismo tresloucado em que vivemos.
Havia portanto um outro caminho. Ninguém pode apontar para onde conduz. Ninguém sabe como é construído. É uma obra individual que só depende de você mesmo e sua vontade. Tudo o que sabemos é que para ingressar nesta senda é preciso ter sofrido. Cristo passou por sua paixão, foi crucificado e ressuscitou. Temos também que ser supliciados pela vida para entermos que somos "máquinas" que dormem. Temos que derspertar para o "quarto caminho".
Do sofrimento nasce a tensão e passa a operar a "Lei das Três Forças" (o princípio positivo, o negativo e o neutro, os elementos oxigênio, hidrogênio e nitrogênio da química oculta).
Da entrechoque entre os dois primeiros princípios surge algo novo. O primeiro alento do homem em direção ao caminho do miraculoso, preconizado por G. mas que tem que ser desenvolvido por você mesmo.
Seguir esta trilha não é fácil. É preciso determinação, vontade. Mas será que temos a vontade? Sabemos o que é vontade? A resposta é não. Para que a tivéssemos teríamos que ter cristalizado um corpo superior, o causal. O amo (a vontade) daria suas instruções ao cocheiro (a mente) e este conduziria o cavalo (os sentimentos e as emoções) atrelado à carruagem (os instintos do corpo físico).
Este esforço parte de uma decepção. Como diz G., se éramos materialistas, deveríamos estar decepcionados com o materialismo. Se éramos ocultistas, decepcionados com o ocultismo. Se cristãos, decepcionados com o cristianismo. Se téosofos, decepcionados com a teosofia. Necessitamos ainda de um Mestre, alguém que severamente nos indique os erros. Devemos ingressar em um grupo, onde obteríamos a chave do conhecimento oculto de Gurdjieff, o "trabalho" através da "lembrança de si mesmo". Sem lembrarmo-nos de nós mesmos continuaremos a palmilhar a terra sem jamais enxergamos nosso papel nela.